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Type: Tese de Doutorado
Title: Estudo epidemiológico prospectivo em cães assintomáticos infectados por Leishmania (Leishmania) infantum e identificação de biomarcadores de infecção
Authors: Wendel Coura Vital
First Advisor: Mariangela Carneiro
First Co-advisor: Alexandre Barbosa Reis
First Referee: Carlos Henrique Nery Costa
Second Referee: Jeffrey Jon Shaw
Third Referee: Celia Maria Ferreira Gontijo
metadata.dc.contributor.referee4: Maria Norma Melo
Abstract: A leishmaniose visceral (LV), nas últimas três décadas, tem expandindo para os grandes centros urbanos no Brasil. Dentre os fatores que contribuem para esta urbanização, encontram-se as dificuldades na execução das medidas de controle, principalmenteaquelas relacionadas ao reservatório doméstico (morosidade no diagnóstico e na eutanásia, contínua reposição de cães e métodos de diagnóstico utilizados) além da ineficiência no controle vetorial. Estudos em áreas endêmicas têm demonstrado que a prevalência de leishmaniose visceral canina (LVC) tem sido subestimada pela sorologia, quando comparada à detectada por técnicas moleculares. Baseado nesses fatos, o principal objetivo deste estudo foi identificar a prevalência, a incidência e os fatores de risco associados à infecção por L. infantum em cães soronegativos e PCR positivo em uma área de transmissão ativa de leishmaniose. Além disso, realizar uma análise doperfil de resposta imune humoral e celular, investigando detalhadamente a forma assintomática, buscando biomarcadores de resistência e susceptibilidade. Foram investigados 1.443 animais e identificados 230 (15,9%) cães sororreagentes. Pela técnica de PCR-RFLP, foram detectados 356 (24,7%) cães positivos para L. infantum. A partir de uma coorte de cães soro e PCR negativo, foi calculada a incidência de infecção (PCR-RFLP) por L. infantum e de sororreatividade. Os cães foram acompanhados por 26 meses e a incidência foi em média de 5,8/100 cães/mês pela PCR-RFLP e 1,2/100cães/mês pela sorologia (ELISA). A partir dos resultados dos testes diagnóstico realizados durante o estudo transversal, os animais foram divididos em dois grupos: cães infectados soronegativo/PCR+ (296) e não infectados soronegativo/PCR- (917). Estes animais foram comparados em relação às suas características, caracteres de seusproprietários e do ambiente onde estão inseridos, objetivando identificar fatores associados à infecção por L. infantum. Os fatores associados à infecção canina foram: renda familiar menor que um salário mínimo (OR: 4,1); proprietário ter visto previamente o vetor (OR: 1,9); maior tempo de permanência do cão no quintal, (OR: 2,3) e cão não ter realizado exame para leishmaniose anteriormente (OR: 1,6). Omodelo Cox foi utilizado para analisar os fatores de risco durante a coorte. Foram identificados os seguintes fatores: presença de casos anteriores de LVC na residência (HR: 1,4), parede sem reboco (HR: 3,5), pelo curto (HR: 1,3) e fuga do cão para a rua (HR: 1,6). Em relação aos fatores de risco associados à sororreatividade, foram identificados: presença de entulho no quintal (HR: 2,8) e o cão ser de grande porte (HR: 2,8). No presente estudo, cães assintomáticos naturalmente infectados por L. infantum foram reclassificados pela sorologia e PCR em: cães assintomáticos I (CA-I) soronegativo/PCR+ e cães assintomáticos II (CA-II) cães soro e PCR positivo. Estesgrupos de animais assintomáticos foram comparados a cães sintomáticos soro E PCR positivo (CS) e a cães controle soro e PCR negativo (CN), avaliando a resposta imune humoral (IgG, IgG1, IgG2, IgM, IgA e IgE), celular (CD5+, CD4+, CD8+, CD21+ e CD14+) e síntese intracitoplasmática de IFN-g e IL-4 por linfócitos T CD4+ e T CD8+.Cães do grupo CA-I apresentam perfis de imunoglobulinas similares ao detectado em cães CN. Já o grupo CA-II comportou-se semelhante a CS, apresentando altos níveis de IgG, IgG2, IgM e IgA, além de elevado número de eosinófilos. Um aumento de linfócitos T CD5+ foi observado nos grupos CA-I e CA-II, quando comparado ao grupo CS, sendo este principalmente devido a linfócitos T CD4+ no grupo CA-I e a T CD8+ no grupo CA-II. A análise de linfócitos B revelou um aumento desta célula em CA-II comparado com CS. A síntese intracitoplasmática de IFN-g e IL-4 por linfócitos T CD4+ e T CD8+ não foi capaz de demonstrar biomarcadores de resistência e susceptibilidade nos animais do grupo CA-I, sendo necessário avaliar outras citocinas neste grupo. Nossos resultados sugerem que a PCR possui maior acurácia que a sorologia na detecção inicial da infecção em cães assintomáticos, e sua aplicação em larga escala possibilitaria minimizar o número de resultados falso negativo encontrados pela sorologia. A identificação dos fatores de risco associados à LVC é importante para a definição de estratégias de controle da doença, possibilitando o direcionamento de medidas que possam ser adotadas pelas autoridades de saúde. Além disso, este trabalho demonstrou que cães assintomáticos tem um espectro dicotômico de infecção, que pode influenciar na resposta humoral e celular durante a LVC.
