Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/1843/45037
Tipo: Artigo de Evento
Título: Raça, lugares e barreiras: trajetórias de vida de chefes negros em uma organização pública do estado de Minas Gerais
Autor(es): Matheus Arcelo Fernandes Silva
Felipe Gouvêa Pena
Mariana Luísa da Costa Lage
Luiz Alex Silva Saraiva
Resumo: Introdução Os debates acerca de políticas que busquem reduzir as desigualdades raciais ainda são tímidos no Brasil, e apresentam forte resistência dos setores mais conservadores da sociedade. Apoiados, sobretudo, na ideia de uma suposta “democracia racial”, em discursos meritocráticos simplórios que desconsideram trajetórias históricas e contextos de vida, negam-se desigualdades e situações de injustiça evidentes. Problema de Pesquisa e Objetivo Diante dessa problematização inicial, a questão central que norteia o presente artigo é como a questão racial se apresentou durante a trajetória de vida de negros que alcançaram cargos de chefia em uma organização pública do estado de Minas Gerais. Nesse sentido, objetiva-se investigar a trajetória de vida dos entrevistados, buscando apreender aspectos que se relacionem com a questão racial. Fundamentação Teórica A ainda incipiente movimentação no âmbito dos estudos organizacionais em torno da questão racial pode advir de uma possível naturalização da situação, e também, pelo fato de que muito dificilmente são observadas cenas explícitas de discriminação racial nas organizações, contudo, este fato não implica a inexistência do racismo. Nesse sentido, a suposta predileção dos negros por uma determinada ocupação provavelmente advém de questões culturais e de uma internalização do que seria o papel dos negros na sociedade. Metodologia O presente trabalho buscou considerar a história de vida dos três únicos negros que ocupam cargos de chefia em uma organização pública do governo do estado de Minas Gerais. Utilizou-se uma metodologia qualitativa, a partir da reprodução das trajetórias de vida dos sujeitos, uma vez que as discriminações raciais são sentidas de formas distintas por cada pessoa, e somente quem sofre a discriminação pode, de fato, retratar o assunto. Para a análise dos dados, optou-se realizar uma análise de conteúdo, viabilizando a estruturação de categorias de análise comuns nas falas dos entrevistados. Análise dos Resultados Os principais resultados sugerem convergência nas origens simples dos entrevistados, e no pioneirismo do acesso ao ensino superior em suas famílias, a transposição de uma importante barreira. Todavia, mais escolaridade não significou facilidade para superar “o lugar do negro” na sociedade. Ocupar uma posição historicamente ocupada por brancos, que ainda o fazem majoritariamente hoje, é outro ponto de convergência das trajetórias de vida dos entrevistados. Conclusão As principais contribuições do estudo destacam com os entrevistados integram a estatística dos apenas 32% de negros mineiros em cargos de diretores e gerentes. Em contraposição, ocupações que remetem a trabalhos manuais são majoritariamente ocupados por negros. O reconhecimento desta situação representa o racismo no Brasil, muitas vezes velado, silencioso, mas capaz de manter estruturas. É preciso denunciar a miscigenação e sua máscara de igualdade racial como forma de desarticulação do movimento negro.
Assunto: Administração pública
Negros - Emprego
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Departamento: FCE - DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/45037
Data do documento: Nov-2017
metadata.dc.relation.ispartof: SEMEAD Seminários em Administração
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