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Tipo: Dissertação
Título: Impacto do uso da camouflage cosmética na qualidade de vida relacionada à saúde em mulheres com lúpus sistêmico e dano cutâneo permanente: um estudo de intervenção controlado
Autor(es): Fernando Afrânio Palmeira de Oliveira
primer Tutor: Cristina Costa Duarte Lanna
primer Co-tutor: Rosa Weiss Telles
primer miembro del tribunal : Cristina Costa Duarte Lanna
Segundo miembro del tribunal: Maila de Castro Lourenço das Neves
Tercer miembro del tribunal: Blanca Elena Rios Gomes Bica
Cuarto miembro del tribunal: Rosa Weiss Telles
Resumen: Contextualização: Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença inflamatória crônica que ocorre, principalmente, em mulheres jovens e acomete múltiplos órgãos e sistemas, resultando em diferentes sequelas e no aumento da mortalidade. As manifestações cutâneas ocorrem em até 80% dos pacientes com LES, e são classificadas em agudas, subagudas e crônicas. Algumas deixam cicatrizes definitivas, caracterizando um dano permanente da doença. Estudos demonstraram que pacientes com LES possuem pior qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) se comparados aos indivíduos saudáveis ou com doenças crônicas reumatológicas ou não. Por sua vez, indivíduos com lúpus cutâneo possuem pior QVRS do que os com outras doenças dermatológicas e do que os com LES sem envolvimento cutâneo. O eritema da doença e as cicatrizes cutâneas afetam a maneira como são vistos pelos outros e podem estar relacionados à depressão. O uso de cosméticos e de roupas para esconder as lesões são estratégias utilizadas por esses pacientes. A camouflage cosmética é indicada por dermatologistas em doenças de pele como psoríase, vitiligo e acne, promovendo melhora da QVRS. Contudo, seu uso não está estudado em pacientes com LES e sequelas de manifestações cutâneas. Objetivo: O objetivo desse estudo foi avaliar o impacto do uso da camouflage cosmética na qualidade de vida relacionada à saúde em mulheres com LES e sequelas de manifestações cutâneas na face. Metodologia: Trata-se de um ensaio clínico randomizado controlado (Universal Trial Number: U1111-1210-2554e) com mulheres com LES de acordo com os critérios do ACR 1982/1997 e / ou SLICC 2012 atendidas no ambulatório de Reumatologia de dois centros terciários, Hospital das Clínicas da UFMG e Grupo Santa Casa Belo Horizonte, maiores de 18 anos, com sequelas de manifestações cutâneas da doença na face. Os critérios de exclusão foram: atividade sistêmica moderada a grave (SLEDAI 2k-modificado> 4), não compreensão dos questionários ou início ou modificação do tratamento psicológico e/ou psiquiátrico durante o estudo. 65 pacientes foram selecionadas, 56 foram incluídas e alocadas nos grupos de estudo e 13 foram excluídos durante o acompanhamento, resultando em uma amostra final de 43 pacientes divididos em grupo I (camouflage cosmética - n = 28) e grupo II (controle - n = 15). As pacientes foram avaliadas conforme o protocolo do estudo no momento da inclusão (T0), após 12 semanas +/- 2 semanas (Fase I) e após 24 semanas do tempo inicial +/- 2 semanas (Fase II). O grupo I recebeu treinamento para uso em camouflage cosmética e as pacientes foram instruídas a usá-la diariamente entre o tempo T0 e T1 e a usar conforme a demanda pessoal entre os tempos T1 e T2; o grupo II não fez uso da camouflage. Para estudo da QVRS, foram utilizados os questionários: SLE Quality of Life (SLEQoL) e Disease Quality of Life Index (DLQI), com escores mais altos significando pior QVRS. Além desses, foram utilizadas a Escala de Autoestima de Rosenberg e a Escala HAD (Hospital Anxiety and Depression Scale). A atividade de doença foi mensurada pelo SLEDAI 2K modificado (Systemic Lupus Erythematosus Disease Activity Index) e a avaliação do dano acumulado pelo índice SLICCDI (Systemic Lupus International Collaborating Clinics American College of Rheumatology Damage Index). O desfecho primário foi a comparação, entre os grupos intervenção e controle, da variação dos escores finais do DLQI, SLEQOL (e de cada um de seus domínios), escala de Rosenberg e escala HAD entre os dois tempos da pesquisa. A variação (Δ) dos escores foi calculada pela diferença dos escores no tempo T2, T1 e no T0 (Δ = escore Tx – escore Ty). Os desfechos secundários foram a comparação dos escores na Fase II (T2-T1), em todo o tempo do estudo (T2-T0) e nos três tempos pareados em cada grupo separadamente. Variáveis contínuas foram descritas como mediana (intervalo interquartil). A analise do desfecho primário foi realizada por regressão univariada com cada variável desfecho seguida de modelos multivariados para ajuste por escore basal de cada questionário e SLICC devido a entre os grupos na linha de base. O teste de Friedman e quando encontrada diferença significativa o teste de Wilcoxon para amostras pareadas, foi utilizado na comparação entre os três tempos. Os resultados foram considerados significativos para uma probabilidade de significância inferior a 5% (p<0,05). Resultados: Os grupos intervenção e controle eram semelhantes em relação às características sociodemográficas, clínicas e laboratoriais, bem como quanto ao uso de medicamentos e aos escores dos questionários aplicados na inclusão, exceto pelo índice de dano SLICC cuja mediana (IIq) foi maior no grupo intervenção [3 (2 - 4) versus 1 (1 - 2), p= 0,001]. Para os desfechos primários, em comparação ao controle (n = 15), os pacientes que usaram camuflagem cosmética (n = 28) melhoraram a QVRS de acordo com o SLEQoL total [B -27,56 (IC95% -47,86 a -7,27)], especificamente humor, auto-imagem e funcão física; e de acordo com o DLQI [B -7,65 (IC95% -12,31 a -3,00)]. A melhoria da QVRS não mudou entre as fases I e II e foi mantida considerando todo o acompanhamento. Depressão [B - 1,92 (IC95% -3,67 a -0,16)], ansiedade [B -2,87 (IC95% -5,67 a -0,07)] e auto-estima [B 2,79 (IC95% 0,13 a 5,46)] também melhoraram considerando todo o acompanhamento. Conclusão: Neste grupo de mulheres com LES, baixa atividade sistêmica da doença, baixo índice de dano permanente e sequelas de manifestações cutâneas na face, observou-se melhora da QVRS, especificamente nos domínios humor e autoimagem, na autoestima e em sinais de ansiedade e depressão após o uso da camouflage cosmética. A camouflage cosmética é uma estratégia terapêutica apropriada para melhora da QVRS desses indivíduos e deve, portanto, ser recomendada pelo médico reumatologista e incorporada em sua rotina de atendimento.
Asunto: Cosméticos
Lúpus Eritematoso Cutâneo
Lúpus Eritematoso Sistêmico
Qualidade de Vida
Autoimagem
Dissertação Acadêmica
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Institución: UFMG
Departamento: MEDICINA - FACULDADE DE MEDICINA
Curso: Programa de Pós-Graduação em Ciências Aplicadas à Saúde do Adulto
Tipo de acceso: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/38726
Fecha del documento: 17-abr-2019
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