Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/1843/47556
Tipo: Dissertação
Título: Interface da odontologia na equipe multiprofissional que assiste crianças e adolescentes com doenças genéticas raras
Título(s) alternativo(s): Interface of dentistry in the multiprofessional team that cares for children and adolescents with rare genetic diseases
Autor(es): Mariana Laís Silva Celestino
Primeiro Orientador: Ana Cristina Borges de Oliveira
Primeiro Coorientador: Mauro Henrique Nogueira Guimarães de Abreu
Primeiro membro da banca : Natália Cristina Ruy Carneiro
Segundo membro da banca: Denise Vieira Travassos
Resumo: As doenças genéticas raras são condições frequentemente associadas com limitações físicas, intelectuais, sensoriais e/ou comportamentais, sendo que a maioria delas afeta crianças. Manifestações bucais como alteração de mucosa, cárie dentária, limitação de abertura bucal, anomalias dentárias, má oclusão, macroglossia e respiração bucal são comuns em nesta parcela da população. Na maioria das vezes, no entanto, esses indivíduos apresentam muita dificuldade de acesso ao tratamento odontológico adequado. A Osteogênese Imperfeita (OI) e as Mucopolissacaridoses (MPS) fazem parte do grupo de doenças genéticas raras que afetam o desenvolvimento esquelético. O conceito de cuidado multidisciplinar é amplamente discutido nas práticas na área da saúde. Um dos desafios dos profissionais de saúde que atuam em equipes multiprofissionais refere-se à integração da equipe de trabalho, encontrando dificuldades nesse processo, principalmente no que concerne à equipe de saúde bucal. Esta pesquisa objetivou identificar os fatores associados ao ato das crianças e adolescentes com doenças genéticas raras serem indicadas ao dentista pela equipe multiprofissional. O estudo foi desenvolvido a partir de um banco de dados cujas informações foram coletadas em 2019 no Brasil. Foi realizado um estudo transversal com uma amostra de conveniência de 87 crianças e adolescentes com doenças genéticas raras [MPS (n=26) / OI (n=61)] e os pais/responsáveis. A amostra foi selecionada em ambulatórios médicos de serviços especializados ou de referência em doenças raras, de cinco estados brasileiros localizados nas regiões Sudeste e Nordeste (Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo). Os pais/responsáveis responderam um questionário estruturado sobre o filho com condição rara [aspectos individuais e sociodemográficos (sexo, idade, cor da pele, renda familiar) e história médica e odontológica do filho (dor de dente nos últimos 12 meses e indicação por algum profissional para ir ao dentista). O tipo de condição rara (MPS ou OI) foi confirmado pelo prontuário médico do paciente. A criança/adolescente foi examinada quanto à má oclusão, anomalias dentárias, experiência de cárie dentária e gengivite. Previamente à coleta de dados, três examinadoras passaram pelo processo de calibração intra e inter examinador. Após a fase de calibração, foi realizado um estudo piloto. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da UFMG. Os dados foram analisados por meio do software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS for Windows, versão 26.0). Foram realizadas análises univariada, bivariada e multivariada dos dados, considerando-se uma confiabilidade de 95%. A faixa etária dos participantes foi de dois a 21 anos (média: 10,4 anos /±5,6). De acordo com as respostas, 17,3% das crianças e adolescentes com doenças raras (n=15) nunca tinham ido ao dentista. O motivo da maioria das consultas odontológicas foi profilaxia bucal ou manutenção preventiva (62,1%). Sobre a indicação odontológica pela equipe multiprofissional para levar a criança/adolescente ao dentista, segundo relato dos pais/responsáveis, 29,9% deles nunca receberam indicação de nenhum profissional para levar o filho ao dentista. O grupo de participantes do sexo feminino apresentou 2,67 vezes mais chance de ter sido indicado para consulta odontológica do que os participantes do sexo masculino (IC95%: 0,96-7,42). As crianças/adolescentes que os pais relataram história de dor de dente apresentaram 7,74 vezes mais chance de terem sido indicadas pela equipe multiprofissional para o atendimento odontológico (1,61-37,14). Concluiu-se que crianças e adolescentes com doença rara que eram do sexo feminino e tinham história de dor de dente apresentaram maior chance de terem recebido indicação da equipe multiprofissional para buscarem atendimento odontológico.
