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Tipo: Dissertação de Mestrado
Título: Compreendendo melhor a doença de Segawa a partir dos sintomas neuropsiquiátricos e do sono
Autor(es): Ailton Cezario Alves Junior
Primeiro Orientador: Eugenia Ribeiro Valadares
Primeiro Coorientador: Mauricio Viotti Daker
Primeiro membro da banca : Laura Maria de Lima Belizario Facury Lasmar
Segundo membro da banca: Frederico Duarte Garcia
Resumo: Esta dissertação trata das manifestações não motoras da Doença de Segawa (DYT5a), ou distonia responsiva à dopamina (DRD) clássica, enfermidade rara que na maioria dos casos se manifesta inicialmente na infância. Mediante o limitado número de estudos afins na literatura internacional e a variabilidade de seus resultados, este trabalho objetiva aprimorar o conhecimento sobre a sintomatologia da DYT5a, contribuindo para uma possível redefinição dos percentuais de sua expressividade variável e penetrância incompleta. A partir de uma paciente com sintomas de diplegia espástica desde 1 ano de idade, somente diagnosticada com DYT5a aos 13 anos, foram identificadas em estudo anterior 19 pessoas da família da probanda com mutação IVS5+3insT no gene GCH1, dentre 63 familiares estudados. No presente estudo transversal comparativo propôs-se avaliar sintomas não motores de todos os casos dessa família identificados com a mutação, tendo como controle um grupo intrafamiliar de pessoas sem DYT5a. A avaliação dos grupos pelo Inventário de Depressão de Beck - II, Teste de Matrizes de Viena 2, Escala de Sonolência de Epworth e Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh não trouxe evidências estatisticamente significantes de diferenças de prevalências das condições pesquisadas entre os grupos, quando aplicados os testes estatísticos. Entretanto, a aplicação do M.I.N.I./M.I.N.I. PLUS e do Instrumento de Avaliação Abreviado de Qualidade de Vida da Organização Mundial de Saúde evidenciou que uma possível discussão sobre percentuais de expressividade variável e da penetrância incompleta da DYT5a seja pertinente em função de diferenças estatisticamente significativas entre os grupos na prevalência de alguns sintomas não motores, encontrando-se nos indivíduos com DYT5a: pior percepção sobre o quão seguro se sentem em suas vidas diárias, menor grau de satisfação consigo mesmos e com suas relações pessoais, e mais elevada prevalência de passado de episódio depressivo maior. Paradoxalmente, mais altas prevalências de transtorno de ansiedade generalizada (23,81%, p=0,0500) e de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade na infância (28,57%, p=0,0241) foram observadas no grupo controle, com ocorrência dessas condições apenas em indivíduos sem DRD, sugerindo possivelmente mais resiliência para esses transtornos no grupo com DYT5a, ou viés pelo maior uso de psicofármacos e de L-Dopa nessa população. Por fim, alguns achados sugerem possíveis associações entre o grupo Segawa e algumas outras condições, tais como maior prevalência na utilização de medicamentos crônicos (94,12%) e psicotrópicos (52,94%, excetuando-se a L-Dopa) e elevadas prevalências de sintomas de quadro depressivo atual (41,18%), sonolência excessiva diurna (47,06%) e qualidade de sono pobre (58,82%) nesse grupo, embora para essas altas taxas não se possa afastar a hipótese de fator desconhecido intrafamiliar. Ainda que essas últimas associações não sejam específicas ou acompanhadas de diferenças estatísticas entre os grupos, elas precisam ser consideradas para o manejo clínico dos pacientes investigados.
Abstract: This work addresses the non-motor manifestations of Segawas Disease (DYT5a), or classical dopa-responsive dystonia (DRD), a rare disease that in most cases manifests initially in childhood. Due to the limited number of related studies in the international literature and the variability of its results, this study aims to improve knowledge about the DYT5a symptomatology, contributing to a possible redefinition of variable expressivity and incomplete penetrance rates of this illness. Starting from a patient with symptoms of spastic diplegia since 1 year old, only diagnosed as DYT5a at age 13, a previous study identified 19 people from the proband family with IVS5 + 3insT mutation in the GCH1 gene, among 63 individuals studied. At the present comparative cross-sectional study it was proposed to evaluate the non-motor symptoms of all the family cases identified with the mutation, having as control an intrafamilial group of people without the DYT5a. The assessment of the groups by the Beck Depression Inventory - II, the Wiener Matrizen Test 2, the Epworth Sleepiness Scale and the Pittsburgh Sleep Quality Index did not bring statistically significant evidence of differences in the prevalence of the surveyed conditions between the groups, when statistical tests were applied. However, the application of the M.I.N.I/M.I.N.I. PLUS and the World Health Organization Quality of Life BREF instrument evidenced that a possible discussion about the percentages of variable expressiveness and incomplete penetrance of DYT5a is relevant due to statistically significant differences between the groups in the prevalence of some disorders or non-motor symptoms, being found in individuals with DYT5a: worse perception about how safe they feel in their daily lives, less satisfaction with themselves and their personal relationships, and higher prevalence of past major depressive episodes. Paradoxically, higher prevalence of generalized anxiety disorder (23.81%, p=0.0500) and attention deficit hyperactivity disorder in childhood (28.57%, p=0.0241) were observed in the control group, with occurrence of these conditions only in individuals without DRD, suggesting probably more resilience to these disorders in the group with DYT5a, or bias due to the greater use of psychotropic drugs and L-Dopa by this population. Finally, some findings suggest possible associations between the Segawa group and some other conditions, such as bigger prevalence of use of chronic medications (94.12%) and psychotropic medicines (52.94%, excluding L-Dopa) and high prevalence of current depressive symptoms (41.18%), excessive daytime sleepiness (47.06%) and poor sleep quality (58.82%) in this group, although for these high rates the hypothesis of an unknown intrafamilial factor cannot be ruled out. Even that these latter associations are not specific or accompanied by statistical differences between the groups, they need to be considered for the clinical management of the investigated patients.
Assunto: Distúrbios distônicos
Transtornos do sono-vigília
Transtornos mentais
Medicina
Idioma: Português
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/BUBD-AXSFSM
Data do documento: 15-Dez-2017
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