Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/1843/38740
Tipo: Dissertação
Título: Sobrevida de mulheres com câncer do colo do útero: desigualdades entre as macrorregiões de Minas Gerais
Autor(es): Nathália Pacífico de Carvalho
Primeiro Orientador: Mariângela Leal Cherchiglia
Primeiro Coorientador: Flávia Bulegon Pilecco
Primeiro membro da banca : Angélica Nogueira Rodrigues
Segundo membro da banca: Maria Teresa Bustamante Teixeira
Terceiro membro da banca: Daisy Maria Xavier de Abreu
Resumo: Objetivos: A morbimortalidade do câncer do colo do útero é marcada por desigualdades entre distintas localidades geográficas, como observado nas regiões do Brasil e de Minas Gerais. Investigamos a associação entre macrorregião de residência e sobrevida em mulheres com câncer do colo do útero que realizaram tratamento oncológico no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), em Minas Gerais, entre 2002 e 2010. Métodos: Estudo observacional, prospectivo não-concorrente, com dados provenientes da Base Nacional em Oncologia (Base Onco), desenvolvida por técnica de pareamento determinístico-probabilístico de sistemas de informação do SUS. Identificamos mulheres diagnosticadas com câncer do colo do útero entre 2002 e 2010 que realizaram radioterapia e/ou quimioterapia e eram residentes em Minas Gerais. Estimamos as probabilidades de sobrevida global e câncer-específica em cinco anos pelo método Kaplan-Meier e comparamos essas probabilidades com o teste de log-rank segundo variáveis selecionadas. Modelos de Cox estendido foram empregados para avaliar a associação entre macrorregião de residência e risco de óbito global e câncer-específico, ajustando por idade, variáveis clínicas e relativas ao local de tratamento. Resultados: Um total de 5.613 pacientes foram incluídas no estudo, com idade mediana igual a 55,0 anos (IIQ: 22,0). O tempo mediano de seguimento foi de 70,0 meses (IIQ: 89,0). As probabilidades de sobrevida global e câncer-específica em cinco anos foram de 56,3% (IC95%: 55,0; 57,6) e 63,6% (IC95%: 62,3; 64,9), respectivamente. Entre as 13 macrorregiões, essas probabilidades variaram de 46,6% a 64,2%, no caso da análise global, e de 52,0% a 72,0%, na análise câncer-específica. Na análise multivariada, o risco de óbito global foi maior do que a macrorregião de referência (Norte, escolhida pela elevada probabilidade de sobrevida e tamanho populacional no estudo) para sete macrorregiões, chegando a ser quase o dobro na Jequitinhonha (HR: 1,97; IC95%: 1,33; 2,93). Nove macrorregiões apresentaram maior risco de óbito câncer-específico, sendo a Jequitinhonha também a que apresentou maior magnitude nessa associação (HR: 2,29; IC95%: 1,44; 3,62). O ajuste por idade, estadiamento, comorbidades e tratamento, de modo geral, teve pouco efeito na associação principal investigada. Conclusão: Identificamos desigualdades regionais na sobrevida que se mantiveram mesmo após ajustes. Avaliamos que essas desigualdades devem estar relacionadas principalmente à heterogeneidade na qualidade da atenção oncológica no estado e, adicionalmente, às iniquidades de natureza sociodemográfica e econômica características do território mineiro. Nesse sentido, o aprimoramento das redes de atenção oncológica regionalizadas e hierarquizadas, que visem a garantia da atenção integral a essas mulheres, especialmente no que diz respeito ao acesso a tratamentos oportunos e adequados é crucial para a melhora desse cenário de desigualdade. Ademais, é preciso considerar questões de natureza sociodemográfica e econômica nas políticas de controle do câncer do colo do útero, uma vez que esses fatores podem estar implicados nas desigualdades regionais verificadas.
Abstract: Objectives: Cervical cancer-related morbimortality is marked by inequalities across different geographical areas, as observed among the regions of Brazil and the state of Minas Gerais. We investigated the association between macroregion of residence and survival in women diagnosed with cervical cancer who underwent cancer treatment within the Unified Health System (SUS) between 2002 and 2010 in Minas Gerais. Methods: Non-concurrent prospective study with data from the National Database in Oncology (Base Onco), developed through deterministic-probabilistic pairing of SUS information systems. We identified in this database women aged over 18 years, diagnosed with cervical cancer between 2002 and 2010, who underwent radiotherapy and/or chemotherapy and who were living in Minas Gerais. We estimated five-year overall and cancer-specific survival probabilities by the Kaplan-Meier method and compared these probabilities according to chosen variables using the log-rank test. Extended Cox models were employed to assess the association between macroregion of residence and overall and cancer-specific death risk adjusting for age, clinical variables, and place of treatment. Results: A total of 5,613 patients were included in the study, with median age of 55.0 years (IQR: 22,0). Median follow-up time was 70.0 months (IQR: 89.0). Five-year overall and cancer-specific survival were 56.3% (95%CI: 55.0; 57.6) and 63.6% (95%CI: 62.3; 64.9), respectively. Among the 13 macroregions, five-years survival probabilities ranged from 46.5% to 64.2% for overall survival and from 52.0% to 72.0% for cancer-specific survival. In the multivariate analysis, the risk of global death was higher than the reference macroregion (Norte, chosen reference due to its high survival and large study population) for seven macroregions, nearly doubling in Jequitinhonha (HR: 1.97; 95%CI: 1.33; 2.93). Nine macroregions had a higher risk of cancer-specific death, and Jequitinhonha also presented the highest magnitude in this association (HR: 2.29; 95%CI: 1.44; 3.62). Adjustments by age and clinical variables (stage, comorbidities and treatment), in general, had little effect on the main association investigated. Conclusion: We identified regional inequalities in survival that persisted after adjustments. Our hypothesis is that these disparities should be related mainly to the heterogeneity in the quality of cancer care in Minas Gerais and, in addition, to sociodemographic and economic inequalities observed across the state. In this sense, the improvement of regionalized and hierarchical cancer care networks, aimed to ensure comprehensive care for these women, especially with regard to access to timely and appropriate treatments, is crucial to improve this scenario of inequalities. In addition, sociodemographic and economic issues need to be considered in cervical cancer control policies, as these factors may be implicated in regional disparities in cervical cancer survival.
Assunto: Neoplasias do colo do útero
Análise de sobrevida
Disparidades nos níveis de saúde
Sobrevida
Regionalização da saúde
Sistema Único de Saúde
Minas Gerais
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Departamento: MEDICINA - FACULDADE DE MEDICINA
Curso: Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/38740
Data do documento: 20-Fev-2020
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