Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/1843/47365
Type: Dissertação
Title: Caracterização da assistência à saúde mental na infância e adolescência no estado de Minas Gerais
Other Titles: Characterization of mental health care in childhood and adolescence in the state of Minas Gerais
Authors: Amanda Zanon Resende
First Advisor: Fernando Madalena Volpe
First Referee: Ana Paula Souto Melo
Second Referee: Graziella Lage Oliveira
Abstract: Introdução: Embora a prevalência mundial dos transtornos mentais na infância e adolescência se aproxime de 13,4%, pouco se sabe sobre a capacidade instalada de serviços e profissionais qualificados em Minas Gerais (MG). Considerando-se o alto risco de continuidade entre os distúrbios da infância e os da idade adulta, a intervenção eficaz e precoce pode minimizar o ônus sobre o indivíduo e a família, além de reduzir os custos para os sistemas de saúde e as comunidades. No Brasil, o serviço especializado no atendimento deste perfil de pacientes é o Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSi). Objetivos: Caracterizar a assistência à saúde mental das crianças e adolescentes em MG, no período de 2007 a 2020, em relação à disponibilidade de serviços, profissionais e perfil dos atendimentos. Método: Trata-se de um estudo observacional, descritivo, que tem como escopo os serviços de saúde mental da infância e adolescência de MG. Foram coletados dados referentes à saúde mental da infância e adolescência em todo o período disponível: 2007 a 2020 para os dados dos serviços de saúde e 2013 a 2019 para os dados referentes à produção ambulatorial (Registro de Ações Ambulatoriais em Saúde – RAAS) e à produção hospitalar (Autorização de Internação Hospitalar – AIH). As bases utilizadas são de domínio público: Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, Sistema de Informações Ambulatoriais, Sistema de Informações Hospitalares e Conselho Federal de Medicina. Foram realizadas análises descritivas e comparativas. O presente estudo foi dispensado de apreciação do Comitê de Ética. Resultados: Minas Gerais possui 42 CAPS que atendem exclusivamente o público infantojuvenil. Houve um incremento de 381% no número de serviços no período de 2013 a 2020 e, ainda assim, há duas macrorregiões do Estado que não dispõe de CAPSi. A distribuição geográfica dos serviços e profissionais é desigual e, a maior parte está concentrada na região central. O Estado conta com 2,31 profissionais de nível superior e 0,53 psiquiatras da infância e adolescência por 100.000 crianças e adolescentes. No período de 2013 a 2019 o número de RAAS emitidos no Estado aumentou 356%. A idade média dos pacientes atendidos nos CAPSi aumentou de 10,88 (±4,31) em 2013 para 11,36 (±4,28) anos em 2019. A proporção de meninos foi maior em todo o período e mais de 90% dos dos atendimentos ocorreram no mesmo município do domicílio. Os atendimentos individuais foram os mais frequentes. Ocorreram 16,63 internações em hospitais gerais por 100.000 crianças e adolescentes no ano de 2019. A idade média dos pacientes internados aumentou de 13,08 (±4,23) em 2013 para 14,26 (±3,33) anos em 2019. Os transtornos das emoções e comportamento foram mais prevalentes nos atendimentos ambulatoriais, enquanto os transtornos de humor e psicóticos se destacaram nas internações. O Estado dispõe de 0,27 leitos de hospitalidade noturna para 100.000 crianças e adolescentes, e todos estes leitos encontram-se na capital. Não há dados sobre leitos específicos em hospitais gerais. Discussão: Para além dos pacientes com transtornos mentais graves e refratários, os transtornos moderados e alguns leves, porém refratários aos tratamentos iniciais, também necessitam de acompanhamento especializado. Pelo menos 3% da população necessita de cuidados contínuos em saúde mental, o que representa o total de 653.548 crianças e adolescentes em MG. Considerando o critério de habitantes por região para a implantação dos CAPSi, MG tem 75 microrregiões elegíveis e, pensando unicamente na população, há a possibilidade de implantação de 300 CAPSi. Sendo o Brasil um país de renda média, há um déficit de 24,39 profissionais por 100.000 crianças e adolescentes em MG. O Estado tem lacunas de assistência em todas as regiões ampliadas de saúde. O número de serviços, de profissionais e de leitos no Estado está aquém das estimativas mundiais, mesmo quando se compara a países com renda semelhante. Considerações finais: Apesar dos incrementos na oferta de serviços e profissionais, ainda existem deficiências quantitativas e de distribuição no Estado de Minas Gerais. Investimentos na rede de saúde, na formação dos profissionais, na construção de políticas públicas e de indicadores se fazem necessários objetivando melhorias na assistência.
