Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/1843/32175
Type: Dissertação
Title: Índice glicêmico e carga glicêmica: associação com doenças crônicas não transmissíveis e valores em fórmulas enterais industrializadas
Authors: Jéssica Abdo Gonçalves Tosatti
First Advisor: Flávia Moraes Silva
First Referee: Simone de Vasconcelos Generoso
Second Referee: Estela Iraci Rabito
Abstract: Introdução: O índice glicêmico (IG) e a carga glicêmica (CG) são indicadores da qualidade do carboidrato e determinantes da resposta glicêmica pós-prandial. Dietas de elevado IG/ CG têm sido associadas ao maior risco de diversas doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Os valores de IG dos alimentos estão compilados em tabelas e a CG é calculada a partir do IG e da quantidade de carboidrato disponível na porção de alimento consumida. No entanto, os valores de fórmulas enterais comumente utilizadas na prática clínica não constam nessas tabelas. Objetivos: A presente dissertação teve dois objetivos principais: 1. Revisar as evidências científicas acerca do papel do IG e CG no risco de DCNT e 2. Determinar o IG de fórmulas enterais comumente utilizadas na prática clínica. Métodos: Foram realizados dois estudos. Para atender ao primeiro objetivo foi conduzido um overview de revisões sistemáticas de estudos observacionais com metanálise que avaliaram a associação entre IG/ CG e risco de DCNT, em adultos saudáveis, a partir de uma busca da literatura científica nas bases de dados PubMed, Cochrane Central e Scopus. O protocolo do overview foi conduzido de acordo com as diretrizes Cochrane, sendo todas as etapas realizadas por dois revisores de forma independente e utilizada ficha padronizada para a coleta de dados. A qualidade metodológica das revisões sistemáticas elegíveis foi avaliada pelo questionário Assessing the Methodological Quality of Systematic Reviews (AMSTAR) e uma análise qualitativa dos resultados foi realizada. Para atender ao segundo objetivo, foi conduzido um ensaio clínico randomizado (ECR) em que foi determinado o IG de nove fórmulas enterais de acordo com o protocolo preconizado pela FAO/OMS. Para tanto, foi ofertada a cada participante a quantidade de fórmula enteral e de solução de glicose equivalente a 25 gramas de carboidrato disponível, tendo como alimento referência a solução de glicose. Cada participante realizou o teste de duas fórmulas e da solução de glicose, cuja ordem foi estabelecida aleatoriamente. A área sob a curva (AUC) da resposta glicêmica das fórmulas enterais, e da solução de glicose, foi determinada a partir da regra trapezoidal e o IG foi calculado a partir da razão entre as AUC, sendo o valor multiplicado por 100 para que o IG fosse expresso em percentual. O coeficiente de variação interindividual para o IG foi determinado. Resultados: Foram identificados 711 artigos na busca inicial, dentre os quais 22 preencheram os critérios de inclusão para o overview. Foi observada associação positiva entre dietas de alto IG/ CG e risco de doença cardiovascular [n = 4; alta CG (ACG) em todos os estudos, alto IG (AIG) em 3 estudos], acidente vascular cerebral (AVC) (n = 3; ACG em todos os estudos; AIG em nenhum estudo); diabetes tipo 2 (n = 3; ACG em dois estudos, AIG em todos os estudos), e câncer (n = 11; ACG em 3 estudos, AIG em 5 estudos). O aumento no risco de DCNT variou de 5 a 38%. Quarenta adultos saudáveis (85% mulheres; 27,07±6,72 anos) participaram do ECR para a determinação do IG. O IG das fórmulas enterais variou de 35,40% a 94,89%. Quatro fórmulas enterais apresentaram AIG (Nutrienteral 1.5®, Novasource GI Control®, Diamax®, Isosource Soya®), duas IG intermediário (Fresubin 1.2 HP Fibre®, Nutrison Energy Multifiber 1.5®) e três baixo IG (Trophic 1.5®, Glucerna®, Novasource GC HP®). Conclusão: De acordo com o overview, existem evidências consistentes que suportam a importância de reduzir o IG/ CG das dietas como uma estratégia adicional para minimizar o risco de DCNT, considerando a associação positiva observada entre dietas de AIG/ ACG e risco de doença cardiovascular, diabetes melito tipo 2, AVC, câncer de mama e endométrio. Ademais, o IG de fórmulas enterais comumente utilizadas na prática clínica variou entre 35 e 95% e esta informação nutricional deveria ser ponderada na prescrição dietética de pacientes em terapia nutricional enteral.
