Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/1843/34658
Type: Tese
Title: Viabilidade da estimulação elétrica nervosa transcutânea e efeitos do exercício físico na variabilidade da frequência cardíaca e na capacidade funcional de indivíduos com doença arterial periférica
Authors: Ana Paula Ferreira
First Advisor: Danielle Aparecida Gomes Pereira
metadata.dc.contributor.advisor2: Djalma Rabelo Ricardo
Abstract: A doença arterial periférica (DAP) é decorrente de estenose das artérias periféricas, principalmente, das extremidades inferiores. A condição clínica de indivíduos que apresentam DAP pode variar de assintomática à presença de sintomas limitantes como a claudicação intermitente, que ocorre quando o fornecimento de oxigênio é insuficiente para satisfazer as exigências metabólicas do músculo esquelético em atividade. Apesar dos benefícios claros da terapia com exercícios, mais de 45% dos indivíduos com DAP não aderem às recomendações dos profissionais de saúde para fazer exercícios regulares devido ao sintoma de claudicação intermitente. Assim, fortalecer estratégias que minimizem o sintoma claudicante com intuito de aumentar a distância de caminhada, nesse grupo de indivíduos, é relevante do ponto de vista clínico, uma vez que quanto maior a distância de caminhada percorrida, melhor é o impacto relatado na qualidade de vida e na capacidade funcional. Assim, uma opção terapêutica que vem ganhando destaque na reabilitação vascular é a estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) não invasiva. Embora os estudos sobre os efeitos da TENS na claudicação de origem vascular ainda sejam incipientes, os mecanismos potenciais que podem explicar uma melhora funcional neste grupo de indivíduos podem estar relacionados ao maior suprimento de oxigênio por circulação colateral e vasodilatação, além de redução na dor, que envolve diferentes mecanismos. Mediante o exposto, os objetivos da tese foram: a) descrever a viabilidade, as barreiras durante o período de recrutamento e de intervenção, nível de participação e de adesão de um ensaio clínico randomizado, para verificar os efeitos da TENS, associada ao treino de caminhada na capacidade funcional, na aptidão cardiorrespiratória e na modulação autonômica cardíaca em indivíduos com DAP e claudicação intermitente; b) verificar o efeito de 12 semanas de treinamento aeróbio supervisionado na modulação autonômica cardíaca e capacidade funcional de indivíduos com DAP. Para isso, dois estudos foram desenvolvidos. No primeiro estudo, foram selecionados 63 participantes, dos quais 12,6% foram incluídos. Oito indivíduos com DAP e claudicação intermitente foram submetidos a um protocolo experimental que durou oito semanas. Os participantes foram submetidos aos testes para avaliação da modulação autonômica cardíaca por meio da variabilidade da frequência cardíaca (VFC) e teste de 4 segundos; testes para avaliação de capacidade funcional por meio do Incremental Shuttle Walking Test (ISWT) e teste em esteira com velocidade constante associando análise de gases expirados e ao questionário Walking Impairment Questionnaire (WIQ) no início e no final do tratamento. O grupo experimental recebeu 45 minutos de TENS 10 Hz, seguido de 30 minutos de exercício aeróbio, do tipo caminhada e o grupo controle recebeu um placebo de TENS também seguido de 30 minutos de caminhada. Estatísticas descritivas (média ± desvio padrão) e frequências absolutas e relativas foram usadas para resumir as características dos participantes, dados de recrutamento inicial e medidas de resultados pré e pós intervenção. Em relação ao recrutamento, os achados do presente estudo evidenciaram que as fontes mais eficientes foram: i) encaminhamento por médico e ii) encaminhamento por fisioterapeuta. No que diz respeito as barreiras, foram excluídos participantes pelos seguintes motivos: não atendimento aos critérios (41/65%), déficit de locomoção (6 / 9,5%), transporte (5 / 7,9%), liberação do trabalho (1 / 1,6%) e falta de interesse (2 / 3,2%). Após triagem, apenas 12,6% (8 de 63 participantes) foram incluídos no ensaio clínico e a participação geral foi de 99 / 51,6% em um total de 192 sessões oferecidas. Por fim, não foi possível obter sucesso nas taxas de recrutamento e de adesão. Os resultados deste estudo reforçam que a DAP é negligenciada e que estratégias que incluam uma abordagem multidisciplinar com participação efetiva dos profissionais de enfermagem, de fisioterapia, de medicina e de nutrição são necessárias para otimizar o cuidado aos indivíduos com DAP. No segundo estudo, foram selecionados 12 participantes com diagnóstico de DAP e claudicação intermitente, de ambos os sexos, com índice tornozelo-braço de repouso <0,9, sem dor em repouso. Eles realizaram 12 semanas de treinamento aeróbio, supervisionado do tipo caminhada, três vezes por semana, com intensidade até o sintoma claudicante limitante. A avaliação da modulação autonômica cardíaca (MAC) contemplou a análise linear e não linear da VFC. A capacidade funcional foi avaliada através do ISWT. Foram realizados os testes t pareado e Wilcoxon para comparação dos momentos pré e pós avaliação. A correlação entre variáveis clínicas com deltas da mudança de variância e alta frequência (AF) power foram realizadas pela correlação de Spearman. O nível de significância adotado foi 5%. Em comparação aos valores anteriores à intervenção, a variância e a banda de AF aumentaram (p<0,01). A distância total de caminhada no ISWT também aumentou (0,004). Houve correlação inversa moderada entre o nível de obstrução e a resposta autonômica vagal (rho= -0,56; p=0,001). Dessa forma, foi possível concluir que houve aumento da modulação parassimpática e melhora da capacidade funcional após 12 semanas de treinamento. Por fim, os achados do estudo 1, evidenciaram a necessidade de fortalecer estratégias multidisciplinares para o manejo adequado de indivíduos com DAP. Já o estudo 2, embora sendo um estudo piloto, mostrou que o exercício regular pode melhorar o balanço simpato-vagal destes pacientes.
