Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/1843/49424
Tipo: Dissertação
Título: Percepções sobre o medo de cair de idosos sem histórico de queda na velhice no cotidiano da pandemia de Covid-19: um estudo qualitativo
Autor(es): Helen Cristina Souza Magela
Primeiro Orientador: Marcella Guimarães Assis
Primeiro Coorientador: Leani Souza Máximo Pereira
Primeiro membro da banca : Carla da Silva Santana Castro
Segundo membro da banca: Daniele Sirineu Pereira
Resumo: O envelhecimento populacional global, no século XXI, passou a ser considerado inédito, generalizado e duradouro. Com a longevidade, o aumento de doenças crônicas e da multimorbidade foram integrados as inúmeras causas das quedas, que apresentam como consequências: lesões ou fraturas, isolamento social, limitações no desempenho de atividades e medo de cair. O medo de cair foi definido como preocupação duradoura sobre queda que leva um indivíduo a evitar atividades que permanece capaz de realizar. O constructo medo de cair compõe o termo guarda-chuva “preocupações psicológicas relacionadas a quedas”, juntamente com outros três: a "autoeficácia relacionada a quedas", "confiança de equilíbrio" e “expectativa do resultado”. O medo de cair, um constructo multifatorial, é um dos principais problemas de saúde pública relacionado as pessoas idosas residentes na comunidade, incluindo aquelas que não vivenciaram nenhuma queda. O medo de cair pode levar a um ciclo vicioso, em especial durante a pandemia de Covid-19, que culmina em prejuízos físicos, mentais e funcionais à pessoa idosa. Para favorecer práticas de saúde efetivas, centradas na pessoa idosa, é imprescindível conhecer as suas percepções sobre o medo de cair. A partir da pandemia e dos novos cenários em saúde do idoso, essa dissertação buscou compreender e discutir as percepções sobre o medo de cair de pessoas idosas da comunidade, sem histórico de queda, durante a pandemia. Dois artigos foram elaborados utilizando-se a metodologia qualitativa. A amostra de conveniência consistiu em pessoas idosas residentes na comunidade com 65 e mais, sem histórico de queda na velhice. Os dados foram coletados presencialmente por meio de entrevistas semiestruturadas e analisadas por meio da Análise Temática. O primeiro artigo objetivou compreender e discutir as percepções sobre o medo de cair de idosos comunitários, sem histórico de queda na velhice, durante a pandemia. Três temas foram agrupados “O medo de cair e de suas repercussões”, “No cotidiano da pandemia: reações ao medo de cair” e “Sem medo, mas conscientes do envelhecimento". Os resultados mostraram que o medo de cair está presente no cotidiano da pandemia de Covid-19 de pessoas idosas sem histórico de queda na velhice. O medo de cair de pessoas não caidoras permeia as consequências físicas, sociais, funcionais de uma queda. Durante a pandemia, a percepção dos riscos de cair durante o desempenho em atividades de vida diária e no retorno às atividades na comunidade favoreceram a adoção de comportamentos cautelosos, que também foram apontados por pessoas idosas sem medo de cair. Dessa forma, os resultados desse estudo podem contribuir para a abordagem profissional e intersetorial sobre o medo de cair de idosos sem histórico de queda na comunidade. O segundo artigo objetivou identificar e discutir as estratégias preventivas de queda de pessoas idosas com medo de cair, sem histórico de quedas na velhice, que viviam na comunidade. Dois temas foram gerados pela Análise Temática “Estratégias preventivas para evitar quedas: a abordagem de profissionais da saúde” e “Como potencializar a conscientização sobre os riscos de queda na percepção das pessoas idosas?”. O primeiro tema versou sobre as abordagens multifatoriais e multidisciplinares para a prevenção de quedas, e no segundo, os idosos enfatizaram o protagonismo da pessoa idosa e o suporte social familiar e profissional, como forma de favorecer a conscientização e prevenção de quedas. Os resultados mostraram que a prevenção de quedas para pessoas idosas com medo de cair, sem histórico de quedas, exige estratégias bidirecionais, que vão além de mudanças de comportamento. Espera-se que esse estudo possa contribuir para o aprimoramento da prevenção de quedas de pessoas idosas sem histórico de queda, com medo de cair, na comunidade. Por fim, essa dissertação evidenciou que o medo de cair de pessoas idosas sem histórico de queda é um constructo que impõe muitos desafios e requer atenção e estratégias inovadoras dos profissionais, dos familiares e da sociedade, frente aos novos cenários de saúde impostos pela pandemia.
