Avaliação de biomarcadores periféricos na depressão pós-acidente vascular encefálico isquêmico agudo
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Universidade Federal de Minas Gerais
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Tipo
Tese de doutorado
Título alternativo
Primeiro orientador
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Bruno Cópia Fabregas
Aline Silva de Miranda
Vandack Alencar Nobre Junior
Paulo Pereira Christo
Aline Silva de Miranda
Vandack Alencar Nobre Junior
Paulo Pereira Christo
Resumo
Introdução: o acidente vascular encefálico (AVE) é um grande problema de saúde pública
em todo o mundo e determina altas taxas de morbidade e mortalidade. Sequelas
neuropsiquiátricas são muito frequentes após um evento cerebrovascular, destacando-se a
depressão. Transtornos mentais associados ao AVE impactam negativamente na
recuperação, na qualidade de vida e na sobrevida dos pacientes afetados e existem poucos
elementos que possam auxiliar no diagnóstico clínico, tais como biomarcadores.
Objetivo: investigar a prevalência de comorbidades psiquiátricas associadas ao AVE
isquêmico agudo e procurar biomarcadores periféricos associados ao desenvolvimento de
depressão pós-AVE (DPAVE).
Métodos: foram incluídos sessenta pacientes com AVE isquêmico agudo, admitidos na
Unidade de AVE do Hospital Municipal Odilon Behrens, em Belo Horizonte, Minas
Gerais. Os pacientes foram avaliados por meio de entrevista clínica estruturada (Mini
International Neuroppsychiatric Interview) e da aplicação do Mini-Exame do Estado
Mental (MEEM), da Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS), da Escala de
Choro e Riso Patológico, da Medida de Independência Funcional (MIF), da National
Institutes of Health Stroke Scale e da Escala Modificada de Rankin (mRS). Níveis
plasmáticos de IL-2, IL-4, IL-6, IL-10, IL-17A, IFNγ, TNF, sTNFR1, sTNFR2, TWEAK,
STREM-1, E-Selectina, VCAM, BDNF, GDNF, NGF, Leptina e Adiponectina foram
avaliados por meio de ELISA e CBA. Os pacientes foram comparados com 15 indivíduos
controles saudáveis e 15 indivíduos com depressão maior, sem comorbidades
cerebrovasculares.
Resultados: Observou-se prevalência de algum transtorno mental em 55% dos pacientes
afetados por AVE isquêmico agudo, com predomínio de depressão (26,7%) e transtornos de
ansiedade (23,3%), além de abuso ou dependência de álcool (11,7%). Os pacientes com
DPAVE apresentaram maior incapacidade à admissão aferida pela mRS e pior
funcionalidade avaliada pela MIF, além de pior desempenho cognitivo no MEEM. A
presença de diabetes aumentou o risco de desenvolvimento de DPAVE em 3 vezes. A
HADS apresentou bom desempenho no rastreamento de casos de depressão, sendo
encontrado o valor de corte de 6 para a subescala de depressão, atingindo sensibilidade de
100% e especificidade de 99,17%. Na avaliação de biomarcadores, observamos que os
indivíduos com DPAVE tenderam a apresentar níveis reduzidos de STREM-1 e GDNF e
essas proteínas se correlacionaram inversamente com a intensidade de sintomas depressivos
aferidos pela HADS.
Conclusões: o presente estudo fortalece a visão de que o AVE se relaciona ao
desenvolvimento de transtornos mentais e sugere que as interrelações entre diabetes,
estados inflamatórios crônicos e insulto cerebrovascular agudo podem desencadear a
manifestação de sintomas depressivos.
Abstract
Introduction: stroke is a major public health problem worldwide and leads to high rates of
morbidity and mortality. Neuropsychiatric sequelae are very commom after a
cerebrovascular event, with emphasis on depression. Mental disorders associated with
stroke negatively impact the recovery, quality of life and survival of affected patients.
Unfortunately, there are still few tools that could aid in clinical diagnosis, such as
biomarkers.
Objective: to investigate the prevalence of psychiatric comorbidities associated with acute
ischemic stroke and to look for peripheral biomarkers associated with de development of
post-stroke depression (PSD).
Methods: we evaluated sixty patients with acute ischemic, who were admitted to the stroke
unit at the Hospital Municipal Odilon Behrens, in Belo Horizonte, Minas Gerais. Patients
were assessed by the use of a structured clinical interview (Mini International
Neuroppsychiatric Interview) and the application of the Mini-Mental State Examination
(MMSE), the Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS), the Pathological Laugh and
Crying Scale, the Functional Independence Measure (MIF), the National Institutes of
Health Stroke Scale, and the Rankin Modified Scale (mRS). Plasma levels of IL-2, IL-6,
IL-10, IL-17A, IFNγ, TNF, sTNFR1, sTNFR2, TWEAK, STREM-1, E-Selectin, VCAM,
BDNF, GDNF, NGF, Leptin and Adiponectin were evaluated by ELISA and CBA. Patients
were compared with 15 healthy control subjects and 15 individuals with major depression,
without cerebrovascular comorbidities.
Results: We found a prevalence of some mental disorder in 55% of the patients affected by
acute ischemic stroke, with predominance of depression (26.7%) and anxiety disorders
(23.3%), as well as alcohol abuse or dependence (11.7% ). Patients with PSD had greater
disability at admission, as measured by the mRS, worse functionality assessed by MIF, and
worse cognitive performance on the MMSE. The presence of diabetes increased by 3-fold
the risk of developing PSD. HADS performed well in tracking cases of depression. We
found the cutoff value of 6 for the depression subscale, which reached sensitivity of 100%
and specificity of 99.17%. Regarding biomarkers, we observed that individuals with PSD
presented reduced levels of STREM-1 and GDNF and that these proteins correlated
inversely with the intensity of depressive symptoms, as measured by the HADS.
Conclusions: this study strengthens the view that the stroke is related to the development
of mental disorders and suggests that the interrelationships between diabetes, chronic
inflammation and acute cerebrovascular insult can trigger the manifestation of depressive
symptoms.
Assunto
Neurociências, Acidente vascular cerebral, Depressão, Fatores de crescimento neural, Biomarcadores
Palavras-chave
Acidente vascular encefálico, Depressão, Fatores neurotróficos, Biomarcadores, Mecanismos inflamatórios
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