Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/1843/80147
Tipo: Dissertação
Título: Percepções e usos de modelos por professores de genética do ensino superior
Autor(es): Caroline Trevelin
Primeiro Orientador: Adlane Vilas-Boas Ferreira
Primeiro Coorientador: Marina de Lima Tavares
Primeiro membro da banca : Adlane Vilas-Boas Ferreira
Segundo membro da banca: Marina de Lima Tavares
Terceiro membro da banca: Anderson Miyoshi
Quarto membro da banca: Marina Assis Fonseca
Resumo: Os modelos são ferramentas especialmente úteis no ensino de disciplinas que envolvem conceitos abstratos, como a genética. O uso adequado desses recursos nas práticas docentes não apenas facilita a compreensão de conteúdos genéticos, mas também contribui para a construção do pensamento científico pelos estudantes. Este estudo teve como objetivo investigar as percepções e os usos de modelos por professores de genética no ensino superior. Para tanto, adotou-se uma abordagem predominantemente qualitativa e exploratória, utilizando-se um questionário, entrevistas cognitivas e uma revisão bibliográfica integrativa. O questionário, desenvolvido e validado neste trabalho, foi respondido por 61 professores de genética de 33 instituições de ensino superior do Brasil. A análise qualitativa destes dados seguiu as diretrizes da Análise de Conteúdo de Bardin, permitindo identificar categorias que refletissem as percepções dos professores sobre definições, funções e representações dos modelos, além de mapear os tipos de modelos, os conteúdos de genética abordados neles e as práticas docentes associadas aos seus usos. Posteriormente, entrevistas cognitivas foram conduzidas com seis dos respondentes para aprofundar questões relativas ao uso de modelos em sala de aula. As percepções dos professores sobre modelos mostraram-se diversificadas, com predominância da visão de modelos como "representações esquemáticas ou simplificadas da realidade". Embora funções epistêmicas variadas tenham sido indicadas no questionário, apenas três foram mencionadas no contexto do ensino: "comunicação", "simplificação e idealização" e "disponibilização de uma imagem conceitual". Outras funções igualmente importantes para a prática científica, como "investigação e predição" e "suporte aos argumentos científicos", foram associadas majoritariamente à pesquisa acadêmica, demonstrando a subutilização de modelos com esse viés no ensino. Os professores associaram o conceito de modelo principalmente às representações tridimensionais, como objetos e animações, enquanto textos foram as representações menos reconhecidas como modelos. A revisão bibliográfica confirmou a prevalência do uso de modelos concretos e visuais no ensino de genética clássica, especialmente para representar estruturas, processos e fenômenos biológicos. Os dados empíricos reforçaram essa tendência, com 40 menções ao uso de modelos concretos, 12 a modelos matemáticos e 11 a modelos biológicos. Os temas mais frequentemente abordados foram estrutura dos ácidos nucleicos, divisão celular, estrutura dos cromossomos e cromatina, e processos de transcrição e tradução. Durante as entrevistas, os professores ressaltaram a importância de debater a natureza dos modelos com os alunos, destacando experiências positivas no entendimento da construção histórica da ciência a partir dessas discussões. Além disso, enfatizaram o papel dos modelos na avaliação de suas práticas docentes e na identificação de concepções alternativas de genética. Entretanto, também foram relatados desafios ao uso de modelos no cotidiano do ensino superior, como a falta de tempo em disciplinas com cronogramas reduzidos. Conclui-se que, embora os modelos tenham um enorme potencial no ensino de genética, esse potencial não é devidamente explorado em sala de aula, sendo limitado ao seu papel de representação. A partir da visão geral oferecida por este estudo, inédito na área de ensino de genética, sugere-se o desenvolvimento de estratégias que promovam a modelagem como prática científica no ensino de genética.
Abstract: Models are particularly useful tools in teaching subjects that involve abstract concepts, such as genetics. The proper use of these resources in teaching practices not only facilitates the understanding of genetic content but also contributes to the development of students' scientific thinking. This study aimed to investigate the perceptions and uses of models by genetics teachers in higher education. To achieve this, a predominantly qualitative and exploratory approach was adopted, employing a questionnaire, cognitive interviews, and an integrative literature review. The questionnaire, developed and validated in this study, was completed by 61 genetics teachers from 33 higher education institutions across Brazil. Qualitative analysis of data followed the guidelines of Bardin's Content Analysis, which allowed for the identification of categories reflecting teachers' perceptions of definitions, functions, and representations of models, in addition to mapping types of models, genetic content they addressed, and teaching practices associated with their use. Cognitive interviews were then conducted with six teachers to explore issues related to use of models in the classroom. Teachers' perceptions of models were diverse, with a predominant view of models as "schematic or simplified representations of reality”. Although a variety of epistemic functions were identified in the questionnaire, only three were mentioned in the context of teaching: "communication", "simplification and idealization", and "providing a conceptual image". Other functions, equally important to scientific practice, such as "investigation and prediction" and "support for scientific arguments", were mainly associated with academic research, indicating the under utilization of models for these purposes in education. Teachers mainly associated models with three-dimensional representations, such as objects and animations, while texts were the least recognized as models. The literature review confirmed the prevalence of concrete and visual models in teaching of classical genetics, especially for representing structures, processes, and biological phenomena. Empirical data reinforced this trend, with 40 mentions of the use of concrete models, 12 of mathematical models, and 11 of biological models. Topics most frequently addressed were structure of nucleic acids, cell division, structure of chromosomes and chromatin, and processes of transcription and translation. During the interviews, the teachers emphasized the importance of discussing the nature of models with students, sharing positive experiences that enhanced students' understanding of the historical development of science through these discussions. Additionally, they emphasized the role of models in evaluating their teaching practices and identifying students' alternative conceptions in genetics. However, challenges in the use of models in higher education were also reported, such as a lack of time due to tight course schedules. Although models have enormous potential in the teaching of genetics, this potential is not fully explored in the classroom and is often limited to their representational role. Based on the findings of this study, which is pioneering in the field of genetics education, it is recommended that strategies should be developed to promote use of models as a scientific practice in genetics education.
Assunto: Genética
Prática Docente
Materiais de Ensino
Modelagem
Epistemologia da Aprendizagem
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Departamento: ICB - INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLOGICAS
Curso: Programa de Pós-Graduação em Genética
Tipo de Acesso: Acesso Restrito
URI: http://hdl.handle.net/1843/80147
Data do documento: 28-Nov-2024
Término do Embargo: 28-Nov-2026
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