Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/1843/47257
Type: Tese
Title: Consumo de laticínios e alimentos ultraprocessados e risco de morte: resultados do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil)
Authors: Fernanda Marcelina Silva
First Advisor: Sandhi Maria Barreto
First Co-advisor: Luana Giatti Gonçalves
First Referee: Maria de Jesus Mendes da Fonseca
Second Referee: Rodrigo Citton Padilha dos Reis
Third Referee: Rosa Weiss Telles
metadata.dc.contributor.referee4: Rafael Moreira Claro
Abstract: INTRODUÇÃO: As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são responsáveis por mais da metade do total de óbitos no país, sendo as doenças cardiovasculares (DCV) a principal causa de morte. Dentre os fatores de risco mais frequentes para o desenvolvimento e progressão das DCNT está a dieta, desempenhando um papel importante na modulação da inflamação. Estudos têm mostrado um efeito benéfico para a saúde cardiovascular associada ao consumo de leite e seus derivados, enquanto o consumo de alimentos ultraprocessados tem sido associado com efeito nocivo à saúde, incluindo um pior perfil de risco cardiometabólico e maior risco de morte. Entretanto, persistem algumas inconsistências nos estudos sobre o tema. Além disso, a maioria dos estudos são em países de alta renda e com diferentes padrões alimentares e risco cardiovascular basal. OBJETIVOS: Investigar se o consumo de laticínios e de alimentos ultraprocessados está associado com risco de morte por todas as causas, por DCV e/ou por DCNT entre os participantes do Estudo Longitudinal da Saúde do Adulto (ELSA-Brasil) em 8 anos de seguimento. MÉTODOS: O consumo alimentar foi obtido por meio de um questionário de frequência alimentar semi-quantitativo com 114 itens alimentares aplicado na linha de base (2008-2010) do ELSA-Brasil. No artigo 1, investigou-se se o maior consumo de laticínios totais e seus subgrupos (alto e baixo teor de gordura, fermentados, leite), ajustado por calorias totais segundo o método residual e dividido em quartis sexo-específicos, estaria associado com um menor risco de morte por DCV e com reduções nos níveis de proteína C-reativa ultrassensível (PCR-us) entre a primeira (2008-2010) e a segunda onda (2012-2014) do estudo. No artigo 2, investigou-se se o percentual de contribuição de alimentos ultraprocessados, em gramas/dia (g/d), sobre o total de alimentos e bebidas ingeridos estaria associado com um maior risco de morte por todas as causas, por DCNT e por DCV. Em ambos os artigos foram utilizados modelos de riscos proporcionais de Cox para as análises de mortalidade e considerados ajustes por confundidores da linha de base. Já para as análises de mudanças nos níveis de PCR-us, utilizou-se modelos lineares de efeitos mistos. Os óbitos foram identificados por meio de ligações anuais de seguimento, investigações em prontuários hospitalares, declaração de óbito e pareamento com a base de mortalidade do Ministério da Saúde. Os óbitos ocorridos no primeiro ano de seguimento foram excluídos. Todos os participantes foram acompanhados até a data da morte, perda de seguimento ou fim do estudo (31/12/2018), o que ocorreu primeiro. RESULTADOS: Resultados do artigo 1 mostram que os indivíduos do 3º (HR: 0,38; IC95%: 0,15–0,99) e 4º (HR: 0,36; IC95%: 0,14–0,94) quartis de consumo de laticínios totais apresentaram menores riscos de morte por DCV quando comparados aos indivíduos do 1º quartil, após 8 anos de seguimento e ajustes por confundidores. Efeito benéfico também foi observado para indivíduos do 4º quartil (HR: 0,34; IC95%: 0,14-0,86) de consumo de leite total e do 2º quartil (HR: 0,30; IC95%: 0,10-0,92) de consumo de laticínios com alto teor de gordura. Nenhuma associação foi observada entre laticínios com baixo teor de gordura ou fermentados e mortalidade cardiovascular. Adicionalmente, o consumo de laticínios totais e seus subgrupos não esteve associado com mudanças nos níveis de PCR-us após 4 anos de seguimento. Já os resultados do artigo 2 mostraram que, após ajustes por confundidores, o incremento de 10% na proporção de alimentos ultraprocessados na dieta esteve associado com risco 12% maior de morte por todas as causas (IC95%: 1,02-1,22) e por DCNT (IC95%: 1,02-1,24). Entretanto, nenhuma associação foi observada entre consumo de alimentos ultraprocessados e mortalidade cardiovascular. CONCLUSÃO: Os resultados deste estudo mostraram que o consumo de laticínios totais e leite total esteve associado com menor risco de morte por DCV, enquanto o consumo de alimentos ultraprocessados esteve associado com maior risco de morte por todas as causas e por DCNT. Esses achados reforçam a necessidade de políticas públicas mais rigorosas, que incentivem o consumo de alimentos in natura e minimamente processados e desestimulem o consumo de alimentos ultraprocessados, como forma de controle das DCNT e do risco de morte associado a essas causas.
