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http://hdl.handle.net/1843/31962
Type: | Dissertação |
Title: | Melhoramento cognitivo e pessoalidade : a ética do uso das smart pills |
Authors: | Isabela Cristina Passos e Possas |
First Advisor: | Brunello Souza Stancioli |
First Co-advisor: | Telma de Souza Birchal |
First Referee: | Daniel Mendes Ribeiro |
Second Referee: | Jose Costa Junior |
Abstract: | Nossa investigação tomou como objeto a pessoalidade humana no contexto do desenvolvimento e do uso das smart pills. O objetivo foi discutir a dinâmica do uso dessas pílulas na cultura ocidental contemporânea guiada pelo conjunto de valores denominado “Ética da autenticidade” por Taylor (1991). Nesse contexto governado majoritariamente por modelos de sociedades capitalistas liberais, valoriza-se a produção (de mercadorias ou de conhecimentos) e o lucro. Os indivíduos que constituem tais sociedades estão sempre sob influência desses valores produtivistas e, apesar de poderem refletidamente escolher ir de encontro aos valores vigentes, uma maioria parece dar-lhes assentimento. Adotando planos de vida que visam sucesso acadêmico, profissional e financeiro, as pessoas estão constantemente em competição, pois a consecução do sucesso de seu desempenho muitas vezes está condicionada ao fracasso dos outros. É preciso ser melhor; é preciso ser extraordinário para ser o que se deseja ser. Nesse contexto, então, as smart pills aparecem como uma saída ao desempenho ordinário. Inicialmente produzidas para a terapia de deficiências do sistema nervoso, como o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade, após a descoberta de que também têm efeito potencializador em pessoas saudáveis, essas substâncias têm sido cada vez mais procuradas para fins de melhoramento. Dispondo de teorias sobre o desenvolvimento da pessoalidade humana e de conceitos da neurociência para explicar em que consiste a cognição e os tratamentos/melhoramentos cognitivos, passamos nossa investigação para o campo da neuroética para, enfim, discutir a ética do uso das smart pills. Falamos sobre as questões do risco, da justiça, da identidade e da autenticidade. Partindo da concepção de Taylor (1985b) sobre a formação da pessoa como animal autointérprete, concluímos que o aumento do uso das smart pills pode tanto constituir uma forma de autodeterminação e autorrealização das pessoas de nosso tempo como um sintoma da pressão social que tem imposto valores de produtividade a nossas vidas. A reflexão que fica é exatamente sobre como esses valores têm guiado-nos no contexto contemporâneo e sobre como é possível revê-los e, a partir do exame de nossa cultura, continuar a dar assentimento a eles ou a transformá-los. |
Abstract: | Our research has focused on human personhood in the context of smart pills’ development and use. The objective was to discuss the dynamics of these pills’ use in contemporary western culture guided by the set of values which Taylor (1991) called "Ethics of Authenticity." In this context, governed mainly by liberal capitalist society models, production (of goods or knowledge) and profit are valued. Individuals who constitute such societies are always under the influence of these productivist values, and although they may reflectly choose to go against prevailing values, a majority seems to agree with them. By adopting life plans that aim for individual academic, professional, and financial success, people are constantly in competition against each other. Succeeding is often conditioned by the failure of others. We must be better; we have to be extraordinary to be what we want to be. In this context, then, smart pills appear as an output to ordinary performance. Initially produced for therapy of nervous system disabilities such as Attention Deficit Hyperactivity Disorder, these substances have been increasingly sought for improvement purposes after the discovery that they also have a potentiating effect on healthy people. Featuring theories about the development of human personhood and neuroscience concepts to explain what cognition and cognitive treatments/enhancements consist of, we move our research into the field of neuroethics to finally discuss the ethics of using smart pills. We talk about the issues of risk, justice, identity and authenticity. Based on Taylor's (1985b) conception of the person as a self-interpreting animal, we conclude that the increased use of smart pills can be both a form of self-determination and self- fulfillment of people of our time and a symptom of social pressure that has imposed productivity values on our own lives. The reflection that remains is how these values have guided us in the contemporary context and how it is possible to revise them and, from the examination of our culture, continue to give assent to them or transform them. |
Subject: | Filosofia Ética |
language: | por |
metadata.dc.publisher.country: | Brasil |
Publisher: | Universidade Federal de Minas Gerais |
Publisher Initials: | UFMG |
metadata.dc.publisher.department: | FAF - DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA |
metadata.dc.publisher.program: | Programa de Pós-Graduação em Filosofia |
Rights: | Acesso Aberto |
URI: | http://hdl.handle.net/1843/31962 |
Issue Date: | 9-Dec-2019 |
Appears in Collections: | Dissertações de Mestrado |
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