Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/1843/33129
Tipo: Monografia (especialização)
Título: Revolução de 1930 em Belo Horizonte : violência e exclusão social
Autor(es): Jonas Rodrigues Frois
Primeiro Orientador: Rodrigo Patto Sá Motta
Resumo: No presente trabalho de pesquisa analisamos o confronto entre a Força Pública do Estado de Minas Gerais e o Exército brasileiro – 12º RI, em 1930, no bairro Prado, em Belo Horizonte, que resultou na morte de militares e, sobretudo, de cidadãos civis moradores da região do entorno do quartel, sem que estes tivessem qualquer envolvimento direto com o evento da Revolução. Busca-se, fundamentalmente, resgatar entre os civis mortos nesse confronto a história do Sr. João Severino Maia, meu avô materno, que, em casa, escondendo-se do tiroteio, com meu tio Oscar Maia de Oliveira, com um ano de idade em seus braços, foi atingido na cabeça por um tiro de fuzil, morrendo instantaneamente. Apresentamos, por meio de jornais e documentos oficiais da época, indícios que nos levem à comprovação dessas mortes fora dos limites do quartel do 12º BI. Nesse período, em razão do confronto, não há divulgação por parte das instituições do Estado da existência desses óbitos de civis, existindo uma grande exaltação dos militares da Força Pública por parte do governo de Minas Gerais, que também se lança em apoio ao golpe, tornando assim inevitável o confronto com os militares do Exército brasileiro, que se mantiveram na posição de defesa da Constituição Federal. Apesar da superioridade numérica da Força Pública do Estado, o confronto se prolongou além do esperado pelo governo estadual e da própria capacidade de resistência dos militares do exército. A violência e a intensidade com a qual os militares se enfrentaram durante o confronto do 12º RI revelaram muito do cotidiano da disputa frequente de poder entre as duas corporações, marcada por constantes rixas que resultavam em mortes entre ambas as partes. A redefinição do espaço urbano dos bairros da região que hoje compreende Barroca, Prado, Barro Preto, Calafate e Lourdes, estendendo até o bairro Cidade Jardim, se iniciou a partir do processo de reconstrução das instalações do quartel do 12º RI, extremamente afetadas pelos fuzis, metralhadoras e granadas utilizados no confronto. Isto nos parece um marco importante para compreendermos a enorme mudança na vida de centenas de trabalhadores que tiveram que sair de suas casas para morar em outras regiões da cidade de Belo Horizonte. Especialmente os moradores dos casebres e cafuas (como as favelas dos nossos dias) do bairro Barroca, que foram diretamente atingidos pelo tiroteio, pois ficavam muito próximos ao fogo cruzado entre as duas forças. Desde os anos 20 o poder público já desenvolvia algumas práticas de demolição dessas edificações, principalmente no polígono urbano, o que foi suficiente para barrar seu crescimento. No período de 30 essas práticas foram intensificadas, agora definindo a transferência desses moradores para novas áreas de ocupação fora da região urbana, o que demonstra a forma como os governos estadual e municipal trataram as questões de conflito pelos espaços da cidade.
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Departamento: FAF - DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
Curso: Curso de Especialização em Culturas Políticas, História e Historiografia
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
metadata.dc.rights.uri: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
URI: http://hdl.handle.net/1843/33129
Data do documento: 12-Set-2014
Aparece nas coleções:Especialização em Culturas Políticas, História e Historiografia

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