Abstract: The rare genetic diseases are chronic, degenerative, progressive, and even disabling. They are diseases often associated with physical, intellectual, sensory and/or behavioral limitations, most of affect children. Oral manifestations such alterations in oral mucosa, dental caries experience, limited mouth opening, dental anomalies, malocclusion, macroglossia and mouth breathing are common in this portion of the population. Majority of the time, however, these individuals have great difficulty in accessing adequate dental treatment. Osteogenesis Imperfecta (OI) and Mucopolysaccharidoses (MPS) are part of the group of rare genetic diseases that affect skeletal development (bone and articular structure). The concept of multidisciplinary care is widely discussed in health practices. One of the challenges for the health professionals be able be working in multiprofessional teams refers to the integration of the work team, encountering difficulties in this process, especially regarding the oral health team. This research aimed to identify factors associated with the fact that children and adolescents with rare genetic diseases are referred to the dentist by the multiprofessional team. The study was developed from a database whose information was collected in 2019. A cross-sectional study was conducted with a convenience sample of 87 children and adolescents with rare genetic diseases [MPS (n=26) / OI (n=61)] and their parents/guardians. The sample was selected from specialized medical outpatient clinics or reference services in rare diseases, from five Brazilian states (Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, and São Paulo). The parents/guardians answered a questionnaire about the child with rare disease [individual and sociodemographic aspects (gender, age, skin color, family income)] and the child's medical and dental history (toothache in the last 12 months and indication by some professional to go to the dentist). The type of rare disease (MPS or OI) was confirmed by the patient's medical records. The child/adolescent was examined for malocclusion, dental anomalies, dental caries experience and gingivitis. Before data collection, three examiners was submitted an intra- and inter-examiner calibration process. (Kappa values between 0.78 and 1.00 for the clinical conditions investigated). After the calibration phase, a pilot study was conducted. The data were analyzed using the Statistical Package for the Social Sciences software (SPSS for Windows, version 26.0). Univariate, bivariate, and multivariate analyses of the data were performed, considering a reliability of 95%. The age range of children/adolescents was from two to 21 years (mean: 10.4 years /±5.6) and 17.3% of them had never gone to the dentist. The reason for most dental appointment was oral prophylaxis/preventive maintenance (62.1%). According to the parents/guardians, 29.9% of the children/adolescent had never been indicated to a dental appointment by multiprofessional team. Female patients were 2.67 times more likely to be referred to the dentist (95%CI:0.96-7.42). Children/adolescents with a history of toothache had a 7.74 times higher chance of being indicated by the multiprofessional team for dental care (95%CI:1.61-37.14). The study showed that female children and adolescents with rare genetic diseases and with a history of toothache were more likely to receive indication from the multiprofessional team to look for dental care. The present study found that female children and adolescents with rare genetic diseases and with a history of toothache were more likely to receive indication from the multiprofessional team to look for dental care.
Assunto: Doenças raras
Saúde bucal
Equipe de assistência ao paciente
Crianças com deficiência
Assistência odontológica para pessoas com deficiências
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Departamento: FAO - DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA SOCIAL E PREVENTIVA
Curso: Programa de Pós-Graduação em Odontologia
Tipo de Acesso: Acesso Restrito
metadata.dc.rights.uri: http://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/pt/
URI: http://hdl.handle.net/1843/47556
Data do documento: 17-Out-2022
Término do Embargo: 17-Out-2024
Aparece nas coleções:Dissertações de Mestrado

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