Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-A59M2K
Tipo: Dissertação de Mestrado
Título: Participação dos sistemas opioidérgico e canabi-noidérgico na modulação endógena periférica da dor inflamatória muscular
Autor(es): William Antonio Goncalves
Primeiro Orientador: Thiago Roberto Lima Romero
Primeiro Coorientador: Igor Dimitri Gama Duarte
Primeiro membro da banca : Candido Celso Coimbra
Segundo membro da banca: Albena Nunes da Silva
Resumo: O processamento da dor se inicia a partir de um estímulo nocivo capaz de sensibilizar terminais periféricos de nociceptores. A informação da dor converge da periferia para o corno dorsal da medula espinhal através de fibras do tipo A, A e C. Uma vez que a informação chega à medula, diversos componentes neuronais modulam sua transmissão no córtex, onde é então processada. Porém, ainda na periferia, alguns sistemas, como os sistemas opioidérgico e canabinoidérgico, são capazes de modular a ascensão do estí-mulo nociceptivo. A literatura mostra que durante a dor muscular inflamatória há libe-ração de uma série de mediadores associados ao aumento da atividade analgésica medi-ada por estes sistemas. Porém, pouco se sabe sobre a influências destes na dor muscular. Dessa forma, nosso objetivo foi verificar a participação do sistema opioidérgico e cana-binoidérgico na modulação endógena periférica da dor muscular inflamatória. Para tan-to, foram usados ratos machos da linhagem Wistar, pesando entre 180 e 220g. A injeção intramuscular (i.m.) de carragenina (Cg) foi utilizada para indução da dor muscular in-flamatória e o teste de Randall e Sellito padronizado para o músculo tibial anterior (TA) foi aplicado para verificação do efeito hiperalgésico ou analgésicos das drogas utiliza-das. Além disso, avaliamos o nível dos receptores opióides e canabinóides no gânglio da raiz dorsal (GRD) através da técnica de Western Blot. Nossos dados mostram que o pico do efeito hiperalgésico da Cg foi na terceira hora após sua injeção i.m. para todas as doses testadas. O menor efeito se deu após a injeção de Cg na dose de 100 g/ mús-culo e o maior efeito com a dose de 1.000 g/ músculo. Tanto naloxona (50 e 25 g/ músculo), um antagonista não seletivo para receptores opióides, quanto clocimanox (10 e 1 g/ músculo) e nor-binaltorfimina (100 e 50 g/ músculo), antagonistas seletivos para os receptores e opióides, intensificaram o efeito hiperlgésico da Cg (100 g/ músculo). Nosso ensaio biomolecular demonstrou que a quantidade desses receptores não foi alterada no GRD. Por outro lado, o antagonista dos receptores opióides, nal-trindole, não intensificou a hiperalgesia provocada por Cg. Além disso, a bestatina (800, 400 e 200 g/ músculo), inibidor da enzima aminopeptidase N que degrada peptídeos opióides, reverteu o efeito hiperalgésico de Cg em sua maior dose (1.000 g/ músculo). Quando o receptor canabinóide do tipo 1 (CB1) foi antagonizado, com o uso de AM251 (320 e 160 g/ músculo), o efeito hiperalgésico de Cg (100 g/ músculo) foi intensifi-cado. Efeito este não observado com a utilização do antagonista dos receptores canabi-nóides do tipo 2, AM630 (400 g/ músculo). Os níveis de CB1 no GRD não se alteraram. Já os inibidores das enzimas que degradam anandamida (AEA) e 2-Arachidonoylglycerol (2-AG), MAFP (16, 8 e 4 g/ músculo) e JZL, (60 e 30 g/ mús-culo) respectivamente, e o bloqueador da captação de AEA, VDM11 (80, 40 e 20 g/ músculo), reverteram o efeito hiperalgésico de Cg na maior dose (1.000 g/ músculo). Assim, nossos resultados indicam que a hiperalgesia muscular induzida por Cg sofre uma modulação já ao nível periférico. Esta modulação ocorreria de forma seletiva em relação aos receptores opióides e canabinóides sem alterar os níveis destes receptores no GRD. Sendo assim, é razoável considerar que essa modulação se dá, ao nível muscular, através de um aumento do aporte de peptídeos opióides endógenos e endocanabinóides, bem como através de um possível aumento da ativação de seus receptores durante o desenvolvimento hiperalgésico.
