O papel de uma atividade de ensino por investigação de imunologia nas aulas de cursos das áreas de ciências biológicas e da saúde
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Universidade Federal de Minas Gerais
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Tese de doutorado
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Resumo
O presente trabalho se alinha aos estudos epistemológicos do ensino científico, cuja concepção de aprendizagem se projeta para além do produto, ou seja, da formação conceitual e considera também os processos e as práticas científicas. Tendo em vista uma educação em Imunologia para a formação profissional dentro dos cursos de Ciências Biológicas e da Saúde, nós argumentamos a favor da tomada de elementos da epistemologia da Imunologia como ferramenta de ensino e aprendizagem. Assim, nós planejamos uma sequência didática investigativa que promova oportunidades para os estudantes vivenciarem dois desses aspectos: experimentação e abstração. Nossa atividade traz a análise de dados experimentais obtidos de uma técnica típica da Imunologia, “o ensaio para a avaliação da fixação do complemento”, como pré-requisito para a resolução do problema de investigação. Nosso objetivo é verificar quais elementos da prática científica da Imunologia são apropriados pelos estudantes durante a realização da atividade. Mais especificamente, desejávamos compreender como os discursos são construídos epistemologicamente no ambiente de aprendizagem, o quanto isso se assemelha ao desejado pela cultura científica e o que precisamos acessar para melhorar a qualidade epistêmica desses discursos. Para isso, nós analisamos quais são as práticas epistêmicas mobilizadas pelos estudantes durante a formulação de argumentos escritos nos relatórios científicos produzidos durante a execução da investigação. A nossa ferramenta de análise de argumentos foi construída a partir da descrita em Kelly e Takao (em Epistemic levels in argument: An analysis of university oceanography students' use of evidence in writing. Science Education, 86(3), 314-342) e nos permitiu avaliar o status epistêmico das afirmações dos estudantes. Como resultado, nós observamos que os estudantes aderem às convenções de gênero da escrita científica, quando constroem sentenças que relacionam as observações experimentais particulares com as asserções teóricas de maior generalidade. Entretanto, nossas análises apontam para dificuldades dos estudantes em utilizar no texto escrito as evidências obtidas das inscrições não-verbais. Isso sugere que é necessário um maior número de atividades ativas que propiciem a compreensão da forma como os dados são amarrados no texto e da relevância do uso de dados para a retórica científica. Além disso, nós observamos que em alguns relatórios as conclusões não perpassam uma resposta ao problema de investigação, sugerindo que a recuperação dos elementos motivadores da investigação também é um movimento sofisticado que deve ser motivado dentro do treinamento na escrita científica. Nossos achados reforçam a importância de se trabalhar a abstração dentro de sequências didáticas que visem uma formação para a aquisição de competências científicas dentro da Imunologia
Abstract
This work aligns with epistemological studies of science education, whose conception of
learning has shifted from learning as a product (conceptual understanding) to learning as
scientific processes and practices. Based on the educational goals for professional training in
Immunology within Biological Sciences and Health courses, we propose taking into account
elements of the epistemology of Immunology as teaching and learning tools. Thus, we devised
a didactic investigative sequence that provides experience for students in two of these aspects:
experimentation and abstraction. Our activity engaged students in the analysis of experimental
data obtained from a typical Immunology technique, "the complement fixation assay", as a
prerequisite for the inquiry-problem solving. Our aim was to determine which elements of the
scientific practice of Immunology are used by students during the activity. More specifically,
we wanted to understand how discourses are constructed epistemologically in the learning
environment, how much they resemble those desired by scientific culture and what we need to
access in order to improve the epistemic quality of these discourses. To that end, we analyzed
the epistemic practices used by students during the construction of written arguments in the
scientific reports produced during the investigation. Our tool for argument analysis was
developed from one described by Kelly and Takao (in Epistemic levels in argument: An
analysis of university oceanography students' use of evidence in writing, Science Education, 86
(3), 314-342), which allowed us to evaluate the epistemic status of students’ statements. As a
result, we observed that students adhered to the genre conventions of scientific writing when
constructing sentences that relate to particular experimental observations to more general
theoretical assertions. However, our analysis points to students' difficulties in using evidence
obtained from non-verbal inscriptions while producing the written text. This suggests a need
for a greater number of active-learning activities to provide instruction for how data are tied to
the text and about the relevance of the data to scientific rhetoric. In addition, we noted that in
some reports the conclusions do mention a response to the research problem, suggesting that
reconsidering the steps that make up the experiment is also a sophisticated epistemology that
should be encouraged in scientific writing training. Our findings reinforce the importance of
improving abstraction-skills within active-learning activities in Immunology science education.
Assunto
Bioquímica, Imunologia, Conhecimento, Aprendizagem, Domínios Científicos
Palavras-chave
Bioquímica e Imunologia
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