Abstract: Over the last three decades, visceral leishmaniasis has spread to a number of metropolitan areas in Brazil. Various factors contribute to the urbanization of the disease including the difficulties of implementing control measures relating to the domestic reservoir (delayed diagnosis and euthanasia, continuous replacement of dogs and lack of sensitivity of the methods of diagnosis used) and to the insect vector. Epidemiological studies using molecular techniques have previously indicated that theprevalence of canine visceral leishmaniasis (CVL) is significantly higher than that detected by serology. The aim of the present study was to determine the prevalence, incidence and the risk factors associated with Leishmania infantum infection among seronegative and polymerase chain reaction (PCR) positive dogs in the northwest sanitary district of Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil. In addition, this study was toperform a detailed analysis of the humoral and cellular immune response investigating in detail the canine asymptomatic infection compared with symptomatic dogs naturally infected by L. infantum, focussing on a possible biomarker that could be used to identifyresistant and susceptible profiles during ongoing CVL. A total of 1.443 dogs were examined and 230 (15.9%) were seropositive in at least one of the enzyme-linked immunosorbent assays applied, whilst PCR amplicons submitted to restriction fragment length polymorphism (RFLP) revealed that 356 animals (24.7%) were positive for L. infantum DNA. A cohort study was carried out follow seronegative dogs to identifyincidence of L. infantum infection. Dogs were followed during 26 months and the incidence rates were 5.8/100 dogs/months by PCR-RFLP and 1.2/100 dogs/months by ELISA. In order to identify the risk factors associated with the infection by L. infantum, only seronegative animals were evaluated in the cross-sectional study. Comparison ofthe two groups of dogs, PCR+ (296) and PCR- (917) with respect to the characteristics of the animals and their owners indicated that the risk factors associated with infection were family income < one minimum salary (OR: 4.1), knowledge of the owner regarding the vector (OR: 1.9), regular permanence of dog in the backyard (OR: 2.3), and lack of examination for CVL (OR: 1.6). Cox models were used to analyse thecohort study. The risk factors associated with infection were: presence of cases of CVL sometime in the past (HR. 1.4), unplastered wall (HR. 3.5), short-haired dog (HR. 1.3), and dogs run way from home (HR. 1.6). Also, the risk factors for seroconversion were: presence of rubble in the backward (HR. 2.8) and large dogs (HR. 2.8). In this study, asymptomatic dogs naturally infected with L. infantum were re-classified by serological and molecular evaluation as follows: Asymptomatic Dogs I (AD-I) with negative serology and positive molecular results and Asymptomatic Dogs II (AD-II) with positive serology and molecular diagnosis for L. infantum. Analysis of humoral immune response (IgG, IgG1, IgG2, IgM, IgA and IgE); immunophenotyping of T-lymphocytes and their subsets, B-cells and monocytes; and synthesis of intracytoplasmic IFN- and IL-4 by CD4+ and CD8+ T-cell subsets before and after antigen-specific stimulation in vitro; were performed in the AD-I and AD-II groups and compared with Symptomatic Dogs (SD) and Control Dogs (CD). AD-I presented immunophenotypic features similar to those detected in CD, including isotype profile and the number of monocytes cells.
Subject: Resposta imune
Parasitologia
Leishmaniose visceral Epidemiologia
Cão Doenças
Marcadores biológicos
Polimorfismo de fragmento de restrição
Reação em cadeia de polimerase
language: Português
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
Rights: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8GLLRQ
Issue Date: 28-Mar-2011
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