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Tipo: Dissertação
Título: Preditores de desfechos adversos em longo prazo na endocardite infecciosa
Autor(es): Pedro Henrique de Oliveira Murta Pinto
Primeiro Orientador: Maria do Carmo Pereira Nunes
Primeiro Coorientador: Teresa Cristina de Abreu Ferrari
Primeiro membro da banca : Vandack Alencar Nobre Junior
Segundo membro da banca: Marco Paulo Tomaz Barbosa
Resumo: Introdução: a endocardite infecciosa (EI ) é uma doença rara que mantém elevada taxa de complicações e mortalidade intra-hospitalar. Mesmo após o término dotratamento, persiste o risco de eventos adversos em longo prazo. Os principais descritos são a recorrência da EI, eventos embólicos, neurológicos, insuficiência cardíaca, necessidade de tratamento cirúrgico e morte. Faltam estudos prospectivos que avaliam a taxa dessas complicações, na era atual. O objetivo do presente estudo foi determinar a incidência de eventos adversos, no seguimento em longo prazo, de pacientes sobreviventes de EI prévia, bem como identificar os potenciais preditores desses desfechos. Métodos: trata-se de uma coorte de 263 pacientes consecutivos com diagnóstico de EI internados no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC/UFMG) de 2004 a 2019. O seguimento após a alta hospitalar foi realizado em atendimento presencial no ambulatório de Cardiologia, por contato telefônico ou revisão de prontuários. Foi definido como desfecho primário o composto de mortalidade por qualquer causa e necessidade de cirurgia cardíaca no seguimento em longo prazo, após a alta hospitalar. Além disso, foi realizada análise de sobrevivência utilizando o modelo de regressão de Cox, buscando identificar preditores independentes para o desfecho primário. Resultados: a mediana de idade dos pacientes foi 52 anos, 60,5% eram do sexo masculino e 30,2% tinham cardiopatia reumática. Durante a internação 90 pacientes faleceram (34,2%) e 57,5% foram operados. Todos os 173 sobreviventes foram incluídos no seguimento tardio. A mediana do tempo de seguimento foi 3,5 anos (intervalo interquartil 1,29-7,47). O desfecho primário ocorreu em 29,5% dos casos, a mortalidade por qualquer causa foi 20,4% e a mortalidade cardiovascular 7%. Foram submetidos a cirurgia cardíaca 11,2% dos pacientes. Foram identificados como preditores independentes do desfecho primário: idade (HR 1,026, IC 95% 1,006-1,047, p=0,012), doença renal crônica (DRC) (HR 4,26, IC 95% 2,03-8,93, p<0,001), eventos neurológicos à admissão hospitalar (HR 2,23, IC 95% 1,006-4,97, p=0,048) e evolução com insuficiência cardíaca (IC) agravada ou refratária ao longo do tratamento (HR 1,98, IC 95% 1,03-3,79, p=0,039). Conclusão: em uma coorte de 263 pacientes com EI previa, caracterizada por pacientes mais jovens, com alta prevalência de valvopatia reumática e com grande porcentagem de indivíduos com dispositivos cardíacos eletrônicos implantáveis (DCEI), eventos adversos ocorreram em cerca de 30% no seguimento em longo prazo. Foram identificados como preditores independentes idade, DRC, eventos neurológicos à admissão hospitalar e IC agravada ou refratária ao longo do tratamento. Portanto, considerando essa elevada taxa de desfechos desfavoráveis, todos os pacientes com EI prévia devem ser monitorados rigorosamente após a alta hospitalar, independentemente da presença de fatores de risco.
Abstract: Introduction: despite advances in the management of patients with infective endocarditis (IE), this disease continues to have severe complications with high in-hospital mortality. Even after hospital discharge patients are at risk for adverse events. The most common complications described at long-term after an initial episode of IE are repeat IE, embolic and neurological events, heart failure (HF), need for cardiac surgery and death. When considering long-term management of IE survivors, there is a lack of evidence on prognosis, specially of prospective studies. Therefore, the aim of this study is to identify predictors of major adverse events on long-term follow up in a large prospective cohort of patients who have been treated for prior IE, in the current era of evidence-based recommendations for treatment. Methods: this was a cohort that included 263 consecutive patients with IE admitted to the Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais from 2004 to 2019. Long-term follow-up data were collected preferably during visits at the institution`s outpatient clinic, through phone contacts or through their medical records. The primary outcome was a composite of overall mortality and cardiac surgery. Cox regression models were used to determine the characteristics that were independently associated with the primary outcome. Results: the median age was 52 years, 60.5% were male and 30.2% had rheumatic heart disease (RHD). During the index hospitalization 90 patients died (34.2%) and 57.5% were operated. All 173 who survived were included in the long-term follow-up. The median follow-up time was 3.5 years (interquartile range 1.29-7.47). The primary outcome was reached in 29.5% of the cases, overall mortality was 20.4% and cardiovascular mortality was 7%. Cardiac surgery was performed in 11.2% of patients. Age (HR 1.026; 95% IC 1.006-1.047; p=0.012), chronic kidney disease (CKD) (HR 4.265; 95% CI 2.035-8.938; p<0.001), neurological complications at hospital admission (HR 2.237; 95% CI 1.006-4.976; p=0.048) and aggravated or refractory HF during treatment (HR 1.982; 95% CI 1.035-3.795; p=0.039) were identified as independent predictors of the primary outcome. Conclusion: in a cohort of 263 patients with prior IE, characterized by younger individuals, with a high prevalence of rheumatic heart disease (RHD) and cardiac implantable electronic devices (CIED), adverse outcomes were found in 30% of the patients at long-term follow-up. The independent predictors of outcomes were increasing age, previous CKD, neurological complications and aggravated or refractory HF during treatment, after adjustment for other prognostic factors. Therefore, considering this high rate of adverse events, all patients who had IE should be closely monitored after discharge, irrespective of the presence of these risk factors for worse outcome.
Assunto: Endocardite/complicações
Endocardite Bacteriana
Assistência ao Convalescente
Prognóstico
Mortalidade
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Departamento: MEDICINA - FACULDADE DE MEDICINA
Curso: Programa de Pós-Graduação em Ciências Aplicadas à Saúde do Adulto
Tipo de Acesso: Acesso Restrito
URI: http://hdl.handle.net/1843/37575
Data do documento: 30-Out-2020
Término do Embargo: 30-Out-2021
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