Eficiência cerebral e velocidade de processamento de alunos dos Ensino Básico de Belo Horizonte, MG
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Editor
Universidade Federal de Minas Gerais
Descrição
Tipo
Dissertação de mestrado
Título alternativo
Primeiro orientador
Membros da banca
Amadeu Roselli Cruz
Eni Ribeiro da Silva
Eni Ribeiro da Silva
Resumo
A eficiência cerebral prediz diferenças individuais no desempenho cognitivo, podendo
ser determinada pela atividade neuronal e consequente consumo energético do cérebro durante
a realização de tarefas. Um dos importantes parâmetros de medida dessa eficiência é a
velocidade de processamento, componente básico no estudo das diferenças individuais na
inteligência. Considerando-se a realização de tarefas cognitivas simples, indivíduos mais
rápidos apresentam menor ativação neuronal e, portanto, melhor eficiência cerebral. Dessa
forma, é possível estabelecer uma relação positiva entre a velocidade com que as tarefas
cognitivas simples são executadas e inteligência. O objetivo principal desse trabalho foi
verificar a ocorrência de uma melhor eficiência cerebral em crianças brasileiras, em dois
períodos distintos, através de medidas de tempo de reação. Para tanto, os dados obtidos em um
estudo anterior, realizado em 2005 pelo Laboratório de Avaliação das Diferenças Individuais –
LADI/UFMG, foram utilizados para efeito de comparação com o desempenho de crianças
escolares em 2017/2018. A fim de emparelhar a amostra atual com a de 2005, testou-se 198
alunos com idade entre dez e quinze anos, matriculados na rede básica de ensino de Belo
Horizonte, com o Teste das Matrizes Progressivas de Raven – Escala Geral. A amostra
finalmente comparada foi constituída de 48 criancas avaliadas em 2005 e 48 criancas avaliadas
em 2017/2018. A medida de Tempo de Reação foi obtida pela execução de uma tarefa de
Discriminação Perceptual Informatizada. Os sujeitos também foram submetidos à uma
Avaliação de Comportamentos Disruptivos Externalizantes através da Escala de Déficit de
Atenção e Hiperatividade, a mesma medida utilizada em 2005. Pese ao esforço de
emparelhamento em idade e nível socioeconômico, as variáveis sexo e hiperatividade tiveram
maior influência sobre a amostra de 2017 do que sobre a amostra de 2005. Os resultados finais
indicaram que as amostras não diferiram significativamente no desempenho cognitivo ao longo
de 12 anos de intervalo. De forma semelhante, não houve diferenças estatisticamente
significativas entre as amostras nos tempos gastos para tomada de decisão. Isto provavelmente
se deve à correlação significativa entre tempo de reação e desempenho cognitivo (-0,33 em
2005 e -0,38 em 2017/2018). Conclui-se haver uma relação íntima entre desempenho cognitivo
e velocidade de processamento, assim como há a necessidade de se controlar aspectos
comportamentais das amostras em estudos que pretendam identificar ganhos cognitivos ao
longo do tempo.
Abstract
Brain efficiency predicts individual differences in cognitive performance, which can be
determined by neuronal activity and consequent brain energy consumption during tasks.
One of the important parameters of measurement of this efficiency is the processing
speed, a basic component in the study of the individual differences of intelligence.
Considering the accomplishment of simple cognitive tasks, faster individuals present less
neuronal activation and, therefore, better brain efficiency. In this way, it is possible to
establish a positive relation between the speed at which simple cognitive tasks are
performed and intelligence. The main objective of this study was to verify the occurrence
of a better cerebral efficiency in Brazilian children, at two different periods, through
measures of reaction time. Therefore, the data obtained in an earlier study, carried out in
2005 by the Laboratory for Evaluation of Individual Differences - LADI / UFMG, were
used to compare the performance of schoolchildren in 2017/2018. In order to match the
current sample with that of 2005, 198 students aged between 10 and 15 years, enrolled in
the public education system of Belo Horizonte, were tested with the Raven’s Progressive
Matrices Test - General Scale. The sample finally compared was composed of 48 children
evaluated in 2005 and 48 children evaluated in 2017/2018. Reaction Time measurement
was obtained by performing a Computerized Perceptual Discrimination task. Subjects
also underwent an Out-of-Network Disruptive Behavior Assessment using the Attention
Deficit and Hyperactivity Disorder Scale, the same measure used in 2005. Despite the
matching effort in age and socioeconomic level, the gender and hyperactivity genders had
a greater influence on the sample than in the 2005 sample. The final results indicated that
the samples did not differ significantly in cognitive performance over a 12-year interval.
Similarly, there were no statistically significant differences between the samples at the
time spent for decision-making. This is probably due to the significant correlation
between reaction time and cognitive performance (-0.33 in 2005 and -0.38 in 2017/2018).
We conclude that there is an intimate relationship between cognitive performance and
processing speed, as there is a need to control behavioral aspects of the samples in studies
that intend to identify cognitive gains over time.
Assunto
Neurociências, Inteligência, Cognição
Palavras-chave
Eficiência Cerebral, Desempenho Cognitivo, Inteligência, Velocidade de Processamento