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Type: Tese de Doutorado
Title: avaliação do metabolismo glicêmico em pacientes transplantados depâncreas com enxerto pancreático funcionante através do sistema demonitorização contínua da glicose (cgms)
Authors: Marcio Weissheimer Lauria
First Advisor: Antonio Ribeiro de Oliveira Junior
First Referee: Marcelo Dias Sanches
Second Referee: Maria Marta Sarquis Soares
Third Referee: Joao Roberto de Sa
metadata.dc.contributor.referee4: Adriana Aparecida Bosco
Abstract: Justificativa: A identificação dos sujeitos transplantados de pâncreas que estão sob risco de retornar ao estado diabético por perda do enxerto ou por qualquer outra causa é difícil e, muitas vezes, adiada. Os parâmetros bioquímicos disponíveis e as ferramentas de imagem ainda carecem de precisão para o diagnóstico precoce da deficiência do pâncreas transplantado. Objetivos: O presente trabalho objetivou estudar diferentes ferramentas de monitorização do metabolismo glicêmico (métodos tradicionais e o sistema de monitorização contínua da glicose-CGMS) em pacientes portadores de transplante de pâncreas (TXP) [Transplante de pâncreas isolado (TPI) e transplante simultâneo rim-pâncreas (TRP)] com enxertos funcionantes. Método: Foram feitos dois estudos transversais seguidos por um estudo observacional prospectivo. O primeiro estudo transversal se constituiu na análise comparativa dos resultados dos seguintes testes tradicionais de avaliação do metabolismo glicêmico entre pacientes portadores de TPI e TRP funcionantes: teste oral de tolerância à glicose (TOTG), dosagem do peptídeo C, hemoglobina glicada (A1C), insulina (INS), função renal e dos lípides séricos. O segundo estudo transversal utilizou o CGMS, comparando os resultados em um subgrupo de pacientes de cada um dos tipos de transplantes e também em grupos-controle: indivíduos saudáveis (IS) (controle negativo) e diabéticos tipo 1 em tratamento intensivo (MDI) (controle positivo). No estudo longitudinal de cinco anos, analisou-se a incidência de rejeição do enxerto pancreático, quando então se buscou co-relacionar os dados de desfecho por perda do enxerto com os dados basais do CGMS. Resultados: Sessenta e quatro pacientes (46 TRP e 18 TPI) participaram do primeiro estudo transversal, tendo 39,8±9,3 anos de idade, sendo predominantemente do sexo masculino (60,9%) e possuindo seguimento médio de 25,4±10,4 meses após o transplante. A maioria dos pacientes com transplante de pâncreas funcionantes a longo prazo, embora hiperinsulinêmicos (INS= 14,4± 9,1 uU/mL), mantiveram bom controle da glicose sem o uso de insulina exógena ou antidiabéticos orais (HbA1C=5,9± 0,7%). Não houve diferenças significativas relativas à glicose e ao perfil lipídico entre os grupos TPI e TRP, apesar dos pacientes com TPI apresentarem níveis mais elevados de tacrolimus (7,9± 2,7 vs 6,2± 2,0 ng/mL; p=0,01) e pior função renal (creatinina=1,8± 1,2 vs 1,2±0,7 mg/dL; p=0,04). Quarenta indivíduos realizaram o estudo com CGMS: 12 com TRP funcionantes, 10 com TPI funcionantes, 10 IS e 8 MDI. A concentração média da glicose intersticial e a variabilidade foram significativamente maiores no grupo MDI que nos demais grupos em todos os parâmetros estudados (p<0,05). Além disso, os grupos TPI e TRP apresentaram níveis mais elevados de glicose em relação ao IS (p<0,05). A comparação entre os grupos transplantados revelou maior concentração de glicose no TPI do que no grupo TRP (glicose média-72 horas: MDI= 141 ± 66,7 vs TPI= 101,5 ± 18,6 vs TRP= 98,1±18,8 vs IS= 93,6 ± 11,7 mg/dL; p < 0.05 para todas as comparações). A variabilidade glicêmica foi semelhante entre os grupos TPI, TRP e IS (13,2±13,4 vs 12,8±13,7 vs 11,7±10,5 mg/dL; respectivamente, p>0,05), mas foi superior no grupo MDI (42±39,1 mg/dL, p<0,05). Durante o período de seguimento, o grupo TPI apresentou maior taxa de perda do enxerto. Nesse grupo, o tempo de transplante e a média de glicose no CGMS basal eram maiores no grupo que retornaram ao estado diabético em comparação àqueles que permaneceram euglicêmicos (107,1 ± 22,3 vs 96,6 ± 16,5 mg/dL, p <0,05). Um nível de glicemia média no CGMS superior a 102 mg/dL foi o que teve maior acurácia na discriminação entre esses dois grupos de pacientes. Conclusão: Este estudo retrata uma potencial utilidade do CGMS como ferramenta para avaliar pacientes no período pós-transplante de pâncreas na detecção de alterações glicêmicas mais sutis e precoces, mas que podem ter significado clínico no seguimento a longo prazo.
