Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/1843/39228
Type: Dissertação
Title: Ocorrência e caracterização morfológica de hemosporídeos em morcegos coletados em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil
Authors: Daniela de Angeli Dutra
First Advisor: Érika Martins Braga
First Referee: Adriano Pereira Paglia
Second Referee: Hudson Alves Pinto
Abstract: A ordem Haemosporida é composta por mais de 500 espécies de parasitos que infectam uma ampla gama de hospedeiros vertebrados, tais como aves, repteis, primatas e morcegos. Os hemosporídeos são parasitos amplamente distribuídos no globo e muito abundantes em infecções de animais silvestres. Estes parasitos podem ter efeitos severos mesmo em infecções crônicas, reduzindo expectativa de vida, sobrevivência e aptidão de seus hospedeiros. Os morcegos são organismos fundamentais para o funcionamento do ecossistema, uma vez que realizam uma série de serviços essenciais para sua manutenção, tais como polinização, dispersão de frutos e sementes e controle populacional de insetos. Entretanto, pouco se conhece a respeito da infecção de morcegos por hemosporídeos, especialmente no Novo Mundo. O objetivo deste trabalho foi verificar a presença de hemosporídeos em morcegos brasileiros bem como identificar os gêneros destes parasitos. Possíveis associações entre a presença de infecção por hemosporídeos e as características biológicas de seus hospedeiros também foram investigadas. Assim, avaliou-se se a época do ano e o sexo do hospedeiro influenciam a ocorrência por hemosporídeos e se diferentes espécies possuem variação na susceptibilidade a esta infecção. Também se avaliou se a condição corporal dos morcegos infectados é inferior a observada para morcegos não infectados. Para tal, capturou-se 247 morcegos no município de Montes Claros, Minas Gerais, sendo realizado medições, sexagem, coleta de sangue e pelo menos um esfregaço sanguíneo para cada animal. O sangue e os esfregaços sanguíneos foram utilizados para diagnóstico molecular (amplificação por meio de PCR de 196 pares de base do gene ribossomal SSU) e morfológico (observação microscópica) de hemosporídeos. Duzentos e oito indivíduos apresentaram esfregaços com qualidade suficiente para análise por microscopia. Para estimar a taxa de infecção, somente os indivíduos com lâminas viáveis foram considerados na análise, sendo considerado um mínimo de 50 campos em aumento de 400x e 200 campos em aumento de 1000x para cada morcego. Avaliou-se também a condição corporal dos animais pela relação peso/antebraço. Além disso, utilizou-se cinco diferentes amplificações moleculares para sequenciar os parasitos encontrados em morcegos, no entanto, nenhum parasito foi sequenciado com sucesso. A ocorrência de hemosporídeos nos morcegos, considerando-se o diagnóstico molecular e morfológico, foi de 6,44% (13/208). Entre os esfregaços positivos, foi observado pelo menos uma forma do parasito (trofozoíto, esquizonte ou gametócito). Entretanto, as parasitemias detectadas foram frequentemente baixas (10 em 13) indicando um estado crônico de infecção entre os morcegos analisados. A ocorrência de hemosporídeos entre os sexos foi similar (p=0,16, F=5). Entretanto, a ocorrência de hemosporídeos diferiu entre a época do ano (p=0,004, F=6) sendo maior na estação chuvosa e entre as espécies de morcegos avaliadas (0<0,0001, F=18). A ocorrência de hemosporídeos foi significativamente maior entre os morcegos vespertilionídeos (21,5%) quando comparados aos filostomídeos (5,2%), sendo a espécie Myotis nigricans a mais parasitada (23%). A relação peso/antebraço também foi menor em animais infectados, indicando condição corporal inferior em morcegos infectados por hemosporídeos (F=170, p=0,007). Estes dados indicam que mesmo em infecções crônicas, morcegos podem ser negativamente afetados por hemosporídeos. Destaca-se aqui a necessidade de novos estudos para se caracterizar o papel destas infecções na estruturação das comunidades de morcegos neotropicais.
Abstract: The order Haemosporida is composed of more than 500 species of parasites that infect a wide range of vertebrate hosts, such as birds, reptiles, primates and bats. Haemosporidian parasites are widely distributed around the globe and very abundant in wildlife animal infections. These parasites might cause severe effects even in chronic infections, reducing life expectancy, survival and fitness of their hosts. Bats are fundamental organisms for the functioning of the ecosystem, since they perform a series of essential services for its maintenance, such as pollination, dispersion of fruits and seeds and population control of insects. However, little is known about the infection of bats by haemosporidians, especially in New World. The objective of this work was to evaluate the presence of haemosporidian parasites in Brazilian bats and to identify the genera of these hemoparasites. Possible associations between the presence of haemosporidian infections and biological characteristics of its hosts were also investigated. Thus, it was evaluated whether the season of year and host sex influence the occurrence of haemosporidian and if different species present variation in susceptibility to this infection. I also evaluated whether body condition of infected bats is lower than that observed for uninfected bats. For this purpose, 247 bats were captured in the municipality of Montes Claros, Minas Gerais. Measurements, sexing, blood collection and at least one blood smear were performed for each animal. Blood and blood smears were used for molecular diagnosis (amplification by PCR of 196 pairs of the ribosomal SSU gene) and morphological (microscopic observation) of haemosporidian. 208 individuals had smears of sufficient quality for analysis by microscopy. To estimate the infection rate, only individuals with viable slides were considered in the analysis, considering a minimum of 50 fields with a 400x increase and 200 fields with a 1000x increase for each bat. The body condition of the animals was also evaluated by weight / forearm ratio. In addition, I used five different molecular amplifications to sequence the parasites found in bats, however, no parasite was successfully sequenced. The occurrence of haemosporidian parasites in bats, considering the molecular and morphological diagnosis, was 6.44% (13/208). Among the positive smears, at least one parasite form (trophozoite, schizont or gametocyte) was observed. Nevertheless, detected parasitemias were often (10 out of 13) low (<1%) indicating a chronic infection status among the bats analyzed. The occurrence of haemosporidiana between the sexes was similar (p = 0.16, F = 5). However, haemosporidian occurrence differed between the season of year (p = 0.004, F = 6), being higher during the rainy season. Moreover, the infection also varied among species of bats evaluated (0 <0.0001, F = 18). The occurrence of hemosporids was significantly higher among vespertilionidae bats (21.5%) compared to filostomids (5.2%), with Myotis nigricans being the most parasitized species (23%). The weight / forearm ratio was also lower in infected animals, indicating lower body condition in bats infected with hemosporids (F = 170, p = 0.007). These data indicate that even in chronic infections, bats may be negatively affected by haemosporidian. We emphasize the need for new studies to characterize the role of these infections in the structuring of neotropical bat communities.
language: por
metadata.dc.publisher.country: Brasil
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
metadata.dc.publisher.department: ICB - INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLOGICAS
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Conservacao e Manejo da Vida Silvestre
Rights: Acesso Restrito
URI: http://hdl.handle.net/1843/39228
Issue Date: 17-Jan-2019
metadata.dc.description.embargo: 17-Jan-2022
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