Abstract: Introduction: Although the worldwide prevalence of mental disorders in childhood and adolescence is close to 13.4%, little is known about the installed capacity of services and qualified professionals in Minas Gerais (MG). Considering the high risk of continuity between childhood and adult disorders, effective and early intervention can minimize the burden on the individual and the family, and reduce costs to health systems and communities. In Brazil, the service specialized in attending to this profile of patients is the Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSi). Objectives: To characterize the mental health care of children and adolescents in MG, from 2007 to 2020, in relation to availability services, professionals and profile of care. Method: This is an observational, descriptive study that has as its scope the mental health services for children and adolescents in MG. Data were collected regarding childhood and adolescence mental health throughout the available period: 2007 to 2020 for data from health services and 2013 to 2019 for data referring to outpatient production (Registro de Ações Ambulatoriais em Saúde – RAAS) and hospital production (Autorização de Internação Hospitalar – AIH). The databases used are in the public domain: Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, Sistema de Informações Ambulatoriais, Sistema de Informações Hospitalares e Conselho Federal de Medicina. Descriptive and comparative analyzes were performed. This study was exempted from consideration by the Ethics Committee. Results: Minas Gerais has 42 CAPS that cater exclusively to children and young people. There was an increase of 381% in the number of services in the period from 2013 to 2020 and, even so, there are two macro-regions of the State that do not have CAPSi. The geographical distribution of services and professionals is uneven and most of them are concentrated in the central region. The State has 2.31 higher education professionals and 0.53 child and adolescent psychiatrists per 100,000 children and adolescents. In the period from 2013 to 2019, the number of RAAS issued in the State increased by 356%. The mean age of patients treated at CAPSi increased from 10.88 (±4.31) in 2013 to 11.36 (±4.28) years in 2019. The proportion of boys was higher throughout the period and more than 90% of the consultations took place in the same municipality as the domicile. Individual consultations were the most frequent. There were 16.63 admissions to general hospitals per 100,000 children and adolescents in 2019. The average age of hospitalized patients increased from 13.08 (±4.23) in 2013 to 14.26 (±3.33) years in 2019. Emotion and behavior disorders were more prevalent in outpatient visits, while mood and psychotic disorders stood out in hospitalizations. The State has 0.27 overnight hospital beds for 100,000 children and adolescents, and all these beds are located in the capital. There are no data on specific beds in general hospitals. In addition to patients with severe and refractory mental disorders, moderate and some mild disorders, but refractory to initial treatments, also require specialized monitoring. At least 3% of the population needs ongoing mental health care, which represents a total of 653,548 children and adolescents in MG. Considering the criterion of inhabitants per region for the implementation of CAPSi, MG has 75 eligible micro-regions and, considering only the population, there is the possibility of implementing 300 CAPSi. As Brazil is a middle-income country, there is a deficit of 24.39 professionals per 100,000 children and adolescents in MG. The State has gaps in assistance in all expanded health regions. The number of services, professionals and beds in the state is below world estimates, even when compared to countries with similar income. Final considerations: Despite the increases in the offer of services and professionals, there are still quantitative and distribution deficiencies in the State of Minas Gerais. Investments in the health network, in the training of professionals, in the construction of public policies and indicators are necessary to improve care.
Subject: Assistência à Saúde Mental
Psiquiatria Infantil
Serviços de Saúde Mental
Adolescente
Criança
Dissertação Acadêmica
language: por
metadata.dc.publisher.country: Brasil
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Promoção de Saúde e Prevenção da Violência
Rights: Acesso Aberto
metadata.dc.rights.uri: http://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/pt/
URI: http://hdl.handle.net/1843/47365
Issue Date: 29-Oct-2021
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