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Type: Tese
Title: Prevalência de depressão maior e fatores associados à morbidade depressiva em idosos com 75+ anos residentes na comunidade: estudo Pietà
Authors: Filipi Leles da Costa Dias
First Advisor: Paulo Caramelli
First Co-advisor: Antônio Lúcio Teixeira Júnior
First Referee: Leonardo Cruz de Souza
Second Referee: Fábio Lopes Rocha
Third Referee: Cleusa Pinheiro Ferri
metadata.dc.contributor.referee4: Jerson Laks
Abstract: Introdução: Dentre as condições psiquiátricas que podem acometer idosos, a depressão maior é a mais prevalente. Contudo, dados referentes à morbidade depressiva na população idosa brasileira ainda são escassos, em especial em indivíduos com 75+ anos. Objetivos: Avaliar a prevalência de sintomatologia depressiva na população com 75+ anos da cidade de Caeté-MG e estudar associações entre depressão e fatores sociodemográficos, clínicos e neuropsiquiátricos. Métodos: Estudo transversal de base populacional realizado em 2007 e 2008. Os participantes foram submetidos a ampla avaliação clínica, neurológica, cognitiva e psiquiátrica. O diagnóstico de depressão maior (DM) baseou-se na entrevista semiestruturada MINI e o de sintomas depressivos clinicamente relevantes (SDCR) na escala de depressão geriátrica (GDS-15). A avaliação cognitiva consistiu do Mini-Exame do Estado Mental (MEEM), Bateria Cognitiva Breve (BCB) e questionário de atividades funcionais de Pfeffer (FAQ). Resultados: Foram entrevistados 639 indivíduos, sendo 409 mulheres e 230 homens, com idade média de 81,4 ± 5,2 anos e escolaridade de 2,7 ± 2,6 anos. Dentre os 632 indivíduos com avaliação psiquiátrica completa, 70 foram diagnosticados com DM (11,1%), e 146 (25,6%) apresentavam SCDR. Indivíduos deprimidos, tanto com DM quanto com SCDR apresentavam piores índices de qualidade de vida. DM se relacionou de maneira independente ao histórico de quedas/fraturas, ao diagnóstico de declínio cognitivo/nãodemência, ao número de medicamentos de uso regular, à ausência de hábito de leitura e, inversamente, à pressão arterial sistólica. A gravidade do quadro depressivo não sofreu influência de variáveis sóciodemográficas. Ideação de morte/suicídio se mostrou mais frequente entre homens (p=0,04), enquanto alteração psicomotora foi mais frequente entre mulheres (p=0,04) e naqueles indivíduos com ≥ 4 anos de escolaridade (p=0,039). Comparados ao grupo sem transtorno do humor, indivíduos deprimidos apresentaram resultados piores nos seguintes domínios do MEEM: orientação temporal (p<0,001), orientação espacial (p=0,021), atenção/cálculo (p=0,019), 16 linguagem (p=0,004) e escore total (p<0,001). Apresentaram ainda pior desempenho nos itens memória incidental (p=0,011), memória imediata (p=0,046) e aprendizado (p=0,039) do teste de figuras. Fluência verbal semântica (p=0,006), desenho do relógio (p=0,011) e FAQ (p<0,001) também mostraram diferenças entre os grupos. Excluídos os indivíduos com síndrome demencial, 52 de 457 (11,4%) indivíduos foram diagnosticados com episódio depressivo maior. Utilizando-se o ponto de corte 5/6, 84 (18,4%) indivíduos foram considerados deprimidos pela GDS-15 (Kappa = 53,8%, p<0,001) e a área sob a curva ROC encontrada foi de 0,908 (p<0,001). O ponto de corte 4/5 atingiu a melhor combinação entre sensibilidade (86,5%) e especificidade (82,7%) (Índice de Youden = 0,692), com VPN de 0,9802 e VPP igual a 0,3819. Conclusões: Os dados deste estudo corroboram que a depressão maior é condição prevalente na população com 75+ anos, se associa a determinadas características sócio-demográficas e clínicas, e cursa com prejuízos cognitivos. Variáveis sócio-demográficas não se relacionaram à gravidade dos quadros depressivos, mas gênero e nível educacional se associaram a perfis distintos de sintomas. A GDS-15 mostrou-se um instrumento adequado para o rastreio de depressão nesta população e o ponto de corte 4/5 mostrou-se mais adequado à amostra estudada.
