Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/1843/32998
Tipo: Dissertação
Título: Uso de culturas de células tronco mesenquimais de ratos como modelo para elucidar a patogênese da metaplasia óssea e das alterações ósseas induzidas pela intoxicação por Solanum glaucophyllum
Autor(es): Fabrício Gomes Melo
Primeiro Orientador: Rogéria Serakides
Primeiro Coorientador: Natália de Melo Ocarino
Primeiro membro da banca : Marília Melo Martins
Segundo membro da banca: Amanda Maria Sena Reis
Terceiro membro da banca: Natália de Melo Ocarino
Resumo: As plantas calcinogênicas têm importância na medicina veterinária mundial por conterem glicosídeos, que após a sua ingestão, liberam metabólitos da vitamina D, potencialmente nocivos. No Brasil, as espécies Solanum glaucophyllum (S. malacoxylon) e Nierembergia veitchii são responsáveis pela calcinose enzoótica, intoxicação de caráter endêmico que acomete ruminantes. A calcinose é caracterizada pela calcificação de tecidos moles e está frequentemente associada à metaplasias óssea e cartilaginosa. A hipótese do primeiro experimento é que as células tronco mesenquimais (CTM) estejam envolvidas na gênese do processo de metaplasia óssea causado pela Solanum glaucophyllum, o que ainda carece de comprovação científica. Além da metaplasia, a intoxicação pela Solanum glaucophyllum causa alterações ósseas, representadas por osteopetrose, osteonecrose e osteoporose. Por ser o osteoblasto uma célula que deriva da diferenciação osteogênica das CTM da medula óssea, a hipótese do segundo experimento é que a osteoporose induzida pela intoxicação por Solanum glaucophyllum seja decorrente não somente da ação da planta sobre os osteoblastos, como também do seu efeito sobre a diferenciação osteogênica das CTM. A concentração de 1,25(OH)2D3 obtida, por meio da técnica de cromatografia líquida, no extrato da planta foi de 3,8 µg/ml. Em ambos os experimentos, foram testados os efeitos de 100µl, 1ml e 5ml de extrato/L, contendo respectivamente, 1nM (0,4 µg/L), 10nM (4 µg/L) e 50nM (20 µg/L) de 1,25(OH)2D3. Foram realizados os seguintes ensaios: ensaio de MTT, atividade de fosfatase alcalina, determinação da porcentagem de células/campo, número de nódulos de mineralização em 50 campos e avaliação da expressão dos transcritos gênicos para osteopontina, sialoproteína óssea e BMP-2, por RT-PCR tempo real. No primeiro experimento,culturas de CTM da medula óssea foram utilizadas como modelo para estudo dos efeitos da Solanum glaucophyllum na indução da diferenciação osteogênica de células indiferenciadas. Na concentração de 5ml de extrato de Solanum glaucophyllum por litro de meio de cultura desprovido de fatores indutores da osteogênese, o extrato da planta induziu diferenciação osteogênica das CTM, comprovada pela maior síntese de matriz mineralizada e pelo aumento da expressão relativa dos transcritos gênicos para BMP-2. A diferenciação osteogênica induzida pelo extrato da planta foi estatisticamente semelhante à diferenciação induzida por meio de cultura contendo fatores que comprovadamente induzem osteogênese, representados pelo β-glicerofosfato, ácido ascórbico e pela dexametasona. Conclui-se que culturas de CTM da medula óssea de ratos são um bom modelo para estudar o efeito do extrato da Solanum glaucophyllum sobre a diferenciação osteogênica de células indiferenciadas e que os extratos de Solanum glaucophyllum contendo 10nM (4 µg/L) e 50nM (20 µg/L) de 1,25(OH)2D3 causam diferenciação osteogênica de CTM, sugerindo ser este um dos mecanismos pelo qual a Solanum glaucophyllum produz metaplasia óssea. No segundo experimento, a fim de estudar os efeitos da Solanum glaucophyllum em CTM submetidas à diferenciação em osteoblastos, diferentes concentrações do extrato da planta foram adicionadas ao meio de cultura, juntamente com fatores conhecidamente promotores de diferenciação osteogênica, representados pelo β-glicerofosfato, ácido ascórbico e pela dexametasona. Aos 21 dias, nas concentrações de 1ml e de 5ml de extrato/L, houve redução significativa do número e do tamanho dos nódulos de mineralização, respectivamente. A concentração de 5ml de extrato/L também reduziu significativamente a expressão do transcrito para osteopontina em comparação ao controle. Conclui-se que o extrato de Solanum glaucophyllum apresenta efeito negativo sobre culturas de células tronco mesenquimais comprometidas com a diferenciação osteogênica, o que sugere ser este um dos mecanismos pelo qual ocorre osteoporose nos animais intoxicados pela planta.
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Departamento: VET - DEPARTAMENTO DE CLÍNICA E CIRURGIA
Curso: Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
metadata.dc.rights.uri: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
URI: http://hdl.handle.net/1843/32998
Data do documento: 28-Fev-2019
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