Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/1843/32028
Type: Dissertação
Title: Diferentes fases da infecção por Schistosoma mansoni afetam a susceptibilidade de macrófagos derivados de medula óssea a Leishmania (Leishmania) amazonensis in vitro
Authors: Genil Mororó Araújo Camelo Júnior
First Advisor: Déborah Aparecida Negrão-Corrêa
First Co-advisor: Maria Norma Melo
First Referee: Leda Quércia Vieira
Second Referee: Ricardo Toshio Fujiwara
Abstract: A esquistossomose e a leishmaniose são classificadas como doenças tropicais negligenciadas e afetam principalmente populações de baixa renda em áreas tropicais com difícil acesso a serviços de saúde. Além disso, a patologia de ambas as doenças é diretamente ligada à resposta imune do hospedeiro. Schistosoma mansoni, o agente etiológico da esquistossomose no Brasil, induz três diferentes respostas durante seu ciclo de vida: a fase pré-postural é caracterizada por uma resposta Th-1, enquanto as respostas nas fases aguda e crônica são predominantemente Th-2 e regulatória, respectivamente. Por sua vez, a leishmaniose tegumentar americana (LTA) corresponde a um espectro de doenças, indo desde úlceras localizadas e autolimitadas, até lesões múltiplas e desfigurantes. Uma forte resposta Th-1 é associada ao controle de Leishmania sp., mas leva a extenso dano tecidual. De outro lado, respostas Th-2 e regulatórias, ao passo que controlam o dano provocado pela resposta Th-1, favorecem o crescimento intracelular do parasito. L. (Leishmania) amazonensis é uma das diversas espécies que causam LTA, e suas regiões endêmicas se sobrepõem às áreas onde há transmissão de S. mansoni. Alguns trabalhos abordaram a coinfecção entre S. mansoni e Leishmania sp., evidenciando aumento na susceptibilidade de células, proeminência de resposta regulatória e pior resposta ao tratamento. No entanto, nenhum estudo até agora investigou as consequências de cada fase da esquistossomose no parasitismo intracelular de L. (L.) amazonensis em macrófagos. Camundongos BALB/c não infectados e com 3, 8 ou 12 semanas de esquistossomose foram eutanasiados para recuperação de células da medula óssea e cultivo na presença de meio condicionado de células L929 para induzir a diferenciação de macrófagos. Macrófagos derivados da medula óssea dos diferentes grupos experimentais foram plaqueados em placas de 24 poços contendo lamínulas de vidro e infectados com promastigotas de fase estacionária de L. (L.) amazonensis, na proporção de 10 promastigotas por célula. Foram, também, mantidas células não infectadas. As lamínulas foram fixadas e coradas com 48 e 72 horas após infecção. Sobrenadante de cultura foram coletados com 24, 48 e 72 horas pós-infecção. Mesmo que a porcentagem de macrófagos infectados não tenha diferido entre os grupos, macrófagos recuperados de animais na fase aguda da esquistossomose tiveram número maior de amastigotas intracelulares, acompanhada de menor produção de óxido nítrico por essas células. Não foram achadas diferenças na atividade de arginase nem nos níveis de IL-10. Durante a fase pré-postural, o sobrenadante de macrófagos teve maiores concentrações de TGF-β e CCL5, enquanto a infecção na fase aguda levou apenas a um aumento de TGF-β. A infecção crônica promoveu aumento de TGF-β e CXCL2, mas níveis menores de CCL5 que no grupo controle. Esses resultados claramente mostram que todas as fases da infecção de S. mansoni são capazes de influenciar a maturação de macrófagos e como essas células respondem à infecção in vitro por L. (L.) amazonensis. Efeitos a longo prazo na LTA também podem acontecer devido a recrutamento e ativação divergentes de células por macrófagos infectados. Juntos, esses resultados mostram a importância de estudos sobre a coinfecção por S. mansoni e L. (L.) amazonensis, já que os mecanismos envolvidos nesse processo ainda têm de ser mais bem explorados.
Abstract: Schistosomiasis and leishmaniasis are classified as neglected tropical diseases and affect mostly tropical, low-income populations that lack access to proper health care. As a further matter, both diseases have their pathogenesis directly linked to the host’s immune response. Schistosoma mansoni, the etiologic agent of schistosomiasis in Brazil, elicits three different immune response types during its life cycle: the pre-postural phase is characterized by a Th-1 immune response, while acute and chronic phases are predominantly marked by a Th-2 and a regulatory response, respectively. On its turn, American tegumentary leishmaniasis (ATL) corresponds to a spectrum of diseases, ranging from localized, self-healing ulcers to multiple, disfiguring lesions. A strong Th-1 response is associated with Leishmania sp. control, but leads to extensive tissue damage. Au contraire, Th-2 and regulatory responses, while limiting Th-1-driven damage, favour the parasite’s intracellular growth. L. (Leishmania) amazonensis is one of several Leishmania species that cause ATL, and its endemic regions overlap with S. mansoni transmission areas. Some works have addressed S. mansoni and Leishmania sp. coinfection and have shown enhanced cell susceptibility, preeminence of a regulatory immune response and worse response to treatment. However, no study up until now has investigated the consequences of each phase of schistosomiasis in the intracellular parasitism of L. (L.) amazonensis in macrophages. BALB/c mice uninfected or after 3, 8 and 12 weeks of S. mansoni infection were euthanized in order to recover bone marrow cells, which were cultured in the presence of L929 conditioned medium to induce macrophage differentiation. Macrophages were then plated on round coverslips in 24-well plates and infected with L. (L.) amazonensis stationary phase promastigotes, 10 promastigotes per cell. Replicas from each experimental group were kept uninfected. Coverslips were fixed and stained at 48 and 72 hours post-infection. Culture supernatants were collected with 24, 48 and 72 hours post-infection. Although the percentage of infected macrophages showed no difference between groups, macrophages recovered form animals with acute schistosomiasis had an increased number of intracellular amastigotes, accompanied by lower nitric oxide production. No differences were found in arginase activity and IL-10 levels. During pre-postural infection, macrophages showed higher concentrations of TGF-β and CCL5 in culture supernatant, while acute infection lead only to higher TGF-β levels. Chronic infection had increased TGF-β and CXCL2 concentrations, while its CCL5 levels were lower than the control group. These results clearly show that all S. mansoni infection phases differently influence macrophage maturation and how these cells respond to L. (L.) amazonensis infection in vitro. Long-term effects on ATL may also happen due to divergent cell recruitment and activation by infected macrophages. Together, these results further show the importance of studies revolving around S. mansoni and L. (L.) amazonensis coinfection, for the mechanisms involved in this process are yet to be better understood.
Subject: Parasitologia
Esquistossomose
Leishmaniose
Coinfecção
Resposta imune
language: por
metadata.dc.publisher.country: Brasil
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
metadata.dc.publisher.department: ICB - DEPARTAMENTO DE PARASITOLOGIA
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Parasitologia
Rights: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/32028
Issue Date: 24-Oct-2019
Appears in Collections:Dissertações de Mestrado

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