Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/1843/41550
Tipo: Dissertação
Título: Desigualdades raciais e de gênero na mortalidade geral no ELSA-Brasil: uma abordagem interseccional
Título(s) alternativo(s): Racial and gender inequalities in general mortality in the ELSA-Brasil: an intersectionality approach
Autor(es): Fernanda Esthefane Garrides Oliveira
Primeiro Orientador: Luana Giatti Gonçalves
Segundo Orientador: Sandhi Maria Barreto
Primeiro membro da banca : Luana Giatti Gonçalves
Segundo membro da banca: Sandhi Maria Barreto
Terceiro membro da banca: Edna Maria de Araújo
Quarto membro da banca: Lidyane do Valle Camelo
Resumo: Uma das principais faces das desigualdades raciais em saúde no Brasil é revelada pela menor expectativa de vida de pretos e pardos em relação aos brancos, que se soma às desigualdades de gênero no risco de morrer. A teoria da interseccionalidade indica que múltiplas identidades sociais, como raça/cor da pele e gênero, interagem e definem experiências distintas na estrutura social, produzindo e mantendo iniquidades em saúde. Esta dissertação investigou se a raça/cor da pele autorreferida, gênero e a intersecção de raça/cor da pele-gênero estavam associados ao risco de morrer em um período de seguimento médio de 7 anos entre adultos do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). O ELSA-Brasil é uma coorte multicêntrica que incluiu 15.105 servidores de instituições públicas de ensino e pesquisas de seis cidades brasileiras. Nesta análise foram excluídos participantes sem informação de raça/cor da pele (184), que referiram raça/cor da pele amarela (374) ou indígena (157) e os que morreram antes de finalizarem o primeiro ano de seguimento (25). O tempo sob risco para os elegíveis no estudo correspondeu ao período entre um ano após a entrada na coorte e o óbito ou censura à direita. Foram incluídos óbitos por todas as causas ocorridos um ano após a entrada na coorte até julho de 2018. As variáveis explicativas de interesse foram a raça/cor da pele autorreferida, gênero e os grupos interseccionais de raça/cor da pele-gênero (mulher branca, mulher parda, mulher preta, homem branco, homem pardo e homem preto). Potenciais fatores de confundimento incluídos foram mensurados na linha de base do estudo. Modelos de riscos proporcionais de Cox foram utilizados para estimar hazard ratio (HR) e intervalos com 95% de confiança (IC95%) da força de associação entre as variáveis de interesse e o tempo até o óbito. Os participantes somaram 100.407,2 pessoas-anos e 441 óbitos (3,1%) foram registrados. Após todos os ajustes, comparados aos de raça/cor da pele branca, pretos (HR:1,31; IC95%:1,001-1,72) e pardos (HR:1,27; IC95%:1,002-1,61) apresentaram maior risco de morrer, também os homens estavam em maior risco do que as mulheres (HR:1,62; IC95%:1,32-2,00). Em relação aos grupos interseccionais de raça/cor da pele-gênero, quando comparados ao grupo de mulheres brancas, não houve diferença significativa no risco de morrer de mulheres pretas ou pardas, enquanto foi observado incremento no risco de morrer de 52% entre homens brancos (HR: 1,52; IC95%:1,13-2,06), 96% entre homens pardos (HR:1,96; IC95%:1,40-2,74) e 118% entre homens pretos (HR:2,18; IC95%:1,50-3,19). Os resultados confirmam desigualdades raciais no risco de morrer e revelam que as diferenças podem ser ainda maiores ao levar em consideração subgrupos sociais estabelecidos na interseccionalidade de raça/cor da pele e gênero. Considerar a interseccionalidade das identidades sociais é essencial para revelar os aspectos que impulsionam as desigualdades em saúde e contribuir para orientar políticas públicas efetivas em promover equidade.
Abstract: One of the main faces of racial inequalities in health in Brazil is revealed by the lower life expectancy of blacks and browns (pardos) in relation to whites, that adds up to the gender inequalities in the risk of dying. The intersectionality theory points out that multiple social identities, such as race/skin color and gender, interact and define distinct experiences in the social structure, producing and maintaining inequities in health. This dissertation investigated whether self-reported race/skin color, gender and intersection of race/skin color-gender were associated with the risk of dying in a mean follow-up period of 7 years among adults in the Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil). ELSA-Brasil is a multicenter cohort that included 15,105 servers of public educational institutions and research from six Brazilian cities. In this analysis were excluded participants without information of race/skin color (184), who indicated yellow (Asians) race/skin color (374) or indigenous (157) and those who died before the end of the first year of follow-up (25). The time at risk for those eligible in the study corresponded to the period between one year after entry into the cohort and death or right censoring. Were included deaths from all causes occurred one year after entering the cohort until July 2018. The explanatory variables of interest were self-reported race/skin color, gender and intersection of race/skin color-gender (white women, brown women, black women, white men, brown men and black men). Potential confounders included were measured at the study baseline. Cox proportional hazards models were used to estimate the Hazard Ratio (HR) and intervals with 95% confidence (CI 95%) of the strength of association between the variables of interest and time to death. Participants totaled 100,407.2 person-years and 441 deaths (3.1%) were recorded. After all adjustments, compared to those of race/skin color white, the black group (HR:1.31; IC95%:1.001-1.72) and brown group (HR:1.27; IC95%:1.002-1.61) were at higher risk of dying; men were also at higher risk than women (HR:1.62; IC95%:1.32-2.00). In relation to race/skin color-gender groups, there were no significant differences in the risk of dying of black and brown women when compared to the white women group, while it was observed an increase in the risk of dying from 52% among white men (HR: 1.52; IC95%:1.13-2.06), 96% among brown men (HR:1.96; IC95%:1.40-2.74) and 118% among black men (HR:2.18; IC95%:1.50-3.19). The results confirm racial inequalities in the risk of dying and reveal that the differences may be even greater when taking into account social subgroups established at the intersectionality of race/skin color and gender. Considering the intersectionality of social identities is essential to reveal the aspects that drive health inequalities and to contribute to guiding effective public policies in promoting equity.
Assunto: Disparidades nos Níveis de Saúde
Iniquidade de Gênero
Fatores Raciais
Identidade de Gênero.
Interseccionalidade
Mortalidade
Grupos de Populações Continentais
Racismo
Dissertação Acadêmica
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Departamento: MEDICINA - FACULDADE DE MEDICINA
Curso: Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
metadata.dc.rights.uri: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
URI: http://hdl.handle.net/1843/41550
Data do documento: 19-Dez-2018
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