Abstract: Pain processing starts from a noxious stimulus able to sensitize nociceptor peripheral terminals. Pain information converges from the periphery to the dorsal horn of the spi-nal cord through fibers type A, A and C. Once the information reaches the bone mar-row, a series of neuronal components modulates its transmission into the cortex, where it is then processed. Nevertheless, some systems, such as the opioid and the canabi-noidergic, are able to modulate the rise of the nociceptive stimulus still in the periphery. Literature shows that during inflammatory muscle pain, a number of mediators is re-leased, which is associated with the increased analgesic activity mediated by these sys-tems. Little is known, however, about the influence of the latter on muscle pain. Ac-cordingly, our objective was to verify the participation of opioid and canabinoidergic systems in peripheral endogenous modulation of inflammatory muscle pain. To achieve the aimed purpose, male Wistar rats weighing between 180 and 220g were employed. Intramuscular (i.m.) injection of carrageenan (Cg) was used to induce inflammatory muscle pain, whereas the Randall & Sellito test, standardized for the tibialis anterior muscle (m.TA), was applied to verify the analgesic or hyperalgesic effect of the used drugs. Furthermore, we evaluated the opioid and cannabinoid receptors in the dorsal root ganglion (DRG) by the Western blot technique. According to the research data, for all tested doses the peak of the hyperalgesic effect of Cg was the third hour after its i.m. injection. The lesser effect occurred after the injection of a 100 l/ muscle dose, and the greatest effect at the 1.000 g Cg dose. Naloxone (50 and 25 l/ muscle), a non-selective antagonist for opioid receptors, as well as clocimanox (10 and 1 l/ muscle) and nor-binaltorphimine (100 and 50 l/ muscle), selective antagonists for the and opioid receptors, intensified the hyperlgesic effect of Cg (100 l/ muscle). The bio-molecular assay showed that the amount of these receptors has not been changed in DRG. On the other hand, the opioid receptor antagonist, naltrindole, was not able to intensify the hyperalgesia caused by Cg. Furthermore, bestatin (800, 400 and 200 l/ muscle), an aminopeptidase enzyme inhibitor, which degrades opioid peptides, reversed the hyperalgesic effect of Cg in its highest dose (1000 l/ muscle). When the canna-binoid type 1 receptor (CB1) was antagonized with the use of AM251 (320 and 160 l/ muscle), the hyperalgesic effect of Cg (100 l/ muscle) was intensified. The same effect was not observed with the use of cannabinoid receptor antagonist of type 2, AM630 (400 l/ muscle). The quantified levels of CB1 expressed in DRG are not altered, whereas inhibitors of enzymes that degrade anandamide (AEA) and 2-Arachidonoylglycerol (2-AG), MAFF (16, 8 and 4 l/ muscle) and JZL (60 and 30 l/ muscle), respectively, as well as the the uptake blocker VDM11 (80, 40 and 20 l/ mus-cle), reversed the hyperalgesic effect of Cg in the highest dose (1000 l/ muscle). Therefore, results indicate that the muscular hyperalgesia induced by Cg undergoes a certain modulation already at the peripheral level. This modulation would have occured selectively as regards the opioid and cannabinoid receptors, without increasing the lev-els of the latter in the DRG. Thus, we believe that this modulation takes place at the muscle level by increasing the supply of endogenous opioids and cannabinoid peptides, as well as through a possible increase in the activation of these receptors during the hy-peralgesic development.
Assunto: Farmacologia
Fisiologia
Idioma: Português
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-A59M2K
Data do documento: 28-Ago-2015
Aparece nas coleções:Dissertações de Mestrado

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
disserta__o___j___vers_o_final_impr._e_entregue.pdf1.43 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.