Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/1843/34344
Tipo: Tese
Título: Suicídio em povos indígenas : caracterização epidemiológica e trajetória dos cuidados em saúde pública
Título(s) alternativo(s): Suicídio em povos indígenas
Autor(es): Ronaldo Santhiago Bonfim de Souza
Primeiro Orientador: Maycoln Leoni Martins Teodoro
Primeiro Coorientador: Juliana Alvares Teodoro
Resumo: O suicídio em comunidades indígenas caracteriza-se como um grave problema de saúde pública, pois o fenômeno apresenta uma multiplicidade de significados e uma multicausalidade culturalmente complexa, além de acarretar consequências vivenciadas pela comunidade com reflexo na assistência à saúde no território. O presente trabalho tem como objetivo entender o fenômeno do suicídio indígena brasileiro e descrever seu histórico de uso dos serviços ambulatoriais e hospitalares do SUS. Esta tese é composta de três estudos. O primeiro é uma revisão sistemática, que tem como objetivo sumarizar as evidências de pesquisas com recorte epidemiológico populacional publicadas no cenário nacional. Foram encontrados - por meio da busca nas bases de dados PubMed, SciELO, PsycINFO e LILACS - 111 artigos, e 9 preencheram os critérios de inclusão. Uma maior taxa de mortalidade por suicídio foi observada em pessoas do sexo masculino, solteiros, com 4 a 11 anos de escolaridade, na faixa etária de 15 a 24 anos, no domicílio, tendo como principal método o enforcamento. Os estudos demonstraram a necessidade de uma parceria com as comunidades para o desenvolvimento de estratégias, atentando para sua cosmovisão e os aspectos socio-historicoculturais de cada etnia, visando promover a valorização da vida e a prevenção do suicídio. O segundo estudo buscou descrever as características dos óbitos registradas no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) por suicídio indígena no período de 2000 a 2013, utilizando como desenho um estudo epidemiológico, de caráter descritivo, investigativo e seguindo uma abordagem quantitativa dos dados. Foram constatados 1.119 óbitos, com uma taxa de 10,52 a cada 100 mil habitantes, com taxas maiores encontradas entre os homens (2,5 vezes maior do que entre as mulheres), entre indígenas de 15 a 24 anos (27,78/100 mil hab.) e na região Centro-Oeste (34,07/100 mil hab.), com maior frequência entre solteiros, no domicílio e com o enforcamento como principal método. Este resultado demonstrou a pluralidade do fenômeno e suas características, reforçando a necessidade da realização de estudos por etnias para se conhecer e aprofundar nos fatores de risco para o suicídio em cada povo. O terceiro estudo buscou conhecer as características da população de indígenas do DSEI MG/ES que vieram a óbito por suicídio, por meio dos procedimentos hospitalares e ambulatoriais realizados no SUS. Foi conduzido um estudo retrospectivo no período de 2008 a 2013, tendo em vista o histórico de atendimentos ambulatoriais e hospitalares no SUS desde o ano 2000. Quatorze óbitos por suicídio foram registrados, com uma taxa alta (25,43/100 mil) e somente uma etnia identificada, os Xacriabá, tendo somente três indivíduos com procedimentos no SIH/SUS e somente um no SIA/SUS. Isso deixa clara a necessidade da qualificação dos profissionais de saúde e da produção de informações em saúde no contexto indígena para efetivação da PNSI, além da necessidade da realização de novos estudos que abordem outros olhares sobre o suicídio e a valorização da vida nas aldeias.
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Departamento: FAF - DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
Curso: Programa de Pós-graduação em Psicologia: Cognição e Comportamento
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/34344
Data do documento: 30-Mar-2020
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