Abstract: Introduction: Among the psychiatric conditions that can affect older adults, major depression is the most prevalent. However, data on depressive morbidity among Brazilian elderly are still scarce, especially among the 75+ years-old. Objectives: To evaluate the prevalence of depressive symptomatology and its associations with sociodemographic, clinical and neuropsychiatric factors among the 75+ years-old population of Caeté (MG). Methods: Cross-sectional population-based study carried on between 2007 and 2008. Participants went through clinical, neuropsychiatric and cognitive evaluations. Major depression (MD) was diagnosed through the MINI and clinically significant depressive symptoms (CSDS) diagnosis was based on the GDS-15. Cognitive evaluation comprised the Mini-mental state examination (MMSE), the Brief cognitive battery (BCB) and Pfeffer´s functional activities questionnaire (FAQ). Results: We evaluated 639 individuals (409 women), with 81.4 ± 5.2 years of age and 2.7 ± 2.6 years of schooling. Among the 632 individuals with a complete psychiatric evaluation, 70 (11.1%) were diagnosed with MD and 146 (25.6%) with CSDS. Groups with both MD and CSDS showed lower quality of life levels. MD was independently related to a history of falls/fracture, to a diagnosis of cognitive impairment-no dementia, to the number of regularly used drugs, to the absence of a reading habit and, inversely, to systolic blood pressure. Depression severity was not influenced by sociodemographic variables. Death/suicide ideation showed to be more common among men (p=0.04), while psychomotor disturbance appeared more frequently among women (p=0.04) and among those with ≥ 4 years of education (p=0.039). Compared to non-depressed individuals, those with MD scored lower on total MMSE (p<0.001) and in some of its sub tests: temporal (p<0.01) and spatial orientation (p=0.021), attention/calculation (p=0.019) and language (p=0.04). They also showed poorer results on incidental (p=0.011), immediate (p=0.046) and learning (p=0.039) memory tasks of the figure memory test as well as in 18 category fluency test (p=0.006), the clock-drawing test (p=0.011) and the FAQ (p<0.001). Excluding individuals diagnosed with dementia, 52 of the remainder 457 (11.4%) were diagnosed with MD. Using the 5/6 cut-off score on the GDS-15, 84 (18.4%) subjects were considered depressed (Kappa = 53.8%, p<0.001), which resulted in an area under the ROC curve of 0.908 (p,0.001). The 4/5 cutoff point achieved the best combination of sensitivity (86.5%) and specificity (82.7%) (Youden´s index = 0.692) with a NPV of 0.9802 and a PPV of 0,3819. Conclusions: Our data support the notion that MD is a highly prevalent condition among the 75+ years-old population, is associated to specific sociodemographic and clinical characteristics and is accompanied by cognitive deficits. Although sociodemographic variables had no influence of depression severity, gender and educational level were related to distinct symptomatic profiles. GDS-15 showed good accuracy as a screening tool for depression and the 4/5 cut-off point achieved the best performance in this community-based sample of low-educated 75+ years-old individuals.
Subject: Depressão/epidemiologia
Envelhecimento
Idoso
Morbidade
Escolaridade
Cognição
language: por
metadata.dc.publisher.country: Brasil
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
metadata.dc.publisher.department: MEDICINA - FACULDADE DE MEDICINA
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Ciências Aplicadas à Saúde do Adulto
Rights: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/49700
Issue Date: 13-Jun-2018
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