Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/1843/51122
Type: Dissertação
Title: A pandemia da covid-19 e seus efeitos no programa de vigilância da dengue em município da região metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil
Authors: Giovanna Rotondo de Araújo
First Advisor: David Soeiro Barbosa
First Co-advisor: Juliana Maria Trindade Bezerra
First Referee: Mariangela Carneiro
Second Referee: Wanderson Kleber de Oliveira
Third Referee: David Soeiro Barbosa
metadata.dc.contributor.referee4: Juliana Maria Trindade Bezerra
Abstract: As Emergências de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) são eventos extraordinários e preocupantes para a saúde pública, devido ao impacto nos índices de mortalidade e morbidade e pelas possíveis consequências secundárias em endemias locais. A ESPII da COVID-19 conta com mais de 460 milhões de casos confirmados e mais de 6 milhões de mortes somadas, desde seu início até 17 de março de 2022, nas seis regiões de atuação da Organização Mundial de Saúde. Faz-se necessário considerar seus efeitos no combate à dengue, considerada um importante problema de saúde pública no Brasil e a arbovirose urbana de maior relevância epidemiológica da América Latina. Assim, realizou-se uma revisão sistemática de literatura sobre os efeitos das ESPII no controle e vigilância de doenças notificáveis e um estudo ecológico dos efeitos da COVID-19 em relação à vigilância e controle da dengue. Por meio das bases eletrônicas da Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde (BVS), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS,) PubMed (via Medical Literature Analysis and Retrieval System Online - Medline), Scientific Electronic Library Online (SciELO) e literatura cinza (Google Scholar), foram selecionados 3.209 estudos, dos quais 31 atenderam aos critérios de inclusão e foram descritos na presente revisão. Os estudos abordaram os impactos do H1N1, Ebola, Zika associado a malformações congênitas e COVID19 em indicadores de endemias locais e nos serviços de saúde, como malária, HIV/AIDS, neuropatias congênitas, dengue, poliomielite e sarampo. De maneira geral, as populações locais sofreram com a diminuição da cobertura e alcance dos sistemas de saúde, impactando em diversos aspectos da saúde pública. Relaciona-se à diminuição descrita, o fechamento de instalações, dificuldades na logística de transporte e laboratorial, baixa de estoque e desconfiança da população. Além disso, realizou-se um estudo ecológico utilizando dados secundários fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de Contagem, sediada na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais. O ano de 2020 teve início atípico, com notificações de dengue acima do limiar de anos não-epidêmicos, entretanto, observou-se queda antecipada na semana epidemiológica 11, coincidindo com o aumento de casos de COVID-19 (r = -0,4743; IC95% -0,6646 a -0,2263; p = 0,0003). Ainda, houve redução no controle vetorial em 2020, com a suspensão do Levantamento de Índice Rápido de Infestação do Aedes aegypti e baixa significativa (p < 0,05) na instalação de ovitrampas, tratamento focal e aplicação de larvicidas. Já a recusa em receber os agentes de endemias aumentou. Apesar da indiscutível necessidade de controle das ESPII, a sobrecarga de recursos e atenção das autoridades de saúde podem levar, ao longo do tempo, a um enfraquecimento dos sistemas de saúde, provocando à população a perda de anos de vida saudável. Os resultados encontrados corroboram com a hipótese de enfraquecimento dos programas de controle e possível subnotificação de casos de dengue em decorrência da emergência de COVID-19. Espera-se que a compreensão das consequências de lidar com uma crise sanitária em meio a um cenário de endemicidade para dengue possa ser aplicada a diferentes realidades em contextos similares.
Abstract: Public Health Emergencies of International Concern (PHEIC) are extraordinary and worrying events regarding public health, for their impact in mortality and morbidity rates and possible secondary consequences on local endemics. The COVID-19 PHEIC had more than 460 million confirmed cases and more than 6 million deaths, since its inception until March 17, 2022, in the six regions where the World Health Organization operates. It is necessary to consider the COVID-19 effects on national efforts in the fight against dengue, considered an important public health problem in Brazil and the urban arbovirus of greatest epidemiological relevance in Latin America. Thus, a systematic literature review on the effects of all PHEIC on the control and surveillance of notifiable diseases and an ecological study of the effects of COVID-19 on dengue control were conducted. Through the electronic databases of the Virtual Health Library of the Ministry of Health (BVS), Latin American and Caribbean Literature on Health Sciences (LILACS,) PubMed (Medical Literature Analysis and Retrieval System Online - Medline), Scientific Electronic Library Online (SciELO) and gray literature (Google Scholar), 3,209 studies were selected, of which 31 met the inclusion criteria and were described in the present review. The studies addressed the impacts of H1N1, Ebola, Zika virus associated with congenital malformations and COVID-19 on indicators of local endemics and health services, such as malaria, HIV/AIDS, congenital neuropathies, dengue, polio, and measles. In general, local populations suffered from the decrease in coverage and access of health systems, impacting various aspects of public health. The main factors related to the results were the closing of facilities, difficulties in transportation and laboratory logistics, low stocks and distrust of the population. In addition, an ecological study was carried out using secondary data provided by the Health Department of the Municipality of Contagem, located in the Metropolitan Region of Belo Horizonte, Minas Gerais. The year of 2020 had an atypical start, with dengue notifications above the threshold of non-epidemic years, however, there was an early drop in the 11th epidemiological week, coinciding with the increase in COVID-19 cases (r = -0.4743; 95%CI -0.6646 to -0.2263; p = 0.0003). In addition, there was a reduction in vector control in 2020, due to the Aedes aegypti Rapid Infestation Index Survey suspension, along with a significant decrease (p < 0.05) in the installation of ovitraps, as well as focal treatment and application of larvicide. The population’s refusal to receive municipal agents of endemics increased. Despite the obvious need of controlling a PHEIC, the overload of resources and attention from health authorities can lead, over time, to a weakening of health systems, causing the population to lose years of healthy life. The observed results corroborate to the hypothesis of weakening of control and surveillance programs and possible underreporting of dengue cases as a result of the COVID-19 emergency. It is hoped that understanding the consequences of dealing with a health crisis amidst a scenario of endemicity for other infectious diseases can be applied to different realities that present similar contexts.
Subject: Parasitologia
Epidemiologia
Saúde pública
Emergências
Dengue
Covid-19
Revisão sistemática
language: por
metadata.dc.publisher.country: Brasil
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
metadata.dc.publisher.department: ICB - DEPARTAMENTO DE PARASITOLOGIA
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Parasitologia
Rights: Acesso Restrito
metadata.dc.rights.uri: http://creativecommons.org/licenses/by-nc/3.0/pt/
URI: http://hdl.handle.net/1843/51122
Issue Date: 4-Apr-2022
metadata.dc.description.embargo: 4-Apr-2024
Appears in Collections:Dissertações de Mestrado

Files in This Item:
File Description SizeFormat 
VF Dissertação de Mestrado - Giovanna Rotondo.pdf8.67 MBAdobe PDFView/Open


This item is licensed under a Creative Commons License Creative Commons