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Type: Tese
Title: Diagnóstico em estádio avançado do câncer de mama na América Latina e Caribe e sobrevida de mulheres tratadas para essa doença pelo Sistema Único de Saúde segundo raça/cor
Authors: Lívia Lovato Pires de Lemos
First Advisor: Mariangela Leal Cherchiglia
First Co-advisor: Mirian Carvalho de Souza
metadata.dc.contributor.advisor-co2: Augusto Afonso Guerra Junior
Abstract: O câncer de mama é o câncer mais comum em mulheres no mundo. A incidência é maior nos países desenvolvidos, entretanto, a razão incidência/mortalidade é mais alta em países em desenvolvimento, provavelmente devido à alta proporção de diagnósticos em estádio avançado. No Brasil, as mulheres pretas têm menos acesso às ações do plano de controle do câncer de mama que as brancas. Neste trabalho foram conduzidos uma revisão sistemática com metanálise para avaliar a proporção de diagnósticos em estádios avançados da doença (pea) na América Latina e Caribe (ALC) e um estudo de coorte não concorrente em nível nacional para avaliar a sobrevida específica em cinco anos de mulheres tratadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para câncer de mama segundo raça/cor. Para a revisão sistemática, as bases MEDLINE, Embase e LILACS foram buscadas para identificar estudos, em qualquer idioma, indexados antes de 05/11/2018. pea foi sumarizada por metanálise adotando-se o modelo de efeitos aleatórios e foi realizada metarregressão para identificar fontes de variação. Foram incluídos 63 estudos para pea, 13 dos quais de base populacional, de 22 países, com 221.255 mulheres diagnosticadas de 1966 a 2017. A distribuição de pacientes por estádio variou bastante na ALC (pea 40,8%, intervalo de confiança - IC95% 37,0% a 44,6%; I2 = 99%; valor-p <0,0001). A heterogeneidade não foi explicada por variável alguma incluída na metarregressão. Não houve diferença de pea entre o Caribe (pea 43,0%, IC95% 33,1% a 53,6%), América Central (pea 47,0%, IC95% 40,4% a 53,8%) e América do Sul (pea 37,7%, IC95% 33,1% a 42,5%). No Brasil, a pea apresentou tendência à queda, mas ainda é alta, de mais de 40% no estudo mais recente incluído na revisão sistemática que avaliou dados dos registros hospitalares de câncer de 2000-2011. Para o estudo de sobrevida foi extraída uma coorte de um banco de dados construído por meio do pareamento determinístico-probabilístico de registros do Sistema de Informações Ambulatoriais, Sistema de Informações Hospitalares e do Sistema de Informações sobre Mortalidade. Foram incluídas mulheres que iniciaram o tratamento entre 1o/01/2008 e 30/11/2010 e o acompanhamento foi concluído em 31/12/2015. Foram identificadas 59.811 mulheres diagnosticadas em estádio I-IV com idade média no início do tratamento de 54,6 anos (desvio-padrão 12,8). A maioria das mulheres (62,4%) identificou-se como branca, seguida por parda (31,4%) e preta (6,2%). A pea foi 60,3% para pretas, 55,5% para pardas e 48,6% para brancas (valor-p <0,05). A sobrevida específica em cinco anos foi maior nas mulheres brancas quando comparadas às pretas, e a diferença entre esses grupos aumentou quanto mais avançada a doença. Nos modelos ajustados, as mulheres pretas apresentaram maior risco de morte que as brancas, independentemente do estádio no diagnóstico. Para o subgrupo de mulheres da região Sudeste com dado de renda, houve diferença de risco entre as raças para os estádios III e IV. A análise ajustada dos fatores relacionados à sobrevida para cada raça/cor revelou que a cirurgia conservadora e radioterapia combinadas apresentaram a maior redução de risco para todos os grupos de cor da pele quando comparadas à quimioterapia isolada. A terapia hormonal proporcionou reduções importantes de risco de óbito para todos os grupos de raça/cor. Na análise do subgrupo, maior renda foi associada a menos riscos de morte para todos os grupos de cor da pele. O câncer de mama é um problema de saúde pública que deve ser enfrentado com seriedade pelos governos. Os resultados desta tese apoiam a revisão da estratégia de enfrentamento do câncer de mama no país, na medida em que evidenciam a alta pea e que demonstram que se esse problema for mais bem endereçado, a iniquidade racial em relação à sobrevida pode ser mitigada.