Abstract: Peripheral arterial disease (PAD) is due to stenosis of the peripheral arteries, especially the lower extremities. The clinical condition of individuals with PAD can vary from asymptomatic to the presence of limiting symptoms such as intermittent claudication, which occurs when the oxygen supply is insufficient to satisfy the metabolic requirements of the skeletal muscle in activity. Despite the clear benefits of exercise therapy, more than 45% of individuals with PAD do not adhere to the recommendations of health professionals for regular exercise due to the symptom of intermittent claudication. Thus, strengthening strategies that minimize the limping symptom in order to increase the walking distance, in this group of individuals, is clinically relevant, since the greater the walking distance, the better the impact reported on the quality of walking. life and functional capacity. Thus, a therapeutic option that has been gaining prominence in vascular rehabilitation is non-invasive transcutaneous electrical nerve stimulation (TENS). Although studies on the effects of TENS on claudication of vascular origin are still incipient, the potential mechanisms that may explain a functional improvement in this group of individuals may be related to a greater supply of oxygen through collateral circulation and vasodilation, in addition to a reduction in pain, that involves different mechanisms. Based on the above, the objectives of the thesis were: a) to describe the feasibility, the barriers during the recruitment and intervention period, the level of participation and adherence of a randomized clinical trial, to verify the effects of TENS, associated with the training of walking in functional capacity, cardiorespiratory fitness and cardiovascular autonomic modulation in individuals with PAD and intermittent claudication; b) verify the effect of 12 weeks of supervised aerobic training on cardiac autonomic modulation and functional capacity of individuals with PAD. For this, two studies were developed. In the first study, 63 participants were selected, of which 12.6% were included. Eight individuals with PAD and intermittent claudication underwent an experimental protocol that lasted eight weeks. Participants were submitted to tests to assess cardiac autonomic modulation through heart rate variability (HRV) and 4-second test; tests to assess functional capacity through incremental shuttle walking test (ISWT) and test on a treadmill with constant speed associating expired gas analysis and to Walking Impairment Questionnaire (WIQ) at the beginning and end of treatment. The experimental group received 45 minutes of TENS 10 Hz, followed by 30 minutes of aerobic exercise, of the walking type and the control group received a TENS placebo also followed by 30 minutes of walking. Descriptive statistics (mean ± standard deviation) and absolute and relative frequencies were used to summarize the characteristics of the participants, initial recruitment data and pre and post protocol outcome measures. Regarding recruitment, the discoveries of the present study showed that the most efficient sources were: i) referral by a doctor and ii) referral by a physiotherapist. With regard to barriers, participants were excluded for the following reasons: failure to meet the criteria (41/65%), impaired mobility (6 / 9.5%), transportation (5 / 7.9%), release from work (1 / 1.6%) and lack of interest (2 / 3.2%). After screening, only 12.6% (8 of 63 participants) were included in the clinical trial and the overall participation was 99 / 51.6% in a total of 192 sessions offered. Finally, it was not possible to achieve success in recruitment and membership rates. The results of this study reinforce that PAD is neglected and that strategies that include a multidisciplinary approach with effective participation of nursing, physiotherapy, medicine and nutrition professionals are necessary to optimize the care for individuals with PAD. In the second study, 12 participants were selected with a diagnosis of PAD and intermittent claudication, of both sexes, with ankle-arm rest index <0.9, without pain at rest. They performed 12 weeks of supervised aerobic training of the walking type, three times a week, with intensity until the limiting symptom. The evaluation of cardiac autonomic modulation (CAM) included the linear and non-linear analysis of HRV. Functional capacity was assessed using the ISWT. Paired t and Wilcoxon tests were performed to compare the pre and post evaluation moments. The correlation between clinical variables with variance change deltas and high frequency (HF) power were performed using Spearman's correlation. The level of significance adopted was 5%. In comparison to the values before the intervention, the variance and the PA band increased (p <0.01). The total walking distance at ISWT also increased (0,004). There was a moderate inverse correlation between the level of obstruction and the vasovagal response (rho = -0.56; p = 0,001). Thus, it was possible to conclude that there was an increase in parasympathetic modulation and an improvement in functional capacity after 12 weeks of training. Finally, the realizations achieved by study 1, evidenced the need to strengthen multidisciplinary strategies for the proper management of individuals with PAD. Study 2, while being a pilot study, showed that regular exercise can improve the sympathetic-vagal balance of these patients.
language: por
metadata.dc.publisher.country: Brasil
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
metadata.dc.publisher.department: EEFFTO - ESCOLA DE EDUCAÇÃO FISICA, FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação
Rights: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/34658
Issue Date: 23-Sep-2020
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