Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-AJ5MR9
Tipo: Dissertação de Mestrado
Título: Perfil sociodemográfico e clínico de uma amostra ambulatorial de pacientes com demência frontotemporal variante comportamental: ênfase no diagnóstico de transtorno mental grave pregresso
Autor(es): Leandro Boson Gambogi
Primeiro Orientador: Paulo Caramelli
Primeiro membro da banca : leonel tadao takada
Segundo membro da banca: Fernando Silva Neves
Resumo: A relação entre transtornos mentais graves (SMI) e a variante comportamental da demência frontotemporal (DFTvc) não está formalmente reconhecida pela literatura atual. Contudo, os padrões de sintomas e desempenho cognitivo descritos são semelhantes para ambos, e ao menos um pequeno subgrupo de pacientes, compartilha de mutações genéticas patológicas comuns. Objetivos: Investigar o perfil clínico e sociodemográfico de uma amostra ambulatorial de pacientes com diagnóstico de DFTvc e comparar os com história de SMI àqueles sem o transtorno prévio; documentar a ocorrência de DFTvc sucedendo a SMI. Métodos: Estudo transversal avaliando pacientes consecutivamente selecionados, após receberem diagnóstico provável de DFTvc; tinham um familiar/responsável entrevistado e submetido à Entrevista Clínica Estruturada para Transtornos do Eixo I do DSM-IV (SCID-I). Posteriormente à categorização em dois grupos distintos - com ou sem SMI pregresso os indivíduos passaram por avaliações cognitivas (Mini Exame do Estado Mental, fluência verbal, Bateria de Avaliação Frontal - FAB, teste de memória de figuras e reconhecimento de emoções faciais), funcionais (Questionário de Avaliações Funcionais, Escala de Estadiamento e Progressão da Demência Frontotemporal), fenotípicas (perfil de sintomas, Inventário Neuropsiquiátrico - NPI, uso de antipsicóticos e reflexos primitivos) e de história familial (Goldman Scale). Resultados: Os pacientes com história prévia de SMI representaram mais de 1/3 da amostra (n = 17; 36,9%), enquanto 63,1% (n = 29) não apresentaram história de SMI. A principal nosologia identificada foi transtorno afetivo bipolar - TAB - (76,5%), assim distribuída: 64,7% TAB I, 5,9% TAB II e 5,9% TAB SOE. Ainda foram reconhecidos dois outros transtornos: transtorno esquizoafetivo (17,6%) e esquizofrenia (5,9%). Os grupos se diferenciaram no NPI-12 (p = 0,01), uso de antipsicóticos (p = 0,01), história familial de psicose (p = 0,01), presença de reflexos primitivos (p = 0,04), desempenho na FAB (p = 0,01), reconhecimento de emoções faciais (p = 0,03), aprendizado do teste de figuras (p = 0,02), na presença de apatia (p = 0,03) e de comportamento estereotipado, compulsivo ou ritualístico (p = 0,01). Conclusões: A presença de história de SMI pregresso nesta amostra de pacientes com DFTvc se mostrou achado comum e se relacionou a diversidade da apresentação clínica, mas não refletiu em mudanças sociodemográficas e tampouco se associou a maior hereditariedade da doença.
Abstract: The relationship between severe mental illness (SMI) and the behavioral variant of frontotemporal dementia (bvFTD) is currently not formally recognized in the literature. However, the patterns of symptoms and cognitive performance used to describe both conditions are similar and, at least for a small subgroup of patients, both seem to share common pathological genetic mutations. Objectives: to investigate the sociodemographic and clinical profile of a sample of outpatients diagnosed with bvFTD and compare those with a history of SMI with those without; and to document the occurrence of bvFTD succeeding SMI. Methods: Cross-sectional study in which consecutively selected patients, after receiving a diagnosis of probable bvFTD, had a family/guardian interviewed and submitted to the Structured Clinical Interview for DSM-IV Disorders (SCID-I). After the categorization into two groups - with or without prior SMI the subjects went through cognitive (Mini Mental Status Exam, verbal fluency, Frontal Assessment Battery - FAB, memory of figures test and recognition of facial emotions), functional (Functional Activities Questionnaire, Frontotemporal Dementia Rating Scale) phenotype (symptoms profile, Neuropsychiatric Inventory - NPI, use of antipsychotic drugs and primitive reflexes) and family history (Goldman Scale) assessments. Results: Patients with a history of prior SMI accounted for more than 1/3 of the sample (n = 17; 36.9%), while 63.1% (n = 29) showed no SMI history. The main nosology identified was bipolar affective disorder - BAD - (76.5%), distributed as follows: 64.7% BAD I, 5.9% and 5.9% BAD II and TAB NOS. Two other disorders were also recognized: schizoaffective disorder (17.6%) and schizophrenia (5.9%). The groups differed in NPI-12 (p = 0.01), antipsychotics (p = 0.01), family history of psychosis (p = 0.01), the presence of primitive reflexes (p = 0.04), FAB performance (p = 0.01), facial emotion recognition (p = 0.03), learning score in the memory of figures test (p = 0.02), in the presence of apathy (p = 0.03) and behavior stereotypic, compulsive or ritualistic (p = 0.01). Conclusions: A prior history of SMI was a common finding in this sample of bvFTD patients and seemed to modify their clinical presentation, but did not affect sociodemographic factors and was not associated with higher heritability of the disease.
Assunto: Neurociências
Idioma: Português
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-AJ5MR9
Data do documento: 3-Ago-2016
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