Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/1843/34852
Tipo: Tese
Título: Avaliação da oxigenação tecidual nos músculos periféricos e da capacidade funcional em crianças e adolescentes com fibrose cística após um programa de telereabilitação
Título(s) alternativo(s): Evaluation of tissue oxygenation in peripheral muscles and functional capacity in children and adolescents with cystic fibrosis after a telerehabilitation program
Autor(es): Cristiane Cenachi Coelho
Primeiro Orientador: Danielle Aparecida Gomes Pereira
Primeiro membro da banca : Fernanda de Cordoba Lanza
Segundo membro da banca: Marcelo Velloso
Terceiro membro da banca: Simone Nascimento Santos Ribeiro
Quarto membro da banca: José Felippe Pinho da Silva
Resumo: A Fibrose Cística é uma doença multissistêmica que afeta as glândulas exócrinas e dificulta a eliminação de secreções. Os fibrocísticos apresentam complicações progressivas que pioram a função pulmonar, a massa muscular e a capacidade funcional dos indivíduos, contribuindo para inatividade e o isolamento social. Entretanto, os mecanismos e os fatores moderadores da intolerância ao exercício nesta população ainda precisam ser melhor esclarecidos. Portanto, os objetivos desta tese foram avaliar a oxigenação tecidual dos músculos periféricos e a capacidade funcional em voluntários com Fibrose Cística e comparar com voluntários saudáveis; avaliar o efeito de um programa de telereabilitação na capacidade funcional e na oxigenação tecidual muscular periférica nos voluntários fibrocísticos e verificar a associação entre o comportamento da oxigenação tecidual muscular periférica e o desempenho antes e após a realização do programa. Foram selecionados crianças e adolescentes com idade entre seis e 18 anos, com diagnóstico de Fibrose Cística e crianças e adolescentes saudáveis pareados pelo sexo e idade. O estudo foi dividido em duas etapas: estudo transversal, observacional exploratório e estudo quasi- experimental. As variáveis de interesse foram avaliadas pelo modified shuttle test (MTS), espectroscopia de luz próxima ao infravermelho, espirometria e escala de esforço. Os voluntários com fibrose cística, elegíveis para a telereabilitação foram orientados a realizar atividades diárias por um período de 30 minutos durante três meses. A cada duas semanas receberam ligações telefônicas e mensagens com informações e recomendações sobre as atividades. A cada três meses foram reavaliados realizando dois follow-ups. Para análise estatística foi utilizado o programa SPSS versão 15.0 (IBM, SPSS Chicago, Illinois). No estudo transversal foram avaliados 124 participantes divididos em: grupo Fibrose Cística (GFC) e grupo saudável (GC). Os voluntários do GFC caminharam menos (p = 0,001) com pior eficiência de caminhada, definida como a relação entre a distância percorrida no MST e o delta de frequência cardíaca, (p = 0,001), maior delta de deoxihemoglobina (p = 0, 001) e menor tempo até atingirem a pior saturação tecidual de oxigênio (p = 0,037). Para isso, apresentaram menores valores de frequências respiratória (p = 0,001) e cardíaca (p = 0,001) ao final do teste, com pior tempo de recuperação pós-teste da frequência cardíaca (p = 0,005). Houve associação entre o tempo de desoxigenação e a capacidade funcional (r =0,528). O GFC consumiu mais oxigênio, de forma mais rápida e com recuperação mais lenta, refletindo uma pior dinâmica de extração do oxigênio muscular. A capacidade funcional do GFC foi pior e associada a uma pior recuperação hemodinâmica. No estudo quasi-experimental foram acompanhados 62 participantes com Fibrose Cística. O delta de deoxihemoglobina diminuiu significativamente (p = 0,040) entre o início e o final do programa de exercício. Não ocorreram diferenças significativas nas eficiências de caminhada (p = 0,819) e metabólica; definida como a relação da distância percorrida no MST e o delta de saturação tecidual de oxigênio (p = 0,219), nem nas taxas de reoxigenação e reoxigenação relativa (p = 0,212 e p = 0,627, respectivamente). O programa não obteve resultados favoráveis na musculatura periférica e na capacidade funcional dos participantes. Na estratificação pela adesão no primeiro follow-up o grupo de baixa adesão apresentou saturação tecidual de oxigênio inicial pior que o grupo de alta adesão. A taxa de desoxigenação também foi pior neste grupo em comparação aos grupos de moderada e alta adesão, refletindo uma alteração do oxigênio disponível e consumido. A associação entre a oxigenação tecidual muscular periférica e o MST nos momentos de avaliação foi fraca e inversamente proporcional à taxa de desoxigenação e ao desempenho na primeira avaliação (r = -0,323). No primeiro e segundo follow-up essa associação se perdeu, possivelmente, pelo fato dos participantes terem apresentado uma melhora clínica.
