Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/1843/50228
Tipo: Tese
Título: Da república sem mulheres à modernização patriarcal : origens e metamorfoses das relações de gênero no Brasil
Autor(es): Ana Carolina Freitas Lima Ogando
Primeiro Orientador: Marlise Miriam de Matos Almeida
Primeiro Coorientador: Juarez Rocha Guimarães
Primeiro membro da banca : Fernando de Barros Figueiras
Segundo membro da banca: Ricardo Fabrino Mendonça
Terceiro membro da banca: Celi Regina Jardim Pinto
Quarto membro da banca: Neuma Figueiredo de Aguiar
Resumo: Este estudo pretende contribuir para a compreensão de como o pensamento social e político brasileiro, do século XIX até meados do século XX, produziu conhecimentos e significados específicos no tocante às relações de gênero. O primeiro capítulo, busca traçar as múltiplas dimensões que ajudaram a configurar essas crenças, recorrendo ao enquadramento do imaginário sociopolítico sob o argumento de ser ele amplo o suficiente para revistar debates clássicos da teoria feminista, tais como a dicotomia do público e do privado e suas relações com as recomposições do patriarcado. A narrativa aqui proposta considera, também, como as lutas por reconhecimento foram importantes para articular agendas que desafiassem os discursos, práticas e estruturas patriarcais inscritas naqueles imaginários. A partir desse enquadramento teórico, são analisados, nos dois capítulos seguintes, os discursos e as ideias de feministas e atores/autores, representativos de certas tradições normativas, em dois períodos históricos, a saber, (1) meados do século XIX até os primeiros anos da República Velha e (2) período compreendido entre 1930 e 1964. A princípio, são estudadas as reivindicações de Nísia Floresta, no século XIX, frente às influências das tradições do positivismo, catolicismo e liberalismo. Logo, são examinados os discursos e as agendas de Bertha Lutz em relação às tradições que compunham o imaginário do século XX: o autoritarismo, o catolicismo e o pensamento de esquerda. Em seguida, procura-se destacar alguns elos entre o passado e o presente no que diz respeito às formas de perpetuação e ruptura com os imaginários examinados. A pesquisa proposta aprofunda o conhecimento acerca das origens e metamorfoses do imaginário sociopolítico e suas influências sobre as relações de gênero, ilustrando, primeiramente, como o acesso das mulheres às esferas públicas foi acompanhado pelos processos ligados à modernização patriarcal. A releitura e interpretação feminista também desvelou a significância política por trás tanto das crenças estudadas quanto das lutas por reconhecimento que se dão nos períodos analisados. Por fim, o trabalho que ora se apresenta parte da premissa de que um estudo do pensamento social e político brasileiro por uma perspectiva feminista é capaz de melhor detectar como forças e culturas patriarcais, embasadas em imaginários decorridos, continuam a impor obstáculos à maior emancipação e autonomia das mulheres brasileiras nos espaços público e privado.
Abstract: This study intends to contribute to an understanding of how Brazilian social and political thought, since the 19th century through to mid-20th century, produced knowledge and specific meanings about gender relations. The first chapter, seeks to trace the multiple dimensions that helped configure these beliefs by relying upon the framework of the sociopolitical imaginary, given it is considered a framework broad enough to revisit classic debates in feminist theory such as the public/private dichotomy and its relation to the recompositions of patriarchy. The narrative proposed here also considers how struggles for recognition were important for articulating agendas that challenged patriarchal discourses, practices and structures inscribed in those imaginaries. Stemming from this theoretical framework, the following two chapters analyze the discourses and ideas of feminists and actors/authors, representative of certain normative traditions in two historical periods: (1) mid-19th century until the first years of the First Republic and (2) 1930-1964. First, Nísia Floresta’s vindications in the 19th century are studied in relation to the influences of Positivism, Catholicism and Liberalism. Subsequently, Bertha Lutz’s discourses and agendas are analyzed in relation to the traditions configuring the imaginary of the 20th century: Authoritarianism, Catholicism and Leftist thought. Lastly, the study highlights a few links between the past and present with regard to continuities or ruptures with the imaginaries examined. The proposed thesis deepens the understanding of the origins and metamorphoses of the sociopolitical imaginaries and their influences on gender relations, illustrating, first, how women’s access to public spheres was accompanied by the processes associated with patriarchal modernization. The feminist re-reading and interpretation here also unveiled the political significance behind not only the beliefs studied, but also of the struggles for recognition emerging in the periods investigated. Finally, the research presented is based on the premise that a study of Brazilian social and political thought, through a feminist perspective, is better capable of detecting how patriarchal forces and cultures, grounded in past imaginaries, continue to create obstacles for Brazilian women’s greater emancipation and autonomy in the public and private spheres.
Assunto: Ciência política - Teses
Mulheres - Teses
Relações de gênero - Teses
Feminismo - Teses
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Departamento: FAF - DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA POLÍTICA
Curso: Programa de Pós-Graduação em Ciência Política
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
metadata.dc.rights.uri: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
URI: http://hdl.handle.net/1843/50228
Data do documento: 8-Mar-2012
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