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Type: Dissertação
Title: Análise da responsabilidade na assistência em saúde: percepção dos usuários e trabalhadores do centro de saúde cafezal.
Authors: Mateus Figueiredo Martins Costa
First Advisor: Kênia Lara Silva
First Referee: Isabela Silva Cancio Veloso
Second Referee: Maria Teresinha de Oliveira Fernandes
Abstract: O envolvimento do usuário do SUS, na elaboração e implementação das políticas públicas de saúde, é fundamental, para que consigamos atingir as reais necessidades de tal público. Para isso, é preciso ouvir e entender a percepção das pessoas a respeito da saúde, da responsabilização e do cuidado. A proposta deste estudo nasceu de uma inquietação, que encontramos, no cotidiano dos serviços de saúde da atenção primária do Sistema Único de Saúde (SUS), no Brasil: a pouca responsabilização dos usuários para com sua própria saúde. O objetivo do estudo foi analisar a responsabilidade acerca da assistência à saúde, a partir da perspectiva dos usuários do SUS adscritos a área de abrangência do Centro de Saúde Cafezal, na cidade de Belo Horizonte – MG, bem como dos trabalhadores da unidade. Desenvolveu-se um estudo de abordagem qualitativa exploratória cujos dados foram obtidos por meio de observação e da realização de grupos focais com usuários e trabalhadores do centro de saúde Cafezal. A análise dos dados utilizou da teoria social do discurso, por meio da abordagem da Análise do Discurso Crítica (ADC). Os resultados apontam para um grande desafio: alinhar o desejo e participação dos usuários, que, cada vez mais, se sentem coadjuvantes nos processos decisórios das políticas públicas de saúde, a um investimento na educação, para saúde e intersetorialidade. O conceito de saúde expresso pelos participantes remete não somente à ausência de doenças, mas à boa convivência entre os pares, na comunidade, à liberdade de ir e vir de “cabeça erguida”, e à felicidade, trazendo a saúde como o bem mais precioso da vida. Com isso, o desejo dos usuários é, fundamentalmente, voltado ao acesso ao cuidado em saúde, principalmente, ao atendimento médico, de maneira oportuna, em horários flexíveis voltado a sua demanda de momento, sendo vislumbrado, pela maioria, um modelo assistencial que, comparado ao que se tem em unidades de pronto atendimento, paralelamente a isso, trazem a importância da escuta qualificada e do acolhimento, bem como de atividades que vão além do atendimento propriamente dito. A responsabilização pela saúde foi atrelada à necessidade de seguir estritamente o tratamento prescrito pelo médico. Apesar de a maioria dos usuários se considerarem responsáveis pela sua saúde, identifica-se que as pessoas são coadjuvantes no processo de cuidado, estando o médico, o estado e Deus como protagonistas em tal relação. Há várias dificuldades para alcançar a corresponsabilidade, tais como: o acesso à informação e à educação de qualidade; a necessidade de investimento em ações de promoção de saúde em detrimento ao “imediatismo” trazido nos relatos de usuários e trabalhadores; bem como a garantia de espaços de controle social que proporcionem de fato aos usuários a livre manifestação dos seus desejos, resguardando o poder de decisão paritário, entre os participantes. Há uma crítica também às regras de funcionamento das unidades de saúde que, em virtude de suas limitações físicas e assistenciais, engessam o acesso aos serviços, baseados apenas nas condições da equipe de prestar os atendimentos, sem considerar as particularidades e necessidades dos usuários. Recomenda-se investir em educação em saúde junto aos usuários, por meio do fortalecimento dos espaços voltados ao controle social e promoção de saúde, favorecendo, assim, uma maior participação das pessoas nos processos de cuidado.
Abstract: The involvement of the SUS user in the elaboration and implementation of public health policies is essential, so that we can reach the real needs of such public. For this, it is necessary to listen and understand people's perception of health, accountability and care. The purpose of this study was born out of a concern, which we find, in the routine of primary health care services in the Unified Health System (SUS), in Brazil: the low responsibility of users towards their own health. The objective of the study was to analyze the responsibility regarding health care, from the perspective of SUS users assigned to the coverage area of the Health Center Cafezal, in the city of Belo Horizonte - MG. A study with an exploratory qualitative approach was developed, whose data were obtained through observation and the realization of focus groups with users and workers of the Cafezal health center. Data analysis used the social theory of discourse, through the Critical Discourse Analysis (ADC) approach. The results point to a great challenge: to align the desire and participation of users, who, increasingly, feel supporting in the decision-making processes of public health policies, to an investment in education, for health and intersectoriality. The concept of health expressed by the participants refers not only to the absence of disease, but to the good coexistence between peers in the community, the freedom to come and go with their heads held high, and happiness, bringing health as the most precious asset of life. With this, the users' desire is fundamentally aimed at access to health care, mainly, to medical care, in a timely manner, at flexible times geared to their demand at the moment, being seen, by the majority, a care model that, compared to what is seen in emergency care units, in parallel to this, they bring the importance of qualified listening and welcoming, as well as activities that go beyond the service itself. Accountability for health was linked to the need to strictly follow the treatment prescribed by the doctor. Although most users consider themselves responsible for their health, it is identified that people are supporting the care process, with the doctor, the state and God as protagonists in such a relationship. There are several difficulties in achieving co-responsibility, such as: access to quality information and education; the need to invest in health promotion actions to the detriment of the “immediacy” brought in the reports of users and workers; as well as the guarantee of spaces of social control that actually provide users with the free expression of their wishes, safeguarding the power of equal decision, among the participants. There is also a criticism of the rules of operation of health units that, due to their physical and assistance limitations, block access to services, based only on the conditions of the team to provide care, without considering the particularities and needs of users. It is recommended to invest in health education with users, by strengthening spaces aimed at social control and health promotion, thus favoring a greater participation of people in the care processes.
Subject: Participação Social
Responsabilidade Social
Assistência à Saúde
Promoção da Saúde
Atenção Primária à Saúde
Dissertação Acadêmica
language: por
metadata.dc.publisher.country: Brasil
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
metadata.dc.publisher.department: MEDICINA - FACULDADE DE MEDICINA
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Promoção de Saúde e Prevenção da Violência
Rights: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/36041
Issue Date: 8-Oct-2020
Appears in Collections:Dissertações de Mestrado

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