Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/1843/43082
Tipo: Dissertação
Título: O estatuto teórico do mal-estar em Freud
Título(s) alternativo(s): The theoretical status of malaise in Freud
Autor(es): Túlio Fonseca Coimbra
Primeiro Orientador: Gilson de Paulo Moreira Iannini
Primeiro membro da banca : Vladimir Pinheiro Safatle
Segundo membro da banca: Guilherme Massara Rocha
Resumo: Trata-se de investigar o estatuto teórico do mal-estar (Unbehagen) na obra de Freud. Muitas vezes citado e parafraseado, após Freud a noção de mal-estar foi inteiramente assimilada pela cultura. Seu uso desmedido e trivializado faz pensar que a noção em si careceria de definições e conceituações. No entanto, o estudo detido da obra freudiana deixa claro que a noção de mal-estar, especialmente aquela empregada em “O Mal-Estar na Civilização”, possui um emprego específico, que pode ser percebido inclusive pela evolução do pensamento de Freud, que nos permite coloca-lo na constelação dos conceitos psicanalíticos. No entanto, para isso, é preciso ver que o conceito na psicanálise tem uma marca específica. No primeiro capítulo, veremos as particularidades e idiossincrasias que o conceito assume na psicanálise. De forma clara, procuramos nos debruçar sobre a forma específica de conceptualização psicanalítica. Veremos que o conceito psicanalítico não tem por função fixar uma realidade de forma inequívoca e sem contradições, mas sim enunciar e delimitar a equivocidade da realidade com que a psicanálise lida, delimitar essa mesma contradição ínsita ao fenômeno analítico. Por fim, munidos desse aspecto essencial dos modos de conceituação psicanalítico, veremos, no segundo capítulo, que o mal-estar freudiano cumpre os requisitos de um conceito psicanalítico. De forma mais específica, é daqueles conceitos que partem da clínica e atingem o fulcro do social. O mal-estar freudiano é a lente a partir da qual podemos compreender as formas de internalização subjetivamente determinadas. Aqui, trata-se de defender a hipótese de que o mal-estar é o conceito derradeiro da teoria social freudiana que permite situar não apenas um diagnóstico de época, mas o modo como uma configuração social – e o seu complexo de normas, valores e ideais – pré-determinam as formas do sofrimento psíquico. Pois, em Freud, a base de uma teoria do vínculo social se constitui a partir das formas de afetação de um sujeito ante a vida social na qual ele é lançado.
Abstract: It’s a question of investigating the theoretical status of malaise (Unbehagen) in Freud's work. Often quoted and paraphrased, after Freud the notion of malaise was entirely assimilated by culture. Its rampant and trivialized use makes one think that the notion itself would lack definitions and conceptualizations. However, the close study of Freud's work makes it clear that the notion of malaise, especially that used in "Malaise in Civilization", has a specific use, which can be perceived even by the evolution of Freud's thought, which allows us to place it in the constellation of psychoanalytic concepts. However, for this, it must be seen that the concept in psychoanalysis has a specific mark. In the first chapter, we will look at the particularities and idiosyncrasies that the concept assumes in psychoanalysis. Clearly, we seek to address the specific form of psychoanalytic conceptualization. We will see that the psychoanalytic concept is not intended to fix a reality unequivocally and without contradictions, but to enunciate and delimit the equivocity of reality with which psychoanalysis deals, to delimit this same contradiction inherent to the analytic phenomenon. Finally, armed with this essential aspect of psychoanalytic modes of conceptualization, we will see in the second chapter that Freudian malaise meets the requirements of a psychoanalytic concept. More specifically, it is those concepts that start from the clinic and reach the fulcrum of the social. Freudian malaise is the lens through which we can understand subjectively determined forms of internalization. The point here is to defend the hypothesis that malaise is the ultimate concept of Freud's social theory that allows us to situate not only a diagnosis of the epoch, but the way in which a social configuration – and its complex of norms, values and ideals – predetermine the forms of psychic suffering. In Freud, the basis of a theory of social bond is constituted from the forms of affectation of a subject before the social life in which he is launched.
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Departamento: FAF - DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
Curso: Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/43082
Data do documento: 7-Out-2019
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