Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/1843/49026
Type: Tese
Title: Hepatite c crônica e composição corporal: relevância e complementaridade dos métodos de avaliação da massa livre de gordura
Authors: Kiara Gonçalves Dias Diniz
First Advisor: Luciana Diniz Silva
First Co-advisor: Tatiana Bering
metadata.dc.contributor.advisor-co2: Enrico Antônio Colosimo
First Referee: Teresa Cristina de Abreu Ferrari
Second Referee: Henrique Oswaldo da Gama Torres
Third Referee: Sylvia do Carmo Castro Franceschini
metadata.dc.contributor.referee4: Maria Cristina Gonzalez
Abstract: Introdução: Desnutrição pode ser identificada em 13,0% a 90,0% dos pacientes com cirrose hepática. Essa condição contribui para a perda da massa e da força muscular esquelética, entidade denominada sarcopenia. Apesar de sua relevância em pacientes hepatopatas, observa-se a ausência de consenso específico para definir e diagnosticar sarcopenia nessa população. Assim, o objetivo dos dois estudos que compõem esta tese foi avaliar a saúde do músculo esquelético em pacientes cronicamente infectados pelo HCV. No primeiro estudo foi desenvolvida e validada uma equação de predição antropométrica simples para estimativa de massa livre de gordura usando a Impedância Bioelétrica (BIA) como método de referência em pacientes com hepatite C crônica. Foram incluídos prospectivamente 209 pacientes, aleatoriamente em dois grupos, 158 pacientes constituíram a amostra de derivação e 51 pacientes compuseram a amostra de validação. As equações preditivas foram desenvolvidas por meio da regressão múltipla backward stepwise. Dentre elas, escolhemos aquela que reunia características relevantes, i. e., simplicidade e precisão. No processo de escolha da equação preditiva foram avaliados, ainda, usando a amostra de validação a presença de viés e o grau concordância em relação aos achados da BIA. A precisão da equação preditiva foi avaliada por meio do coeficiente de determinação (R²). Nesta primeira etapa, a equação preditiva que apresentava um R² elevado foi desenvolvida: Massa Livre de Gordura (Kg) = Sexo × 0,17 + Altura (m) × 16,83 + Peso (Kg) × 0,62 + Circunferência da Cintura (cm) × (- 0,15) + Peso (Kg) × Sexo × (- 0,30) + Sexo × Circunferência da cintura (cm) × 0,14 - 6,23; onde sexo = 1 para feminino e 0 para masculino. R² = 0,93, erro padrão da estimativa = 2,6 Kg e coeficiente de variação = 20,0%, p <0,001. A equação preditiva desenvolvida atingiu alto coeficiente de determinação, baixo erro padrão da estimativa e menor coeficiente de variação. Em conclusão, as equações preditivas podem ser métodos alternativos, confiáveis e úteis para a avaliação da saúde do sistema musculoesquelético em pacientes com hepatite C crônica. O objetivo do segundo estudo foi avaliar a prevalência de sarcopenia e comparar o grau de concordância entre três consensos empregados para diagnosticar sarcopenia: consenso original do “European Working Group on Sarcopenia in Older People” (EWGSOP1), consenso revisado EWGSOP2 e consenso do “Foundation for the National Institutes of Health Biomarkers Consortium Sarcopenia Project” (FNIH). Cento e três do total de 209 (49,3%) pacientes com hepatite C crônica [idade média, 50,6 ± 11,3 anos; 74,8% homens; 67,0% sem cirrose; 33,0% com cirrose compensada], prospectivamente, foram submetidos à absorciometria de duplo feixe de raios-X para avaliação das massas magra, muscular apendicular (MMA) e gorda, respectivamente, e da densidade mineral óssea (coluna lombar, quadril, colo do fêmur e de corpo inteiro). A força muscular foi avaliada por dinamometria. Sarcopenia foi definida como a presença do índice de massa muscular apendicular reduzido (IMMA), em que a MMA foi ajustada pelo quadrado da altura (MMA/altura2) ou MMA ajustada