Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/1843/41717
Type: Tese
Title: Novas estéticas para estruturas antigas : tecnologias, próteses de gênero e textualidades do mandato de masculinidade
Other Titles: New aesthetics for old structures : technologies, gender prostheses and textualities of the masculinity mandate
Authors: Juliana Soares Gonçalves
First Advisor: Carlos Alberto de Carvalho
First Referee: Carlos Magno Camargos Mendonça
Second Referee: Maria Gislene Carvalho Fonseca
Third Referee: Geane Carvalho Alzamora
metadata.dc.contributor.referee4: Cynthia Mara Miranda
Abstract: Esta tese se propõe a pensar nas masculinidades pelas lentes das textualidades (Abril, 2007; 2012). Logo, passa por acessar as construções de gênero a partir da matriz patriarcal heteronormativa, compreendendo essas como rede simbólica em processo, compostas por elementos heterogêneos, que tem o corpo como um dos artefatos principais, mas que não se encerrar na pele. Acionamos Butler (2020), para quem não é possível acessar nenhuma noção de corpo que não seja significada. Assim, as masculinidades são assumidas como híbridos entre organismo e tecnologias (Haraway, 2018), por meio de próteses de gênero (Preciado, 2018), que atuam no corpo de maneira mais ou menos material. Sendo as próteses assumidas como artefatos capazes de suprir a falta ou potencializar partes dos corpos, entendemos que, além de diversas materialidades inseridas ou acopladas no organismo para produzi-lo fisicamente, como próteses dentárias, silicone, hormônios, suplementos alimentares, faz-se necessária ampliá-las para materialidades e sentidos que extrapolam a imediaticidade dos corpos, mas que se mostram eficientes nas construções de sentido que se deseja atribuir a eles. É o caso de artefatos diversos, que vão desde carros, joias, dinheiro, até pessoas, como mulheres e filhos. Com isso, queremos dizer que a produção da rede de sentidos de si como homem extrapola a dimensão física do corpo, sendo composta por uma rede simbólica complexa e diversa. Nos interessa, deste modo, pensar nos processos de composição dessas redes de sentido, mais especificamente de enunciações de masculinidades supostamente transformadas, tão recorrentes na sociedade contemporânea. Assim, tendo as estruturas de poder dos gêneros como pressupostas, buscamos compreender como se configuram as textualidades de masculinidades que se dizem outras, no sentido de não se comprometerem com modelos tradicionais de virilidade e macheza, em seus atravessamentos com as dinâmicas de poder. Ou seja, considerando as masculinidades como um mandato (Segato, 2018), que se sustenta a partir de cobranças de tributos do feminino e se legitima pelo olhar de pares, buscamos entender em que medida os projetos simbólicos de masculinidades enunciadas como transformadas alteram, de fato, estruturas do poder patriarcal. Para tanto, coletamos mais de 300 materialidades enunciativas de masculinidades como corpus e, a partir da sistematização desse material em chaves de leitura, nos dedicamos à escrita de três ensaios. Na produção ensaística aqui proposta, acionamos empirias específicas a partir das discussões teóricas em curso, de maneira a tecer nossa tesa em processo dialógico constante entre elementos da realidade e a as teorias convocadas.
Esta tese se propõe a pensar nas masculinidades pelas lentes das textualidades (Abril, 2007; 2012). Logo, passa por acessar as construções de gênero a partir da matriz patriarcal heteronormativa, compreendendo essas como rede simbólica em processo, compostas por elementos heterogêneos, que tem o corpo como um dos artefatos principais, mas que não se encerrar na pele. Acionamos Butler (2020), para quem não é possível acessar nenhuma noção de corpo que não seja significada. Assim, as masculinidades são assumidas como híbridos entre organismo e tecnologias (Haraway, 2018), por meio de próteses de gênero (Preciado, 2018), que atuam no corpo de maneira mais ou menos material. Sendo as próteses assumidas como artefatos capazes de suprir a falta ou potencializar partes dos corpos, entendemos que, além de diversas materialidades inseridas ou acopladas no organismo para produzi-lo fisicamente, como próteses dentárias, silicone, hormônios, suplementos alimentares, faz-se necessária ampliá-las para materialidades e sentidos que extrapolam a imediaticidade dos corpos, mas que se mostram eficientes nas construções de sentido que se deseja atribuir a eles. É o caso de artefatos diversos, que vão desde carros, joias, dinheiro, até pessoas, como mulheres e filhos. Com isso, queremos dizer que a produção da rede de sentidos de si como homem extrapola a dimensão física do corpo, sendo composta por uma rede simbólica complexa e diversa. Nos interessa, deste modo, pensar nos processos de composição dessas redes de sentido, mais especificamente de enunciações de masculinidades supostamente transformadas, tão recorrentes na sociedade contemporânea. Assim, tendo as estruturas de poder dos gêneros como pressupostas, buscamos compreender como se configuram as textualidades de masculinidades que se dizem outras, no sentido de não se comprometerem com modelos tradicionais de virilidade e macheza, em seus atravessamentos com as dinâmicas de poder. Ou seja, considerando as masculinidades como um mandato (Segato, 2018), que se sustenta a partir de cobranças de tributos do feminino e se legitima pelo olhar de pares, buscamos entender em que medida os projetos simbólicos de masculinidades enunciadas como transformadas alteram, de fato, estruturas do poder patriarcal. Para tanto, coletamos mais de 300 materialidades enunciativas de masculinidades como corpus e, a partir da sistematização desse material em chaves de leitura, nos dedicamos à escrita de três ensaios. Na produção ensaística aqui proposta, acionamos empirias específicas a partir das discussões teóricas em curso, de maneira a tecer nossa tesa em processo dialógico constante entre elementos da realidade e a as teorias convocadas.