Abstract: Introduction: The glycemic index (GI) and glycemic load (GL) are indicators of carbohydrate quality and determinants of postprandial glycemic response. High GI/ GL diets have been associated with increased risk of various non-communicable diseases (NCDs). The GI values of foods are compiled into tables and the GL is calculated from the GI and the amount of carbohydrate available in the portion of food consumed. However, the GI and GL values of enteral formulas commonly used in clinical practice are not included in these tables. Aims: The present dissertation had two main aims: 1. To review the scientific evidence about the role of GI and GL in the risk of NCDs and 2. To determine the GI of enteral formulas commonly used in clinical practice. Methods: Two studies were performed. In order to meet the first aim, an overview of systematic reviews with meta-analysis of observational studies that evaluated the association between GI/ GL and risk of NCDs in healthy adults was conducted through of a search of the scientific literature in PubMed, Cochrane Central and Scopus. The overview protocol was conducted according to Cochrane guidelines, two reviewers performed all steps independently and a standardized data collection form was used to data extraction. The methodological quality of the eligible systematic reviews was assessed by the Assessing the Methodological Quality of Systematic Reviews (AMSTAR) questionnaire and a qualitative analysis of the results was performed. In order to meet the second objective, a randomized clinical trial (RCT) was conducted in which the GI of 10 enteral formulas was determined according to the protocol recommended by the FAO/ WHO, glucose solution as food reference, being offered to each participant the quantity enteral formula and glucose solution equivalent to 25 grams of available carbohydrate. Each participant tested two formulas and the glucose solution, whose order was established at random. The incremental area under the curve (IAUC) of the glycemic response of the enteral formulas and the glucose solution was determined from the trapezoidal rule and the GI was calculated from the IAUC ratio, the value multiplied by 100 for the GI to be expressed as a percentage. The inter-individual coefficient of variation for the GI was determined. Results: 711 articles were identified in the initial search and 22 met the inclusion criteria for the overview. A positive association was observed between the consumption of high GI / CG diets and cardiovascular disease risk [n = 4; high GL (HGL) in all studies, high GI (HGI) in 3 studies], stroke (n = 3; (n = 3, HGL in 2 studies, HGI in all studies), and cancer (n = 11, HGL in 3 studies, HGI in 5 studies). The increased risk of NCDs ranged from 5 to 38%. Forty healthy adults (85% women, 27.07±6.72 years) participated in the RCT for the determination of GI. The GI of the enteral formulas ranged from 35.40% to 94.89%. Four enteral formulas presented HGI (Nutrienteral 1.5®, Novasource GI Control®, Diamax®, Isosource Soya®), two intermediate GI (Fresubin 1.2 HP Fibre®, Nutrison Energy Multifiber 1.5®) and three low GI (Trophic 1.5®, Glucerna®, Novasource GC HP®). Conclusion: According to the overview there is consistent evidence supporting the importance of reducing dietary GI/ GL as an additional strategy to minimize the risk of NCDs considering the positive association observed between HGI/ HGL diets and risk of cardiovascular disease, type diabetes 2, stroke, breast and endometrial cancer. In addition, the GI of enteral formulas commonly used in clinical practice varied between 35 and 95% and this nutritional information should be considered in the dietary prescription of patients in enteral nutritional therapy.
Subject: Índice Glicêmico
Carga Glicêmica
Doenças Não Transmissíveis
Alimentos Formulados
Nutrição Enteral
language: por
metadata.dc.publisher.country: Brasil
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
metadata.dc.publisher.department: ENF - DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Saúde
Rights: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/32175
Issue Date: 23-Feb-2018
Appears in Collections:Dissertações de Mestrado

Files in This Item:
File Description SizeFormat 
Dissertação_Jessica Abdo Gonçalves Tosatti.pdf967.38 kBAdobe PDFView/Open


Items in DSpace are protected by copyright, with all rights reserved, unless otherwise indicated.