Abstract: Background: The identification of pancreas transplant subjects who are at risk of returning to the diabetic state for graft loss or any other cause is difficult and often delayed. The available biochemical and imaging tools still lack precision for the early diagnosis of the disability of transplanted pancreas. Objectives: This study aimed to analyze different tools for monitoring glucose metabolism (traditional methods and continuous glucose monitoring system- CGMS) in patients with pancreas transplantation (PTX) [Pancreas Transplantation Alone (PTA) and Simultaneous Pancreas-Kidney Transplantation (SPK)] with functioning grafts. Methodology: There were two cross-sectional studies followed by a prospective observational study. The first study consisted in the comparative analysis of the following tests for assessment of glucose metabolism between functioning PTA and SPK patients: oral glucose tolerance test (OGTT), measurement of Cpeptide, HbA1C, insulin (INS), renal function and serum lipids. The second cross-sectional study used the CGMS, comparing the results in a subgroup of patients from each type of PTX to control groups: healthy individuals (HC) (negative control) and type 1 diabetic patients in intensive care (T1DM) (positive control). In a longitudinal study of five years, we analyzed the incidence of pancreatic graft loss, when it was sought to correlate the outcome with baseline data from the CGMS. Results: Sixty-four patients (46 SPK and 18 PTA) participated in the first study, with 39.8 ± 9.3 years old, predominantly male (60.9%) and having an average follow-up of 25.4 ± 10, 4 months after transplantation. Most patients with functioning pancreas transplant, maintained good glucose control without the use of exogenous insulin or oral antidiabetics (HbA1C = 5.9 ± 0.7%), although they were hyperinsulinemic (INS = 14.4 ± 9.1 uU / mL). No significant differences in glucose and lipid profile was found between SPK and PTA groups, although PTA patients had higher levels of tacrolimus (7.9 ± 2.7 vs 6.2 ± 2.0 ng/mL; p = 0.01) and worse renal function (creatinine = 1.8 ± 1.2 vs. 1.2 ± 0.7 mg/dL, p = 0.04). Forty subjects performed the study with CGMS: 12 with functioning SPK, 10 with functioning PTA, 10 HC and 8 T1DM. Mean concentration of interstitial glucose and variability were significantly higher in T1DM than in other groups in all parameters studied (p <0.05). Moreover, the PTA and SPK groups had higher levels of glucose compared to the HC (p <0.05). The comparison between the transplanted groups revealed a higher concentration of glucose in the PTA than in the SPK group (mean glucose-72 hours: T1DM= 141 ± 66.7 vs PTA=101.5 ± 18.6 vs SPK= 98.1± 18.8 vs HC= 93.6 ± 11.7 mg/dL, p <0.05 for all comparisons). The glycemic variability was similar among PTA, SPK and HC (13.2 ± 13.4 vs 12.8 ± 13.7 vs 11.7 ± 10.5 mg/dL respectively, p> 0.05), but was higher in the T1DM group (42 ± 39.1 mg/dL, p <0.05). During the prospective study, PTA group had higher graft loss rates. In this group, the time of transplant and the baseline CGMS mean glucose were higher in the group that returned to the diabetic state when compared to those who remained euglycemic (107.1 ± 22.3 vs 96.6 ± 16.5 mg/dL, p <0.05). A mean glucose level in the CGMS higher than 102 mg/dL had the greatest accuracy in discriminating between these two groups. Conclusion: This study depicts a potential usefulness of the CGMS as a tool to assess post-pancreas transplant patients in detecting subtle glycemic changes, which may have clinical significance in the long-term follow-up.
Subject: Diabetes mellitus tipo 1/complicações
Peptídeo C/sangue
Transplante de pâncreas/complicações
Automonitorização da glicemia/métodos
Glicemia/metabolismo
Sobrevivência de enxerto
Pancreas Cirurgia
language: Português
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
Rights: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-8GZMKX
Issue Date: 15-Dec-2010
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