Ações para a prevenção e controle da resistência bacteriana em hospitais de grande porte de Minas Gerais
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Editor
Universidade Federal de Minas Gerais
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Tipo
Dissertação de mestrado
Título alternativo
Primeiro orientador
Membros da banca
Maria Clara Padoveze Fonseca Barbosa
Vanessa de Andrade Stempliuk
Andréia Nogueira Delfino
Vanessa de Andrade Stempliuk
Andréia Nogueira Delfino
Resumo
As infecções relacionadas à Assistência à Saúde são eventos adversos que comprometem
a segurança dos pacientes. Aproximadamente 70% delas são associadas a
microrganismos resistentes aos antibióticos. Mesmo com as recomendações para sua
prevenção, as taxas de infecção por bactérias resistentes e sua disseminação continuam
alarmantes e podem estar correlacionadas a fatores do contexto organizacional e a não
adesão às recomendações das diretrizes nacionais e internacionais. Diante disso,
objetivou-se avaliar como tem se dado, na prática clínica dos hospitais de grande porte
do Estado de Minas Gerais, a adoção às medidas de prevenção e controle da disseminação
da resistência bacteriana. Foi realizado um estudo transversal nos hospitais gerais de
grande porte de Minas Gerais, no período de fevereiro de 2018 a abril de 2019. O projeto
foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais
(CAAE: 30782614.3.0000.5149). A participação das instituições se deu de forma
voluntária e, após consentimento do seu responsável legal, realizaram-se entrevistas com
gestores, coordenadores do controle de infecções, do núcleo de segurança do paciente,
das unidades de internação e das unidades de terapia intensiva. Paralelo às entrevistas,
foram observadas as unidades assistenciais dos hospitais quanto à adoção às medidas de
prevenção e controle da resistência bacteriana pela equipe multiprofissional, comparando
a política e a cultura organizacional da instituição, para o enfrentamento do problema em
questão na prática clínica. Foram elegíveis 30 hospitais. Observou-se o predomínio de
instituições na macrorregião Centro (43,3%; N=13), não acreditadas (63,3%; N=19) e
com nível de complexidade alta-média (60,0%; N=18). O número total de leitos variou
entre 348 a 1080. Sobre as ações de prevenção e controle da resistência bacteriana 86,7%
(N=26) dos hospitais, utilizavam culturas de vigilância e 73,3% (N=22) adotavam
medidas de descolonização; 93,3% (N=28) afirmaram instituir precaução de contato para
pacientes portadores de bactérias resistentes e 60,0% (N=18) identificavam tais leitos;
56,7% (N=17) mantinham o paciente em isolamento e 30,0% (N=09) individualizavam
os artigos adotados para assistência. No tocante à orientação de antibióticos, 93,3%
(N=28) possuíam protocolos para profiláticos e 86,7% (N=26) realizavam auditorias;
86,7% (N=26) para terapêuticos e 83,3% (N=25) executavam auditorias. Evidenciou-se
que, em 58,3% (N=35) dos postos de enfermagem, sabão e álcool estavam lado a lado
nas pias e que 96,7% (N=58) dos profissionais de saúde das unidades não possuíam álcool
em gel em almotolias de bolso. A verificação das condutas das instituições diante da
contenção da resistência se deu por meio de um escore que avaliou o hospital quanto à
existência de protocolos e auditoria de antibióticos, ao conhecimento dos cinco momentos
de higienização das mãos, à identificação das precauções padrão e de contato, o que levou
à classificação de 83,3% (N=25) dos hospitais como adesão parcial, 13,3% (N=04)
deficiente e 3,4% (N=01) não adotam as medidas de prevenção da resistência bacteriana.
As medidas para a contenção da resistência bacteriana não estão consolidadas na prática
clínica dos hospitais.
Abstract
Health Care Infections are adverse events that compromise patient safety. Approximately
70% of them are associated with antibiotic-resistant microorganisms. Even with
recommendations for their prevention, rates of infection by resistant bacteria and their
spread remain alarming and may be correlated with organizational context factors and
non-adherence to the recommendations of the national and countries. The objective of
this study was to evaluate the adoption, in the clinical practice of large hospitals in the
State of Minas Gerais, of measures to prevent and control the spread of bacterial
resistance. A cross-sectional study was carried out at large general hospitals in Minas
Gerais from February 2018 to April 2019. The project was approved by the Ethics and
Research Committee of the Federal University of Minas Gerais (CAAE:
30782614.3.0000.5149). Participation of the institutions occurred voluntarily and after
the consent of their legal guardian, interviews were conducted with managers, infection
control coordinators, the patient safety nucleus, the hospitalization units and the intensive
care units. Parallel to the interviews, hospital care units were observed regarding the
adoption of measures for prevention and control of bacterial resistance by the
multiprofessional team, comparing the institution's policy and organizational culture, in
order to address the problem in clinical practice. 30 hospitals were eligible. It was
observed the predominance of institutions in the central macro-region (43.3%, N = 13),
non-accredited (63.3%, N = 19) and high-medium complexity level (60.0%, N = 18).
Regarding the actions of prevention and control of bacterial resistance, 86.7% (N = 26)
of the hospitals used surveillance cultures and 73.3% (N = 22) adopted measures of
decolonization; 93.3% (N = 28) reported establishing contact precaution for patients with
resistant bacteria and 60.0% (N = 18) identified such beds; 56.7% (N = 17) kept the
patient in isolation and 30.0% (N = 09) individualized the articles adopted for care.
Concerning the orientation of antibiotics, 93.3% (N = 28) had protocols for prophylactics
and 86.7% (N = 26) performed audits; 86.7% (N = 26) for therapeutic and 83.3% (N =
25) performed audits. It was evidenced that in 58.3% (N = 35) of the nursing, soap and
alcohol stations were side by side in the sinks and that 96.7% (N = 58) of the health
professionals of the units did not have gel alcohol in pocket pockets. The verification of
the behavior of the institutions against the restraint of resistance occurred through a score
that evaluated the hospital for the existence of protocols and audit of antibiotics,
knowledge of the five moments of hand hygiene, identification of standard and contact
precautions, which led to the classification of 83.3% (N = 25) of the hospitals as partial
adherence, 13.3% (N = 04) deficient and 3.4% (N = 01) did not adopt measures of
prevention of bacterial resistance, demonstrating that the measures are not adopted
integrally in clinical practice.
Assunto
Farmacorresistência Bacteriana
Palavras-chave
Infecção Hospitalar, Resistência bacteriana a antibióticos, Segurança do Paciente
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