Abstract: INTRODUCTION: Noncommunicable diseases (NCDs) are responsible for more than half of all deaths in Brazil, with cardiovascular disease (CVDs) being the leading cause of death. Diet is the main risk factor for the development of NCDs and plays an essential role in modulating inflammation. Some studies indicate a beneficial effect of dairy products consumption on the risk of cardiovascular death, while consumption of ultra-processed foods has been associated with adverse health effects, including a worse cardiometabolic risk profile and increased risk of death. However, there are still some inconsistent results. In addition, most studies were developed in high-income countries with different dietary patterns. OBJECTIVES: To investigate whether the consumption of dairy products and ultra-processed foods is associated with the risk of death from all causes, CVDs and/or NCDs among participants of the Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil), after 8 years of follow-up. METHODS: Food consumption was obtained through a semi-quantitative food frequency questionnaire with 114 food items applied at baseline (2008-2010) of ELSA-Brasil. In article 1, we investigated whether the higher consumption of total dairy products and its subgroups (full-fat and low-fat, fermented, and milk), adjusted by total calories according to the residual method and divided into sex-specific quartiles, would be associated with a lower risk of death from CVDs and with reductions in high-sensitivity C-reactive protein (hs-CRP) levels between the first (2008-2010) and second (2012-2014) wave of the study. In article 2, we investigated whether the contribution of ultra-processed foods, in grams/day, on the total dietary consumption would be associated with a higher risk of death from all causes, NCDs and CVDs. In both articles, Cox proportional hazards models were used for mortality analyses and adjustments for baseline confounders were considered. Linear mixed-effect models were used for the analysis of longitudinal changes in hs-CRP levels. Mortality data were obtained through annual follow-up calls and investigations of hospital records and deaths from NCDs and CVDs identified. Deaths in the first year of follow up were not included in the analysis. All participants were followed-up from the first year of the cohort until the date of death, loss to follow-up, or end of the study (12/31/2018), whichever occurred first. RESULTS: Results from article 1 indicated that, after adjustment for confounding factors, individuals in the 3rd (HR: 0.38; 95% CI: 0.15–0.99) and 4th (HR: 0.36; 95% CI: 0.14-0.94) quartiles of total dairy consumption had lower risk of death from CVDs when compared to individuals in the 1st quartile, after 8 years of follow-up. A beneficial effect was also observed for individuals in the 4th quartile (HR: 0.34; 95% CI: 0.14-0.86) of milk consumption and the 2nd quartile (HR: 0.30; 95% CI: 0.10-0.92) of full-fat dairy consumption. However, no association was observed between low-fat or fermented dairy products and cardiovascular mortality. Additionally, total dairy products and their subgroups were not associated with changes in hs-CRP levels after 4 years of follow-up. The results of article 2 showed that, after adjustments, a 10% increase in the proportion of ultra-processed foods in the diet was associated with a 12% higher risk of death from all causes (HR: 1.12; 95% CI: 1.02-1.22) and NCDs (HR: 1.12; 95 CI%: 1.02-1.24). However, no association was observed between consumption of ultra-processed foods and cardiovascular mortality. CONCLUSION: The consumption of total dairy products and milk was associated with a lower risk of death from CVDs, while consumption of ultra-processed foods was associated with an increased risk of death from all causes and NCDs. These findings reinforce the need for stricter public policies that encourage the consumption of fresh and minimally processed foods and discourage the consumption of ultra-processed foods, in an attempt to control NCDs and the risk of death associated with these causes.
Subject: Laticínios
Ingestão de Alimentos
Alimentos Ultraprocessados
Inflamação
Doenças não Transmissíveis
Doenças Cardiovasculares
Mortalidade
Estudos Longitudinais
Dissertação Acadêmica
language: por
metadata.dc.publisher.country: Brasil
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
metadata.dc.publisher.department: MEDICINA - FACULDADE DE MEDICINA
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública
Rights: Acesso Restrito
metadata.dc.rights.uri: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
URI: http://hdl.handle.net/1843/47257
Issue Date: 26-May-2022
metadata.dc.description.embargo: 26-May-2024
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