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Type: Tese
Title: Ambiente escolar, regulamentação das cantinas e obesidade: um recorte do estudo de riscos cardiovasculares em adolescentes
Authors: Maíra Macário de Assis
First Advisor: Larissa Loures Mendes
Abstract: Introdução: A obesidade é um problema de saúde pública mundial que acomete indivíduos cada vez mais jovens, sendo verificado um aumento significativo da prevalência em adolescentes de países de baixa e média renda. A partir de uma perspectiva ecológica, a obesidade pode resultar da interação entre fatores individuais e ambientais. Considerando que os adolescentes passam grande parte do dia na escola, este ambiente tem potencial de influenciar o consumo alimentar e a prática de atividade física. A regulamentação de venda de alimentos e bebidas nas cantinas escolares é uma das medidas adotadas com o objetivo de prevenir a obesidade no ambiente escolar por meio da melhora da qualidade nutricional dos alimentos ofertados. Apesar do exposto, ainda são poucos os estudos que buscaram caracterizar o ambiente escolar e avaliar sua associação com a obesidade em adolescentes brasileiros. Objetivos: Caracterizar o ambiente escolar e avaliar a associação da presença de regulamentação municipal e/ou estadual do comércio de alimentos e bebidas nas cantinas escolares, do ambiente escolar e de seu entorno com a obesidade em adolescentes brasileiros. Métodos: Estudo transversal que analisou dados provenientes do Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA) realizado em 2013 e 2014 com adolescentes de 12 a 17 anos que frequentavam escolas públicas e privadas brasileiras. Para o Artigo 1, somente o banco de dados das escolas do ERICA (n=1.247 escolas) foi utilizado. As análises incluíram o teste do qui-quadrado e foram estratificadas de acordo com a dependência administrativa da escola e com a macrorregião do país. Para o Artigo 2, foi criado um banco de dados único com a amostra dos adolescentes matriculados em escolas de uma metrópole brasileira, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil (n=2.530 adolescentes) e os dados do ambiente alimentar do entorno destas escolas. A densidade dos estabelecimentos de venda de alimentos e bebidas para consumo imediato (lanchonetes, lojas de doces, bares, restaurantes, padarias, supermercados, hipermercados e mercearias) no buffer network de 800 metros do entorno das escolas foi determinada. Modelos multiníveis logísticos foram realizados. Na análise multivariada foram propostos quatro modelos: (1) modelo vazio; (2) somente com as variáveis individuais; (3) somente com as variáveis ambientais e (4) variáveis individuais e ambientais. Para o Artigo 3, a associação entre a presença de regulamentação no município e/ou estado (main effect) e a presença de obesidade entre adolescentes de escolas públicas e privadas das capitais brasileiras (desfecho) foi estimada utilizando-se modelos multiníveis logísticos estratificados pela dependência administrativa da escola. O nível de significância considerado para todas as análises foi de 5%. Resultados: Artigo 1: O ambiente alimentar das escolas privadas foi caracterizado como mais obesogênico em comparação ao das escolas públicas. Na análise estratificada por macrorregião, observou-se que o ambiente alimentar foi mais obesogênico nas escolas públicas e privadas da região Norte e menos obesogênico nas escolas públicas e privadas da região Sul e nas escolas públicas da região Nordeste. Artigo 2: O número de bebedouros na escola associou-se inversamente com a obesidade entre os adolescentes. Em contrapartida, a densidade de estabelecimentos de venda de alimentos para consumo imediato no buffer network de 800 metros no entorno das escolas associou-se diretamente com o desfecho. Artigo 3: A presença de regulamentação municipal e/ou estadual do comércio de alimentos e bebidas nas cantinas escolares esteve associada a menor chance de obesidade em adolescentes de escolas públicas e privadas das capitais brasileiras. Conclusão: Os resultados evidenciam que o ambiente alimentar escolar pode ser obesogênico dependendo da dependência administrativa e da região de localização da escola e pode estar associado à obesidade em adolescentes brasileiros. A compreensão das relações entre esses fatores pode auxiliar no desenvolvimento de intervenções eficazes e no avanço de regulamentações voltadas para o controle da oferta de alimentos não saudáveis no ambiente interno das escolas públicas e privadas e de seu entorno.
