Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/1843/36617
Type: Dissertação
Title: Estudo sobre os mecanismos envolvidos na antinocicepção periférica induzida por tramadol em ratos
Other Titles: Study on the mechanisms involved in peripheral antinociception induced by tramadol in rats
Authors: Raquel Rodrigues Soares Santos
First Advisor: Igor Dimitri Gama Duarte
First Referee: Antônio Carlos Pinheiro de Oliveira
Second Referee: Suzane Lilian Beier
Abstract: O tramadol é um analgésico sintético de ação central que se mostrou promissor, devido aos baixos efeitos colaterais no sistema respiratório, gastrointestinal e pouca capacidade de indução de tolerância e potencial aditivo, apesar dos principais efeitos adversos náusea e vômito. É uma droga que age em dor moderada a severa melhorando a modulação central da dor. O tramadol é inserido na classe dos “opioides atípicos”, já que tem mecanismos de ação opioide e não opioide, assim, os mecanismos de ação envolvem não apenas a ligação a receptores opioides, mas também a modulação da via descendente analgésica aminérgica central. As vias pelas quais o tramadol exerce a antinocicepção local ainda não estão bem elucidadas, de forma que o presente trabalho se dedicou a estudar os mecanismos pelos quais o tramadol poderia exercer a antinocicepção em modelo animal. Foram avaliados os sistemas opioidérgico, canabinoidérgico, nitrérgico, noradrenérgico, serotoninérgico e dopaminérgico, bem como a participação dos canais para potássio na antinocicepção periférica do tramadol frente a hiperalgesia induzida pela prostaglandina E2. Para a medida do limiar nociceptivo foi utilizado o método de retirada de pata de ratos submetida à compressão. A técnica se baseia no princípio de que a PGE2 (2 µg) aumenta a sensibilidade ao estímulo doloroso e que esse aumento é susceptível de ser modificado por drogas ou procedimentos sob teste. Foi utilizada análise de variância one-way ANOVA, seguida de post-hoc de Bonferroni para múltiplas comparações como análise estatística. Para verificar a participação dos receptores opioides e canabinoides neste evento, utilizamos o antagonista opioide não seletivo naloxona (50 µg) e os antagonistas dos receptores canabinoides CB1 e CB2, AM251 (80 µg) e AM630 (100 µg), respectivamente, que não foram capazes de reverter a antinocicepção do tramadol. Ao administrar o inibidor não seletivo das enzimas óxido nítrico sintase, L-NOArg (24 e 48 µg), a reversão da antinocicepção foi parcial, o que também ocorreu para os inibidores seletivos da NOSe, L-NIO (24, 48 µg) e NOSn, L-NPA (24,48 µg). O inibidor da NOSi L-NIL (24 µg) não conseguiu reverter a antinocicepção. O inibidor da enzima guanilato ciclase solúvel ODQ reverteu a antinocicepção periférica do tramadol de maneira dose-dependente (25, 50 e 100 µg) e o zaprinast (50 µg) foi capaz de potencializar o efeito antinociceptivo do tramadol (60 µg). Ao avaliar a participação dos canais para potássio, apenas a glibenclamida foi capaz de bloquear a antinocicepção do tramadol, de maneira dose-dependente (20, 40 e 80 µg). Por outro lado, os demais bloqueadores de canais para potássio, tetraetilamônio (30 µg), que bloqueia canais voltagem-dependente, dequalínio (50 µg) e paxilina (20 µg), que bloqueiam canais ativados por cálcio de baixa e alta condutância, respectivamente, não conseguiram alterar a antinocicepção do tramadol. O antagonista não seletivo dos receptores α2-adrenérgicos ioimbina (20, 40 µg) reverteu parcialmente a analgesia do tramadol, enquanto o antagonista seletivo dos receptores α2C-adrenérgicos rauwvolscina (10, 15, 20 µg) antagonizou totalmente a analgesia. Por outro lado, os antagonistas dos demais subtipos de receptores α2-adrenérgicos, α2A, α2B e α2D, BRL44480, imiloxana e RX821002 (20 µg), respectivamente, não alteraram a antinocicepção. Quanto ao sistema serotoninérgico, os antagonistas dos receptores 5-HT1B, 5-HT1D e 5-HT3, isamoltano, BRL 15572 e ondasetrona (100 ng, 1 e 10 µg), respectivamente, conseguiram bloquear a antinocicepção do tramadol, mas os antagonistas dos demais receptores avaliados, 5-HT2A e 5-HT7, cetanserina e SB269970 (10 µg), respectivamente, não foram capazes de exercer o mesmo efeito. Quanto ao sistema dopaminérgico, nenhum receptor avaliado parece estar envolvido no efeito do tramadol. Os antagonistas dos receptores D2, D3 e D4, remoxipride (4, 20 µg), U99194 (32 µg) e L-745,870 (32 µg), respectivamente foram avaliados. Nossos dados sugerem, pela primeira vez, a ação antinociceptiva periférica induzida pelo tramadol quando administrado em modelo de hiperalgesia induzida por PGE2, e que este efeito deve envolver os receptores α2C-adrenérgicos os receptores serotoninérgicos 5-HT1B, 5-HT1D e 5-HT3, além do sistema nitrérgico e canais para potássio ATP-sensíveis.
