Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/1843/39242
Type: Dissertação
Title: Diversidade e assimetria flutuante em borboletas ao longo de gradientes urbanos
Authors: Thaís Neres Guimarães Pignataro
First Advisor: Tatiana Garabini Cornelissen
Abstract: Este estudo objetivou avaliar o efeito de gradientes de urbanização em parâmetros de comunidades de borboletas. Borboletas são organismos-modelo que permitem verificar a qualidade do habitat devido ao seu papel bioindicador. Além disso, oferecem a compreensão da influência de diferentes condições ambientais nas comunidades, nos padrões espaço-temporais e podem ser aplicadas em estudos de gradientes ambientais a fim de auxiliar na tomada de decisões em políticas públicas e no planejamento efetivo de conservação em ambientes urbanos. O primeiro capítulo dessa dissertação aborda o estudo da variação da diversidade da comunidade de borboletas ao longo de três gradientes urbanos definidos por áreas urbana-rural-preservadas. As amostragens foram realizadas ao longo de transectos de aproximadamente 3 km abrangendo gradiente composto por habitat urbano, rural e preservado em cada transecto. A fim de entender a influência da urbanização na comunidade de borboletas foram avaliados a modificação da riqueza, abundância e composição específica entre os pontos na paisagem, assim como ao longo de todo o gradiente urbano-rural-preservado. Além disso, foi avaliada a modificação da frequência da riqueza de guildas de borboletas (frugívoras e nectarívoras) ao longo dos gradientes. A riqueza total da comunidade de borboletas sofreu um decréscimo significativo ao longo do gradiente (F1,7=8.14 P= 0.025), assim como observado pela redução de riqueza avaliado pelo índice de Margalef (F1,7=8.57 P=0.022), sugerindo que algumas espécies podem ter grande afinidade por micro-habitats específicos. Em relação à abundância, não foi encontrada diferença significativa ao longo do gradiente, sugerindo a presença de algumas espécies adaptadas e capazes de adquirir recursos em locais perturbados. A diversidade α observada foi maior que a esperada ao acaso (αobs= 31.88 e αesp= 25.88, P<0.05) enquanto a diversidade β observada foi menor (βobs=26.77 e βesp= 30.88, P>0.05) como demonstrado pela composição específica de cada área (preservado-rural-urbano) e com maior diversidade de espécies local devido à conectividade ao longo dos gradientes. Esses resultados demonstram a importância em promover maior heterogeneidade ambiental ao longo dos gradientes a fim de evitar a homogeneização biótica. Além disso, os gradientes foram estruturados pela substituição de espécies (β1= 1.884, P=0.001), indicando que o gradiente urbano atua como filtro ambiental e que algumas espécies estão limitadas a determinados locais mais adequados. A frequência de espécies frugívoras apresentou um decréscimo significativo ao longo dos gradientes (F1,7=7.517 P=0.029), enquanto as espécies nectarívoras não apresentaram diferenças ao longo dos gradientes (F1,7=3.853 P=0.09). Esses resultados reforçam o importante papel na gestão das áreas urbanas ao incorporar espécies de plantas nativas hospedeiras em parques e jardins nos centros urbanos a fim de manter a comunidade de borboletas e os serviços ecossistêmicos como a herbivoria por imaturos de ambas as guildas e a polinização realizada por adultos de espécies nectarívoras. O segundo capítulo dessa dissertação avalia os efeitos da urbanização na morfometria das asas de borboletas em comunidades distintas ao longo dos gradientes urbanos definidos por áreas urbana-rural-preservadas. Foi avaliado se os gradientes urbanos são capazes de provocar desvios no eixo de simetria das asas das borboletas, usando-se medidas de assimetria flutuante como proxy para estresse ambiental causado pela urbanização. Para coleta de borboletas ao longo dos gradientes urbanos, foram utilizados transectos de aproximadamente 3 km abrangendo áreas urbano-rural preservadas em cada transecto. Foram analisadas 436 borboletas que tiveram suas asas destacadas e medidas em dois caracteres (comprimento e largura) para cálculo de índices de assimetria flutuante (AF) das asas das comunidades para cada área independentemente. O gradiente urbano apresentou efeitos significativos na AF nos caracteres de comprimento (F2,433= 20.85, P= 0.000) e largura (F2,433= 21.34, P=0.000) das asas das borboletas. As áreas rurais apresentaram níveis de AF significativamente mais elevados para o caractere comprimento e largura quando comparada às urbanas e preservadas. Esses resultados sugerem que a transformação de áreas naturais em áreas agrícolas são fonte de estresse mais intensos do que as cidades, devido à falta de recursos alimentares e possível uso de agrotóxico nas culturas. Além disso, nossos resultados demonstram que as cidades exercem menor estresse nas comunidades de borboletas devido à presença de jardins urbanos e uso de recursos alternativos presentes nas cidades, como alimentos em terrenos baldios e fendas em construções como poleiros que explicam a menor assimetria das asas nesses locais.
language: por
metadata.dc.publisher.country: Brasil
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
metadata.dc.publisher.department: ICB - INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLOGICAS
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Conservacao e Manejo da Vida Silvestre
Rights: Acesso Restrito
URI: http://hdl.handle.net/1843/39242
Issue Date: 26-Feb-2019
metadata.dc.description.embargo: 26-Feb-2021
Appears in Collections:Dissertações de Mestrado

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