pelo índice de massa corporal (MMA/IMC) em concomitância com força muscular reduzida de acordo com os critérios estabelecidos em cada um dos três consensos utilizados. A avaliação do estado nutricional baseou-se no Controlling Nutritional Status score (escore CONUT). Foram observados os resultados seguintes: A concordância entre EWGSOP1 e EWGSOP2 [coeficiente Kappa = 0,83; Intervalo de confiança (IC) de 95% = 0,63 - 1,0] foi substancial, mas concordância entre EWGSOP1 e FNIH [coeficiente Kappa = 0,33; IC de 95% = 0,05 - 0,63] foi fraca. A prevalência de sarcopenia foi de 8,7%, 9,7% e 9,7% de acordo com os consensos EWGSOP1, EWGSOP2 e FNIH, respectivamente. Dezesseis (15,5%) pacientes com hepatite C crônica apresentaram sarcopenia por um ou mais desses três consensos. Seis (37,5%) pacientes preencheram pelo menos um consenso [FNIH (n = 5) ou EWGSOP1 (n = 1)]. Sete pacientes (43,8%) preencheram os critérios de dois consensos [EWGSOP1 e EWGSOP2 (n = 5; 31,3%); EWGSOP1 e FNIH (n = 1; 6,3%); EWGSOP2 e FNIH (n = 1; 6,3%)]. Três pacientes (18,8%) foram considerados sarcopênicos pelos três consensos. Considerando os pacientes que preencheram um ou mais critério (s) entre os três consensos, 93,8% (15/16) deles apresentaram força muscular baixa com base nos pontos de corte do consenso recentemente revisado (EWGSOP2), excluindo um paciente sarcopênico que preencheu os critérios do EWGSOP1. Do total de 16 sarcopênicos, 9 (56,3%) tinham excesso de gordura corporal, i. e., foram diagnosticados com obesidade sarcopênica. Dentre esses pacientes, 6/9 (66,7%) preencheram os critérios de sarcopenia de acordo com o consenso FNIH. Observou-se uma associação inversa entre sarcopenia e conteúdo mineral ósseo (P = 0,004). Em conclusão, este é o primeiro estudo a demonstrar que o consenso revisado EWGSOP2 não alterou o diagnóstico de sarcopenia quando comparado à versão original EWGSOP1 em pacientes com hepatite C crônica. Em pacientes com sobrepeso, o IMMA ajustado pelo IMC parece ser mais apropriado para diagnosticar sarcopenia. O teste de força de preensão manual deve ser incorporado na prática clínica de forma rotineira com o intuito de rastrear a saúde do músculo esquelético em pacientes com hepatite C crônica, independentemente do estágio da doença hepática.
Abstract: Introduction: Malnutrition can be identified in 13.0% to 90.0% of patients with liver cirrhosis. These conditions contribute to loss of skeletal muscle mass, quality, and strength that is called sarcopenia. Despite its relevance in liver disease, there was no universal consensus to define and diagnose sarcopenia in this population. Thus, the objective of the two studies that integrate this thesis was to evaluate the health of skeletal muscle in patients chronically infected with HCV. In the first study, we prospectively, included 209 CHC patients, randomly allocated into two groups, 158 patients in a development model (derivation sample) and 51 patients in a validation group (validation sample). Predictive equations were developed using backward stepwise multiple regression and the most adequate and simplest derived predictive equation was further explored for agreement and bias in the validation sample. The accuracy of the predictive equation was evaluated using the coefficient of determination (R²). In this first step, the predictive equation with an optimal R² was developed: Fat-Free Mass (Kg) = Sex × 0.17 + Height (m) × 16.83 + Weight (Kg) × 0.62 + Waist Circumference (cm) × (- 0.15) + Weight (Kg) × Sex × (- 0.30) + Sex × Waist Circumference (cm) × 0.14 - 6.23; where sex = 1 for female and 0 for male. R² = 0.93, standard error of the estimate = 2.6 Kg and coefficient of variation = 20.0%, p <0.001. Our developed and cross-validated anthropometric