Abstract: This thesis proposes to reflect on masculinities through the lenses of textualities (Abril, 2007;2012). Therefore, it goes to access gender constructs based on the patriarchal heteronormative matrix, comprehending these as a symbolic web in process, composed by heterogeneous elements, having the body as one of it’s main artifacts, but that doesn’t stop at the skin. We call up Butler (2020), for whom it’s impossible to access any notion of body that’s not signified. Therefore, the masculinities are assumed as hybrids of organism and technologies (Haraway, 2018), by means of gender prosthesis (Preciado, 2019), that act on the body in a somewhat material way. With the prosthesis assumed as artifacts capable of complementing or potentializing body parts, we understand that beyond the diversity of materialities inserted or coupled in the organism, such as dental prosthesis, silicon implants, hormones and food supplements, its necessary to amplify them to materialities and meanings that extrapolate the immediacy of bodies, but that prove themselves efficient in the constructions of meaning that one wishes to attribute them. It's the case of many artifacts, going from cars, jewelry and money, to people, such as women. With this we want to show how the construction of the web of meanings of oneself as man extrapolates the physical dimension of the body,being composed by a complex and diverse web of symbolisms. It therefore interests us to think in the process of the composition of these webs of meaning, more specifically in supposedly transformed utterances of masculinity, so recurring in contemporary society. Therefore, having gender power structures as presuppose, we search to comprehend the configurations of textualities of masculinities that present themselves as other, in the sense that they don’t compromise with traditional senses of virility, in their trespassings with power dynamics. Or, in other words, considering masculinities as a mandate (Segato, 2018), that sustains itself on demands of tributes from the feminine and that legitimizes itself on the mentality of couples, searching to understand how much symbolic projects of transformed masculinities actually alter patriarchal power structures. To do that, we collected more than 300 enunciated materialities of masculinities as research corpus, and, based on the systematization of this material in reading keys, we dedicated ourselves to the writing of three essays. In the essay production proposed here, we trigger specific empirical studies from the theoretical discussions in progress, in order to weave our thesis in a constant dialogic process between elements of reality and the theories summoned.
This thesis proposes to reflect on masculinities through the lenses of textualities (Abril, 2007;2012). Therefore, it goes to access gender constructs based on the patriarchal heteronormative matrix, comprehending these as a symbolic web in process, composed by heterogeneous elements, having the body as one of it’s main artifacts, but that doesn’t stop at the skin. We call up Butler (2020), for whom it’s impossible to access any notion of body that’s not signified. Therefore, the masculinities are assumed as hybrids of organism and technologies (Haraway, 2018), by means of gender prosthesis (Preciado, 2019), that act on the body in a somewhat material way. With the prosthesis assumed as artifacts capable of complementing or potentializing body parts, we understand that beyond the diversity of materialities inserted or coupled in the organism, such as dental prosthesis, silicon implants, hormones and food supplements, its necessary to amplify them to materialities and meanings that extrapolate the immediacy of bodies, but that prove themselves efficient in the constructions of meaning that one wishes to attribute them. It's the case of many artifacts, going from cars, jewelry and money, to people, such as women. With this we want to show how the construction of the web of meanings of oneself as man extrapolates the physical dimension of the body,being composed by a complex and diverse web of symbolisms. It therefore interests us to think in the process of the composition of these webs of meaning, more specifically in supposedly transformed utterances of masculinity, so recurring in contemporary society. Therefore, having gender power structures as presuppose, we search to comprehend the configurations of textualities of masculinities that present themselves as other, in the sense that they don’t compromise with traditional senses of virility, in their trespassings with power dynamics. Or, in other words, considering masculinities as a mandate (Segato, 2018), that sustains itself on demands of tributes from the feminine and that legitimizes itself on the mentality of couples, searching to understand how much symbolic projects of transformed masculinities actually alter patriarchal power structures. To do that, we collected more than 300 enunciated materialities of masculinities as research corpus, and, based on the systematization of this material in reading keys, we dedicated ourselves to the writing of three essays. In the essay production proposed here, we trigger specific empirical studies from the theoretical discussions in progress, in order to weave our thesis in a constant dialogic process between elements of reality and the theories summoned.
language: por
metadata.dc.publisher.country: Brasil
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
metadata.dc.publisher.department: FAF - DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social
Rights: Acesso Aberto
metadata.dc.rights.uri: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
URI: http://hdl.handle.net/1843/41717
Issue Date: 4-Nov-2021
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