Abstract: Breast cancer is the most common cancer in women in the world. The incidence is higher in developed countries; however, the incidence/mortality ratio is higher in developing countries probably due to the high proportion of advanced stage diagnosis. In Brazil, black women have less access to the actions of the breast cancer control plan than white women. In this thesis, we conducted a systematic review with meta-analysis to assess the proportion of advanced stage diagnosis (pas) in Latin America and the Caribbean (LAC) and a nation-wide non-concurrent cohort study to assess the five-year survival of women treated by SUS for breast cancer according to race/skin color. For the systematic review, we searched the MEDLINE, Embase and LILACS databases to identify studies, in any language, indexed before 11/05/2018. pea was summarized with meta-analysis using the random effects model and meta-regression was performed to identify sources of variation. We included 63 studies, 13 of which population-based, from 22 countries comprising 221,255 women diagnosed from 1966 to 2017. The distribution of patients by stage varied greatly in LAC (pas 40.8%, 95%CI 37.0% to 44.6%; I2 = 99%; p<0.0001). The heterogeneity was not explained by any variable included in the meta-regression. There was no difference in pas among the Caribbean (pas 43.0%, 95%CI 33.1% to 53.6%), Central America (pas 47.0%, 95%CI 40.4% to 53.8%) and South America (pas 37.7%, 95%CI 33.1% to 42.5%) regions. In Brazil, the pas showed a downward trend, but it is still high, of more than 40% in the most recent study included in the systematic review that evaluated data from the Registros Hospitalares de Câncer of 2000-2011. For the survival study, we extracted a cohort from a database built through the deterministic-probabilistic records linkage from the Ambulatory Information System, Hospital Information System and the Mortality Information System. We included women who started treatment between 01/01/2008 and 11/30/2010 and followed them until 12/31/2015. 59,811 women diagnosed in stage I-IV were identified, with a mean age at the beginning of treatment of 54.6 years (standard deviation 12.8). Most women (62.4%) identified themselves as white, followed by brown (31.4%) and black (6.2%). The pas was 60.3% for black, 55.5% for brown and 48.6% for white (p-value <0.05). Specific five-year survival was lower for black women when compared to white women, and the difference between these groups increased the more advanced the disease at diagnosis. In the adjusted models, black women presented a higher risk of death than white women, regardless of the stage at diagnosis. For the subgroup of women in the southeast region, whose adjusted model included income, there was a difference in risk between races for stages III and IV. Adjusted analysis of survival-related factors for each race/skin color of the whole cohort revealed that conservative surgery combined with radiation therapy showed the greatest risk reduction for all skin color groups when compared to chemotherapy alone. Hormone therapy provided important reductions in the risk of death for all race/skin color groups. In the subgroup analysis, higher income was associated with lower risk of death for all skin color groups. Breast cancer is a public health problem that must be taken seriously by governments. The results of this thesis support the review of the breast cancer control strategy in Brazil, in that it showed the high pas in the country, and demonstrate that if this issue is best addressed, racial inequity with respect to survival can be mitigated.
Subject: Neoplasias da Mama
América Latina
Região do Caribe
Sistema Único de Saúde
Fatores Raciais
language: por
metadata.dc.publisher.country: Brasil
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
metadata.dc.publisher.department: MED - DEPARTAMENTO DE MEDICINA PREVENTIVA SOCIAL
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública
Rights: Acesso Aberto
metadata.dc.rights.uri: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
URI: http://hdl.handle.net/1843/49346
Issue Date: 15-Jun-2020
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