prediction equation for fat-free mass estimation by using BIA attained a high coefficient of determination, a low standard error of the estimate, and lowermost coefficient of variation. In conclusion, predictive equations may be reliable and useful alternative methods for clinical evaluation of fat-free mass in patients with CHC. The objective of the second study was to appraise the degree of agreement between the original European Working Group on Sarcopenia in Older People (EWGSOP1), the revised EWGSOP2, and The Foundation for the National Institutes of Health Biomarkers Consortium Sarcopenia Project (FNIH) consensuses to assess the skeletal muscle status in patients with chronic hepatitis C (CHC). We also evaluated if the prevalence of sarcopenia and its associated factors differ when the three consensuses were used to assess the skeletal muscle status in these patients. One hundred and three CHC patients [mean age, 50.6 ± 11.3 years; 74.8% males; 67.0% non‐cirrhotic; 33.0% with compensated cirrhosis], prospectively, underwent scanning of the lean tissue, appendicular skeletal muscle mass (ASM), fat mass, lumbar spine, hip, femoral neck, and whole‐body bone mineral density (BMD) by dual‐energy X‐ray absorptiometry. Muscle strength was assessed by dynamometry. Sarcopenia was defined as the presence of both low, ASM/height2 (ASMI) or ASM/body mass index (ASMI, ASM/BMI), and low muscle strength according to each of the three used consensuses. Nutritional status evaluation was based on the Controlling Nutritional Status score. The best agreement was observed between EWGSOP1 and EWGSOP2 [Kappa coefficient = 0.83; 95% confidence interval (IC) = 0.63 - 1.0] and the worst agreement was observed between EWGSOP1 and FNIH [Kappa coefficient = 0.33; 95%CI = 0.05 - 0.63]. The prevalence of sarcopenia was 8.7%, 9.7% and 9.7% according to EWGSOP1, EWGSOP2 and FNIH consensuses, respectively. Sixteen (15.5%) patients with CHC had sarcopenia by one or more of these three consensuses. Six (37.5%) patients fulfilled at least one consensus [FNIH (n = 5) or EWGSOP1 (n = 1)]. Seven patients (43.8%) met two consensuses [EWGSOP1 and EWGSOP2 (n = 5; 31.3%); EWGSOP1 and FNIH (n = 1; 6.3%); EWGSOP2 and FNIH (n = 1; 6.3%)]. Three patients (18.8%) were considered sarcopenic by the three consensuses. Considering the patients who met one or more criteria among the three consensuses, 93.8% (15/16) of them had low muscle strength based on revised cut-offs, excluding one sarcopenic patient who met EWGSOP1 criterium. Sarcopenic obesity frequency was 56.3% and 6/9 (66.7%) by FNIH consensus. Sarcopenia was inversely associated with bone mineral content (P=0.004). In conclusion, to the best of our knowledge, this is the first study to demonstrate that the revised EWGSOP2 did not affect the diagnosis of sarcopenia in CHC. In overweight patients, the ASMI adjusted by BMI appears to be more appropriate for diagnosing sarcopenia in patients with CHC. Handgrip strength testing should be incorporated into routine clinical practice to screen the muscle skeletal status in CHC patients, independently of the stage of the liver disease.
Subject: Hepatite C Crônica
Impedância Elétrica
Absorciometria de Fóton
Sarcopenia
Composição Corporal
Dobras Cutâneas
Músculo Esquelético
Hospitais Universitários
language: por
metadata.dc.publisher.country: Brasil
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
metadata.dc.publisher.department: MEDICINA - FACULDADE DE MEDICINA
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Ciências Aplicadas à Saúde do Adulto
Rights: Acesso Restrito
URI: http://hdl.handle.net/1843/49026
Issue Date: 4-Sep-2020
metadata.dc.description.embargo: 4-Sep-2022
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