Abstract: Introduction: Obesity is a global public health issue that has been increasingly affecting younger individuals and that has significantly increased its prevalence in adolescents living in low- and middle-income countries. Based on an ecological perspective, obesity may result from interaction between individual and environmental factors. Since adolescents spend much of the day at school, this environment can influence their food intake and physical activity. Food and beverage sales’ regulation in school cafeterias is one of the strategies adopted to prevent obesity in school environments, as well as to improve the nutritional quality of food sold by them. Despite the scenario, the literature in this field has only few studies focused on evaluating school environment and its association with obesity in Brazilian adolescents. Objectives: To characterize the school environment and evaluating the association among municipal and/or state food and beverage trade regulation in school cafeterias, school environment, and school surrounding areas with obesity in Brazilian adolescents. Methods: Cross-sectional study focused on analyzing data from the Study of Cardiovascular Risks in Adolescents (ERICA) conducted in 2013 and 2014 with adolescents in the age group 12-17 years, who were enrolled in Brazilian public and private schools. Only ERICA school database (n=1,247 schools) was used for Article 1. The analyses included the chi-square test; they were stratified based on school's administrative dependence and on country's macro- region. A unique database comprising the sample of adolescents enrolled in schools in the Brazilian metropolis of Belo Horizonte, Minas Gerais State, Brazil (n=2,530 adolescents), as well as data about the food environment surrounding these schools, was created for Article 2. The density of food and beverage outlets for immediate consumption (snack bars, candy stores, bars, restaurants, bakeries, supermarkets, hypermarkets, and grocery stores) in the 800-meter buffer network surrounding the assessed schools was determined. Multilevel logistic models were carried out. Four models were proposed in the multivariate analysis: (1) empty model; (2) model only comprising individual variables; (3) model only comprising environmental variables; and (4) model comprising both individual and environmental variables. The association between municipal and/or state regulation (main effect), and obesity in adolescents from public and private schools in Brazilian state capitals (outcome) was estimated for Article 3 by using multilevel logistic models, which were stratified based on the administrative dependence of the investigated school. Significance level set at 5% was taken into consideration for all analyses. Results: Article 1: Food environment in private schools was more obesogenic than that observed in public schools. Based on the analysis stratified by macroregion, food environment was more obesogenic in public and private schools in the Northern region than public and private schools in the Southern region, and public schools in the Northeastern region. Article 2: The number of drinking fountains in schools was inversely associated with obesity in adolescents. On the other hand, the density of outlets selling food for immediate consumption in the 800-meter buffer network surrounding schools was directly associated with the obesity. Article 3: The presence of municipal and/or state food and beverage sales’ regulation in school cafeterias was associated with lower obesity odds in adolescents from public and private schools in Brazilian state capitals. Conclusion: Results have shown that food environment in schools may be obesogenic depending on their administrative dependence and on the region, they are located in, as well as that environment may be associated with obesity in Brazilian adolescents. Understanding the association between these factors may help developing effective interventions and advanced regulations aimed at controlling unhealthy food supply in the internal environment of public and private schools and in their surroundings.
Subject: Adolescente
Ambiente Escolar
Obesidade
Política Pública
language: por
metadata.dc.publisher.country: Brasil
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
metadata.dc.publisher.department: MEDICINA - FACULDADE DE MEDICINA
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde - Saúde da Criança e do Adolescente
Rights: Acesso Restrito
URI: http://hdl.handle.net/1843/38690
Issue Date: 22-Mar-2021
metadata.dc.description.embargo: 22-Mar-2022
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