Abstract: Cystic Fibrosis is a multisystemic disease that affects the exocrine glands and hinders the secretions elimination. Fibrocystic individuals have progressive complications with worsening lung function, reduced muscle mass and functional capacity, which contribute to inactivity and social isolation, frequently observed, in this group of individuals. The aims of this thesis were to evaluate the peripheral muscles tissue oxygenation and the functional capacity in volunteers with Cystic Fibrosis and compare with healthy volunteers; to evaluate the effect of a telerehabilitation program on functional capacity and peripheral muscle tissue oxygenation in fibrocystic volunteers and to verify the association between the behavior of peripheral muscle tissue oxygenation and performance before and after the program. The study was divided in two stages: cross-sectional, observational, exploratory and quasi-experimental study. Children and adolescents aged six to 18 years old with cystic fibrosis and paired healthy children and adolescents were selected. The variables related to functional capacity, peripheral muscle tissue oxygenation and hemodynamic response were assessed using the modified shuttle test (MTS), near-infrared spectroscopy (NIRS), spirometry, and effort scale. The volunteers with cystic fibrosis who participated in telerehabilitation performed daily activities, for 30 minutes, for three months. During this period, they received every two weeks calls and messages with information and recommendations about the activities. Every three months, two follow-ups were reassessed. In the cross-sectional study 124 volunteers participated, they were divided in: Cystic Fibrosis group (GFC) and healthy group (CG). The GFC walked less (p = 0.001), with worse distances (p = 0.001), greater delta deoxyhemoglobin (p = 0.001) and less time until reaching the worst tissue oxygen saturation (p = 0.037). The participants of CFG presented lower values of respiratory (p = 0.001) and heart rate (p = 0.001) at the end of the test, with a worse heart rate recovery time after test (p = 0.005). The GFC consumed more oxygen more quickly with a slower recovery, reflecting worse dynamics of muscle oxygen extraction. The functional capacity of the GFC was worse and associated with a worse hemodynamic recovery (r =0.528). In the quasi-experimental study 62 individuals with Cystic Fibrosis participated. The delta deoxyhemoglobin decreased significantly (p = 0.040) between the beginning and the end of the program. There were no significant differences in walking (p = 0.819) and metabolic (p = 0.219) efficiency defined as the relationship between the distance covered in the MST and the delta of heart rate and the relationship between the distance covered in the MST and the delta of tissue oxygen saturation respectively, or in reoxygenation rates (p = 0.212 and p = 0.627).The program did not obtain results in peripheral musculature and functional capacity. The adherence stratification, in the first follow-up, demonstrated that the low adherence group had worse initial tissue saturation than the high adherence group. The deoxygenation rate was also worse in this group compared to the moderate and high adherence groups, reflecting a change in the available and consumed oxygen. The association between peripheral muscle tissue oxygenation and MST in the evaluation moments was weak and inversely proportional to the deoxygenation rate and performance in the first evaluation (r = -0.323). In the first and second follow-ups this association was lost possibly due to the fact that the participants showed clinical improvement.
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Departamento: EEF - DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA
Curso: Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação
Tipo de Acesso: Acesso Restrito
URI: http://hdl.handle.net/1843/34852
Data do documento: 7-Out-2020
Término do Embargo: 7-Out-2021
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