Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/1843/35260
Tipo: Dissertação
Título: Modulações da produção do espaço na segregação racial: mecanismos espaciais que estruturam e reproduzem elementos das práticas racistas e da negritude no Brasil
Título(s) alternativo(s): Modulations of production of space in racial segregation: spatial mechanisms that structure and reproduce racist practices and Black Movement actions in Brazil
Autor(es): Danielle Amorim Rodrigues
Primeiro Orientador: Rita de Cássia Lucena Velloso
Resumo: Esta dissertação investiga o papel da produção do espaço na construção, manutenção e fissura do sistema racista e de exclusão social no Brasil. A ideia é que este trabalho identifique e ilumine a contraditória potencialidade do espaço de poder ser instrumentalizado como um forte combustível das práticas racistas, e, simultaneamente, como uma engrenagem de combate e resistência às mesmas. Para cumprir tal objetivo, o texto está organizado em três setores de análise que têm estratégias distintas de leitura e compreensão da relação da produção do espaço e das práticas racistas no país. Primeiramente, estuda-se a epistemologia por trás da produção do espaço e suas dimensões (prática espacial, representação do espaço, e espaço de representação), baseada, principalmente, em Henri Lefebvre (2006). Nesta perspectiva, se compreende o espaço como produto e condição de produção dos diversos sistemas sociais, o que, no caso do Brasil, inclui: o Sistema Capitalista e sua desigualdade social interseccional (composta por uma tríade de opressões: racismo, sexismo e desigualdade de classes); e as lutas sociais que este contexto de separação social desperta. Para comprovar essa relação dicotômica, esta dissertação apresenta, na sequência, uma linha do tempo detalhada (do século XVI até os dias atuais) das histórias, paralelas, do racismo e do Movimento Negro no Brasil com o foco no espaço. Ou seja, não só essas histórias estão correlacionadas, como também o espaço se apresenta como objeto de estudo de ambas, o que faz compreender o processo dessas construções sociais e o papel da produção do espaço em cada uma delas. Logo, a partir de inúmeros autores e historiadores importantes da história do racismo no Brasil, análises, fatos, teorias e espacialidades se tornam discussões profundas do espaço como um instrumento primordial na construção das práticas racistas e, simultaneamente, como também seu principal mecanismo de enfraquecimento. Em última análise, relaciona-se essas duas etapas - a epistemologia urbana e sociológica com a linearidade histórica e seus aspectos sociais subterrâneos - o que demonstra que a produção do espaço, essencialmente, muda seu sentido de construção social a partir do agente que a manipula e suas estratégias de uso (institucional, simbólico e individual). Portanto, se apresenta uma construção analítica de quais seriam esses mecanismos espaciais e suas formas de uso de acordo com a lógica racista ou não. Neste sentido, a produção do espaço se revela, comprovadamente, protagonista da construção e reprodução das mais diversas relações sociais existentes. No caso das práticas racistas e, contrariamente, no caso das relações democráticas no Brasil, este trabalho demonstra e identifica como o espaço é, constantemente, instrumentalizado para suas construções, manutenções e renovações. Cada um desses processos empíricos representa uma reflexão importante do papel dos agentes do espaço, como os arquitetos urbanistas. É necessário pensar em suas devidas responsabilizações passadas e o reconhecimento de seus papéis, inquestionáveis, nas produções futuras de espacialidades que evitem alimentar a segregação racial, e que, de fato, consolidem a democracia plena no Brasil, hoje ainda travada pelo racismo estrutural.
Abstract: This dissertation investigates the role of the production of space in the construction, maintenance, and cracking of the racist and social exclusion system in Brazil. This work aims to identify and illuminate the contradictory potential of the space to be used as a strong fuel for racist practices, and, simultaneously, as a combat gear and resistance to these practices. To achieve this goal, the text is organized into three sections of analysis that have different strategies for reading and understanding the relationship between the production of space and racist practices in the country. First, we study the epistemology behind the production of space and its dimensions (spatial practice, representation of space, and representational space), based on Henri Lefebvre (2006). In this perspective, space is understood as a product and condition of production of different social systems, which includes, in the case of Brazil: The Capitalist System and its intersectional social inequality (composed of a triad of oppressions: racism, sexism, and inequality of classes); and the social struggles that this context of social separation promotes. In sequence, this dissertation presents proof of this dichotomous relationship with a detailed timeline (from the 16th century to the present day) about the parallel stories of racism and the Black Movement in Brazil with a focus on space. Thus, these stories were correlated and space became the object of study for both, which made it possible to understand the process of these social constructions and the role of the production of space in each one. Therefore, analysis, facts, theories, and spatialities have become in-depth discussions based on countless important authors and historians of the history of racism in Brazil. These studies also provided assistance in the process of understanding space as a primary instrument in the construction of racist practices and, concurrently, as the main weakening mechanism. Ultimately, these two parts of analysis were connected - urban and sociological epistemology with historical linearity and its underground social aspects - which demonstrated that changing the agent that manipulates the production of space and its use strategies (institutional, symbolic and individual) essentially changes the direction of social construction. Therefore, it presents an analytical construction of what these spatial mechanisms would be and their forms of use according to racist logic or not. In this sense, the production of space proves to be a protagonist in the construction and reproduction of the most different social relations. In the case of racist practices and, conversely, in the case of democratic relations in Brazil, this work demonstrates and identifies how space is constantly being used as a tool for its construction, maintenance and renovation. Each of these empirical processes represents an important reflection of the role of space agents, such as urban planners and architects. It is necessary to think about their due past responsibilities and the recognition of their unquestionable roles in the future production of spatialities that avoid feeding racial segregation, and, consolidate full democracy in Brazil, which is still limited by structural racism.
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Departamento: ARQ - ESCOLA DE ARQUITETURA
Curso: Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/35260
Data do documento: 23-Jul-2020
Aparece nas coleções:Dissertações de Mestrado

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