Abstract: Global population aging in the 21st century has come to be considered unprecedented, widespread and lasting. With longevity, an increase in chronic diseases and multimorbidity are integrated into the numerous causes of falls, which have the following consequences: injuries or fractures, social isolation, limitations in performing activities and fear of falling. Fear of falling is defined as an enduring concern about falling which leads an individual to avoid activities which he or she remains capable of performing. The fear of falling construct makes up the umbrella term “psychological concerns related to falls”, along with three others: “fall-related self-efficacy”, “balance confidence” and “outcome expectation”. Fear of falling is a multifactorial construct, and is one of the main public health problems related to older adults living in the community, including those who have not experienced any falls. Fear of falling can lead to a vicious cycle, especially during the Covid-19 pandemic, which culminates in physical, mental and functional damage to older adults. Thus, it is essential to know older adults perceptions about fear of falling in order to promote effective health practices centered on this population segment. From the pandemic and new scenarios in older adult health, this dissertation sought to understand and discuss the perceptions about fear of falling of older adults living in the community without a history of falls during the pandemic. In turn, two articles were prepared using a qualitative methodology. The convenience sample consisted of community-dwelling older adults aged 65 and over with no history of falls in older age. Data were collected in person through semi-structured interviews and analyzed using Thematic Analysis. The first article aimed to understand and discuss the perceptions about fear of falling in community-dwelling older adults, without a history of falling during the pandemic. Three themes were grouped together: “Fear of falling and its repercussions”; “In the daily life of the pandemic: reactions to fear of falling”; and “Without fear, but aware of aging.” The results showed that fear of falling is present in the everyday lives of older adults without a history of falls during the Covid-19 pandemic. Fear of falling in people who have not experienced falls permeates the physical, social, and functional consequences of a fall. The perception of the risks of falling while performing activities of daily living and the return to activities in the community favored adopting cautious behaviors during the pandemic, which were also pointed out by older adults without fear of falling. Thus, the results of this study can contribute to a professional and intersectoral approach to fear of falling in older adults without a history of falls in the community. The second article aimed to identify and discuss the fall prevention strategies of older adults with fear of falling, without a history of falls, and who lived in the community. Two themes were generated by the Thematic Analysis, namely: “Preventive strategies to avoid falls: the approach of health professionals”; and “How to enhance awareness of the risks of falling from the perception of older adults?”. The first theme was about multifactorial and multidisciplinary approaches to prevent falls, and in the second, the older adults emphasized the role of older adults and social support at the family and professional as a way to promote awareness and prevent falls. The results showed that preventing falls for older adults with fear of falling, but without a history of falls, requires two-way strategies that go beyond behavioral changes. It is hoped that this study can contribute to improve fall prevention in older adults without a history of falls and with fear of falling in the community. Finally, this dissertation showed that fear of falling in older adults without a history of falling is a construct which imposes many challenges and requires attention and innovative strategies from professionals, family members and society in facing the new health scenarios imposed by the pandemic.
Assunto: Idosos - Aspectos fisiológicos
COVID­19 Pandemia, 2020
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Departamento: EEFFTO - ESCOLA DE EDUCAÇÃO FISICA, FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL
Curso: Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/49424
Data do documento: 29-Nov-2022
Aparece nas coleções:Dissertações de Mestrado



Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.