Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/1843/38647
Type: Dissertação
Title: Impacto de um programa de intervenção psicossocial intergeracional na prevalência de sintomas depressivos maternos no primeiro ano após o parto
Authors: Juliana Goulart Dias da Costa
First Advisor: Claudia Regina Lindgren Alves
First Referee: Janaína Matos Moreira
Second Referee: Henrique Vitor Leite
Abstract: O papel do ambiente na saúde e no desenvolvimento infantil tem ficado cada vez mais evidente. Situações adversas, como a depressão materna, podem contribuir para inúmeros desfechos negativos na criança. Objetivos: avaliar o impacto de um programa de intervenção psicossocial intergeracional na prevalência de sintomas depressivos maternos no primeiro ano após o parto, analisar os fatores associados aos sintomas depressivos maternos e analisar o tamanho do efeito da intervenção no grupo de maior vulnerabilidade socioeconômica. Métodos: a amostra foi recrutada no Hospital Sofia Feldman e no ambulatório de seguimento de prematuros do Hospital das Clínicas, ambos em Belo Horizonte. Foi realizado um ensaio clínico quasi-experimental com dois braços (ReBEC RBR-6ct969), aplicando uma intervenção psicossocial de caráter intergeracional, com foco nas mães e nos bebês, durante o primeiro ano após o parto. A intervenção era composta por três elementos: aplicação do Newborn Behravioral Observation (NBO) antes da saída da maternidade e aos 2 meses de idade do bebê, realização de grupos de mães mediados por um profissional da saúde antes da alta hospitalar e aos 2, 4, 6, 9 e 12 meses e utilização do Livro do Bebê como guia para as discussões em grupo. A avaliação dos sintomas depressivos foi feita com a Edinburgh Postnatal Depression Scale (EPDS), aos 2 e 9 meses de idade dos bebês. Para os prematuros as avaliações foram feitas considerando-se a idade gestacional corrigida. Para avaliação da associação das variáveis com os sintomas depressivos foram ajustados Modelos Marginais Logísticos e o tamanho do efeito da intervenção foi calculado utilizando-se o d de Cohen. Adotou-se nível de significância de 5%. Resultados: foram recrutadas 494 díades, divididas em grupos controle (n=349, 70,6%) e intervenção (n=145, 29,4%). A amostra foi composta predominantemente por bebês prematuros (75,5%) e de baixo peso (67,4%). Em relação às mães, 62,4% tinha companheiro e apenas um terço (33,4%) era procedente de Belo Horizonte. A maioria das famílias (58,5%) foi classificada nas classes C1/C2 segundo a ABEP, sendo que 15% das mães eram beneficiárias do programa Bolsa Família. A escolaridade materna média foi de 9,71 anos. A prevalência de sintomas depressivos maternos encontrada aos 2 e 9 meses foi de 27,4% e 26,1%, respectivamente. A análise multivariada evidenciou associação entre escolaridade materna e prevalência de sintomas depressivos (p=0,000), sendo que para cada ano de aumento na escolaridade da mãe a chance de ela apresentar sintomas depressivos diminuiu em 0,83 [0,76; 0,91] vezes. Não houve redução estatisticamente significante na prevalência de sintomas depressivos maternos aos 9 meses no grupo intervenção, e o tamanho do efeito foi considerado pequeno (d de Cohen=0,20). Quando os grupos controle e intervenção foram ajustados pela variável “Bolsa Família”, verificou-se que o tamanho do efeito da intervenção no subgrupo de mães que recebiam Bolsa Família foi grande (d de Cohen=1,17), indicando uma redução de 2,13 vezes na chance das mães estarem deprimidas aos 9 meses neste subgrupo. Conclusão: a prevalência de sintomas depressivos foi compatível com outros estudos na população brasileira. A baixa escolaridade materna mostrou-se um fator de risco para ocorrência dos sintomas depressivos. O efeito da intervenção foi considerado pequeno, porém para as mães que recebiam Bolsa Família (subgrupo de maior vulnerabilidade socioeconômica) observou-se redução importante destes sintomas aos 9 meses.
Abstract: Environment plays a role increasingly evident in child health and development. Adverse situations, such as maternal depression, can contribute to several negative outcomes in children. Objectives: To evaluate the impact of an intergenerational psychosocial intervention program on maternal depressive symptoms' prevalence in the first year after birth, to analyze associated factors with maternal depressive symptoms and to analyze intervention’s effect size for the most socioeconomic vulnerable subgroup. Methods: The sample was recruited at Sofia Feldman’s Hospital and at Hospital das Clínicas’s premature babies follow up clinic, both in Belo Horizonte. A quasi-experimental clinical trial with two arms (ReBEC RBR-6ct969) was carried out, applying an intergenerational psychosocial intervention, focusing on mothers and babies, during the first year after childbirth. Intervention was composed of three elements: application of the Newborn Behavioral Observation (NBO) at maternity and when babies were 2 months old, mothers’ group mediated by a health professional before discharge and at 2, 4, 6, 9 and 12 months and use of “Baby’s Book” as a guide for group discussions. Evaluation of depressive symptoms was done with Edinburgh Postnatal Depression Scale (EPDS) when babies were 2 and 9 months old. For preterm infants, corrected gestational age was considered at all evaluations. To assess the association between variables and the depressive symptoms was adjusted Logistic Marginal Models and the effect size of the intervention was calculated using Cohen's d. A significance level of 5% was adopted. Results: 494 dyads were divided into control (n = 349, 70.6%) and intervention (n = 145, 29.4%) groups. The sample consisted predominantly of premature (75.5%) and low birth weight babies (67.4%). Regarding mothers, 62.4% had a partner, and only one third (33.4%) came from Belo Horizonte. Most families (58.5%) were classified in classes C1/C2 according to ABEP, and 15% of the mothers were beneficiaries of the Bolsa Família program. The average maternal schooling was 9.71 years. A prevalence of 27.4% and 26.1% of maternal depressive symptoms were found at 2 and 9 months, respectively. Multivariate analysis showed an association between maternal schooling and depressive symptoms' prevalence (p = 0.000), and that for each year increased in mother's schooling the probability of presenting depressive symptoms decreased by 0.83 [0.76; 0.91] times. In the intervention group, there was no statistically significant reduction in the prevalence of maternal depressive symptoms at 9 months and the effect size was considered small (Cohen's d = 0.20). When the groups were adjusted by Bolsa Família, it was verified that intervention’s effect size in a subgroup of mothers receiving Bolsa Família was large (Cohen's d = 1.17), indicating a reduction of 2,13 times the chance of mothers being depressed at 9 months in this subgroup. Conclusion: Maternal depressive symptoms’s prevalence was compatible with other studies in Brazilian population. Low maternal schooling was a risk factor for depressive symptoms’s occurrence. Intervention’s effect was considered small, but for mothers who received Bolsa Família (the most socioeconomic vulnerable subgroup) a significant reduction of these symptoms was observed at 9 months.
Subject: Depressão Pós-Parto
Saúde Materno-Infantil
Grupos de Autoajuda
Intervenção Médica Precoce
language: por
metadata.dc.publisher.country: Brasil
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
metadata.dc.publisher.department: MED - DEPARTAMENTO DE PEDIATRIA
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde - Saúde da Criança e do Adolescente
Rights: Acesso Aberto
metadata.dc.rights.uri: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
URI: http://hdl.handle.net/1843/38647
Issue Date: 15-May-2018
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