Abstract: Tramadol is a synthetic analgesic of central action that has shown promise, due to the low side effects on the respiratory, gastrointestinal system and little capacity to induce tolerance and additive potential, despite the main adverse effects nausea and vomiting. It is a drug that acts on moderate to severe pain by improving central pain modulation. Tramadol is inserted in the class of “atypical opioids”, since it has opioid and non-opioid mechanisms of action, thus, the mechanisms of action involve not only the binding to opioid receptors, but also the modulation of the central aminergic descending pathway. The pathways by which tramadol exerts local antinociception are still not well understood, so the present work was dedicated to studying the mechanisms by which tramadol could exert antinociception in an animal model. The opioidergic, cannabinoidergic, nitrergic, noradrenergic, serotonergic and dopaminergic systems were evaluated, as well as the participation of potassium channels in the peripheral antinociception of tramadol against prostaglandin-induced hyperalgesia E2. To measure the nociceptive threshold, the method of removing rat paws subjected to compression was used. The technique is based on the principle that PGE2 (2 µg) increases sensitivity to painful stimuli and that this increase is likely to be modified by drugs or procedures under test. One-way ANOVA analysis of variance was used, followed by Bonferroni's post-hoc for multiple comparisons as statistical analysis. To verify the participation of opioid and cannabinoid receptors in this event, we used the non-selective opioid antagonist naloxone (50 µg) and the cannabinoid receptor antagonists CB1 and CB2, AM251 (80 µg) and AM630 (100 µg), respectively, which were not able to reverse tramadol antinociception. When administering the non-selective inhibitor of the nitric oxide synthase enzymes, L-NOArg (24 and 48 µg), the reversal of antinociception was partial, which also occurred for the selective NOSe inhibitors, L-NIO (24, 48 µg) and NOSn, L-NPA (24.48 µg). The NOSi L-NIL inhibitor (24 µg) was unable to reverse antinociception. The inhibitor of the enzyme soluble guanylate cyclase ODQ reversed the peripheral antinociception of tramadol in a dose-dependent manner (25, 50 and 100 µg) and zaprinast (50 µg) was able to potentiate the antinociceptive effect of tramadol (60 µg). When evaluating the participation of channels for potassium, only glibenclamide was able to block tramadol antinociception, in a dose-dependent manner (20, 40 and 80 µg). On the other hand, the other channel blockers for potassium, tetraethylammonium (30 µg), which blocks voltage-dependent channels, dequalinium (50 µg) and paxillin (20 µg), which block channels activated by low and high conductance calcium, respectively , failed to alter antinociception of tramadol. The non-selective α2-adrenergic yohimbine receptor antagonist (20, 40 µg) partially reversed tramadol analgesia, while the selective α2C-adrenergic receptor antagonist rauwvolscine (10, 15, 20 µg) totally antagonized the analgesia. On the other hand, antagonists of the other α2-adrenergic receptor subtypes, α2A, α2B and α2D, BRL44480, imiloxane and RX821002 (20 µg), respectively, did not alter antinociception. As for the serotonergic system, the 5-HT1B, 5-HT1D and 5-HT3 receptor antagonists, isamoltane, BRL 15572 and ondasetron (100 ng, 1 and 10 µg), respectively, managed to block tramadol antinociception, but the antagonists of tramadol the other evaluated receptors, 5-HT2A and 5-HT7, ketanserin and SB269970 (10 µg), respectively, were not able to exert the same effect. As for the dopaminergic system, no evaluated receptor appears to be involved in the effect of tramadol. D2, D3 and D4 receptor antagonists, remoxipride (4.20 µg), U99194 (32 µg) and L-745.870 (32 µg), respectively, were evaluated. Our data suggest, for the first time, the peripheral antinociceptive action induced by tramadol when administered in a model of PGE2-induced hyperalgesia, and that this effect should involve the α2C-adrenergic receptors, the 5-HT1B, 5-HT1D and 5-HT3 serotonergic receptors. , in addition to the nitrergic system and ATP-sensitive potassium channels.
Subject: Tramadol
Dor
Hiperalgesia
Opióides
Serotonina
Norepinefrina
language: por
metadata.dc.publisher.country: Brasil
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
metadata.dc.publisher.department: ICB - DEPARTAMENTO DE FARMACOLOGIA
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas - Fisiologia e Farmacologia
Rights: Acesso Restrito
URI: http://hdl.handle.net/1843/36617
Issue Date: 14-Jan-2021
metadata.dc.description.embargo: 14-Jan-2022
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