Use este identificador para citar o ir al link de este elemento: http://hdl.handle.net/1843/49359
Tipo: Tese
Título: Iniquidades raciais e de gênero na incidência e controle da hipertensão arterial no ELSA-Brasil: uma abordagem interseccional
Título(s) alternativo(s): Racial and gender inequalities in the incidence and control of hypertension in ELSA-Brasil: a intersectional approach
Autor(es): Etna Kaliane Pereira da Silva
Primeiro Orientador: Luana Giatti Gonçalves
Primeiro Coorientador: Sandhi Maria Barreto
Primeiro membro da banca : Elis Mina Seraya Borde
Segundo membro da banca: Estela Maria Motta Lima Leão de Aquino
Terceiro membro da banca: João Luiz Dornelles Bastos
Quarto membro da banca: Edna Maria de Araújo
Resumo: As iniquidades raciais e de gênero na incidência e controle da hipertensão arterial (HAS) são bem documentadas, mas poucas investigações empíricas examinaram tais associações considerando as sinergias e experiências heterogêneas dos grupos interseccionais de gênero e raça/cor da pele. Assim, este estudo investigou se as categorias interseccionais definidas pelo gênero e raça/cor da pele estão associadas com a incidência da HAS e com o controle inadequado da pressão arterial entre indivíduos com HAS. Foram utilizados dados do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil), uma coorte multicêntrica e multirracial de servidores públicos brasileiros. Estimamos, por categoria interseccional, a incidência de HAS entre as visitas 1 (2008-2010) e 2 (2012-2014) em 8528 indivíduos sem HAS ou doenças cardiovasculares na visita 1. A prevalência de controle inadequado da pressão arterial foi estimada em 4571 indivíduos com HAS em tratamento medicamentoso na visita 2. Foram definidas seis categorias de intersecção gênero-raça/cor da pele: mulher branca, mulher parda, mulher preta, homem branco, homem pardo e homem preto. Modelos lineares generalizados com distribuição de Poisson e função de ligação logarítmica foram utilizados para examinar a magnitude das associações. A densidade de incidência de HAS em toda a coorte foi de 43,4 por 1000 pessoas-ano, variando de 30,5/1000 em mulheres brancas até 59,4/1000 em homens pretos. Após ajustar por idade e história familiar de HAS, a razão de densidades de incidência (RDI) foi maior em homens pretos (2,25; IC95%:1,65-3,08), homens pardos (1,89; IC95%:1,59-2,25), mulheres pretas (1,85; IC95%:1,50-2,30), homens brancos (1,76; IC95%:1,49-2,08), e mulheres pardas (1,47; IC%:1,31-1,67) comparados com as mulheres brancas. Tais associações se mantiveram mesmo após considerar nos modelos os mediadores socioeconômicos, comportamentais e de saúde (artigo 1). A prevalência de controle inadequado da pressão arterial ponderado pela idade variou de 19,8% em mulheres brancas a 30,2% em mulheres pretas e de 27,3% em homens brancos a 38,0% em homens pretos. Após ajustes por características sociodemográficas, comportamentais e de saúde, e quantidade de classes de medicamentos anti-hipertensivos utilizados, homens pretos (RP: 1,51 IC95%: 1,28-1,77), homens pardos (RP: 1,45 IC95%: 1,17-1,79), homens brancos (RP: 1,34 IC95%: 1,09-1,65) e mulheres pretas (RP: 1,33 IC95%: 1,09-1,60) apresentaram pior controle da pressão arterial ao compará-los com as mulheres brancas (artigo 2). Ao utilizar uma abordagem interseccional evidenciamos as complexas relações entre as iniquidades raciais e de gênero na incidência e controle da HAS. Destacamos não apenas o maior risco de HAS e pior controle da pressão arterial em homens pretos, bem como que as mulheres pretas possuem maior risco de HAS e prevalência de controle inadequado da pressão arterial semelhante aos homens brancos, quando comparados com mulheres brancas.
Abstract: Racial and gender inequities in the incidence and control of hypertension (HTN) are well documented. However, few empirical investigations looked into these associations, considering the synergies and heterogeneous experiences of intersectional gender and race/skin colour groups. This study investigated the association of intersectional categories defined by gender and race/skin colour with HTN incidence and inadequate blood pressure control. We used data from the Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil), a multicentric and multiracial cohort of Brazilian civil servants to estimated the incidence of HTN between visits 1 (2008- 2010) and 2 (2012-2014) in 8528 individuals without HTN or cardiovascular diseases at visit 1 by intersectional category. The prevalence of inadequate blood pressure control was estimated at 4571 individuals with HTN on medication at visit 2. Six categories of gender-race/skin colour intersection were defined: White woman, Brown woman, Black woman, White man, Brown man and Black man. Generalized linear models with Poisson distribution and logarithmic linkage function were used to examine the magnitude of associations. The incidence of HTN was 43.4/1000 person-years, ranging from 30.5/1000 in White women to 59.4/1000 in Black men. After adjusting for age and family history of HTN, the incidence rate ratio (IRR) was higher in Black men (2.25; 95%CI: 1.65-3.08), Brown (Pardo) men (1.89; 95%CI :1.59-2.25), Black women (1.85; 95%CI:1.50-2.30), Whites men (1.76; 95%CI: 1.49-2.08), and Brown (Parda) women (1.47; CI%:1.31-1.67), compared with White women. These associations were maintained even after considering socioeconomic, behavioural and health mediators in the model (article 1). The age-standarlized prevalence of inadequate blood pressure control ranged from 19.8% in White women to 30.2% in Black women and from 27.3% in White men to 38.0% in Black men. After adjusting for sociodemographic, behavioral and health characteristics, and number of classes of antihypertensive drugs used, Black men (PR: 1.51 95%CI: 1.28-1.77), Brown (Pardo) men (PR: 1.45 95%CI: 1.17-1.79), White men (PR: 1.34 95% CI: 1.09-1.65) and Black women (PR: 1.33 95% CI: 1.09-1.60) showed worse blood pressure control compared with White women (article 2). By using an intersectional approach, we showed the complex relationships between race/skin color and gender inequities in the incidence and control of HTN. Disclosing not only the higher risk of developing HTN and worse blood pressure control in Black men compared to White women, but also that Black women have a higher risk of HTN than White men and a prevalence of inadequated blood pressure control similar to White men compared to White women.
Assunto: Enquadramento Interseccional
Sexismo
Racismo
Hipertensão
Brasil
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Departamento: MEDICINA - FACULDADE DE MEDICINA
Curso: Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública
Tipo de Acesso: Acesso Restrito
metadata.dc.rights.uri: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
URI: http://hdl.handle.net/1843/49359
Data do documento: 10-Nov-2022
Término do Embargo: 10-Nov-2024
Aparece nas coleções:Teses de Doutorado

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
Tese_Etna_Versão Final.pdf
  Até 2024-11-10
1.86 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir    Solictar uma cópia


Este item está licenciada sob uma Licença Creative Commons Creative Commons