Use este identificador para citar o ir al link de este elemento: http://hdl.handle.net/1843/53202
Tipo: Tese
Título: Negros, crioulos e mestiçados na sociedade charquenha : comércio de escravos, liberdades e mobilidades sociais em La Plata (Sucre), nos séculos XVI e XVII
Título(s) alternativo(s): Blacks, creoles and mestizos in Charcas society : slave trade, freedoms and social mobilities in La Plata (Sucre), in the16th and 17th centuries
Negros, criollos y mestizados en la sociedad charquena : trata de esclavos, libertades y movilidades sociales en La Plata (Sucre), en los siglos XVI y XVII
Autor(es): Luis Gustavo Molinari Mundim
primer Tutor: Eduardo França Paiva
primer miembro del tribunal : Rafael Mauricio Pérez García
Segundo miembro del tribunal: Marcelo da Rocha Wanderley
Tercer miembro del tribunal: Eduardo Corona Pérez
Cuarto miembro del tribunal: Yobani Maikel Gonzales Jauregui
Resumen: conquista do chamado Novo Mundo no século XVI deslocou para a América milhares de indivíduos de diferentes partes do mundo. Espanhóis, portugueses e outros europeus de lugares diversos lançaram-se na aventura de explorar e conhecer um território que, para eles, constituía algo novo. Mas, na prática, esse espaço já era habitado por milhares nativos. Somados aos europeus, milhares de negros, em sua grande maioria africanos na condição jurídica de escravos, foram deslocados forçosamente para o trabalho naquelas terras, servindo em atividades diversas. A influência mútua entre esses grupos criou um mundo mesclado em sua essência, fruto das interações sociais, culturais e biológicas entre essas pessoas. Guiadas por dinâmicas de mestiçagens, essas relações colocaram em contato diferentes experiências e visões de mundo que foram, muitas vezes, marcadas pelo conflito, pela tensão e pela violência, mas também pela negociação, sobreposição e acomodação. Esse processo de misturas ocorreu em toda a Ibero-América e também no Charcas andinos – região que cobria uma parte do antigo império Inca. Um território de povos de língua quéchua e aimará e das afamadas minas de Potosí, que se tornaram a grande riqueza do império espanhol nos séculos XVI e XVII. Surpreendentemente, sabe-se muito pouco em relação à população negra na região e sobre seus descendentes mulatos e zambos, tratados aqui como mestiçados. Muito desse silêncio ocorre devido a uma equivocada e persistente ideia de que, em função da altitude e do frio, os negros “não existiram" nos Andes. A documentação que analisamos, contrariamente a esse mito, evidencia que, desde os primeiros movimentos dos conquistadores, os negros tiveram presença marcante e foram fundamentais em diversas áreas da sociedade charquenha, marcadamente no tocante ao trabalho escravo. Nos levantamentos documentais que realizamos no arquivo de Sucre (La Plata), nos foi possível constatar que esses negros cativos, além de outros tantos libertos, exerceram diversas atividades naquela cidade, como as de sapateiros, alfaiates, cozinheiros, carpinteiros, ferreiros, espadeiros, fundidores, comerciantes, cantores; executando atividades no transporte, na agricultura, na lida com o gado, além de uma dezena de outros ofícios, contribuindo assim para os vários e dinâmicos processos históricos que enriqueceram cultural, social e economicamente aquela sociedade. Assim, nas páginas a seguir, dedicamo-nos a tentar preencher parte dessa lacuna constatada sobre o tema nos estudos históricos. O que procuramos, afinal, foi demonstrara hipótese de que houve forte presença de negros e seus descendentes mestiçados na região charquenha, especialmente em La Plata, entre os anos de 1549 e 1700. Para tanto, enveredamo-nos em uma investigação cuja base documental foi obtida em diversos arquivos, como os existentes em Sucre, Potosí, La Paz, Lisboa e Sevilha, em uma tentativa de comparação dos dados obtidos com processos de dinâmicas semelhantes ocorridas em outros contextos, em um movimento de ajustes de recortes macro e micro. Enfim, objetivamos evidenciar ao longo desta tese quem eram aqueles sujeitos, seus nomes, suas histórias de vida e sua dimensão humana naquilo que foi possível reconstruir pela documentação analisada, levando-se em conta as dinâmicas da escravidão moderna. Analisamos, ainda, os processos de liberdade de centenas desses indivíduos, além da presença desses negros, crioulos, morenos, mulatos e zambos no mundo urbano e do trabalho, juntamente com as relações sentimentais e as redes de sociabilidade ali existentes, de maneira a demonstrar que foram sujeitos ativos e formadores da sociedade platense.
Abstract: The conquest of the "New World" in the 16th century displaced thousands of individuals from different parts of the world to America. Spaniards, Portuguese and other Europeans from different places embarked on the adventure of exploring and getting to know a territory that, for them, was something new. In practice, this space was already inhabited by thousands of natives. In addition to the Europeans, thousands of black people, the vast majority of them Africans in the legal condition of slaves, were forcibly displaced to work in those lands, serving in different activities. The mutual influence between these groups created an essentially mixed world, the result of social, cultural and biological interactions between these people. Guided by the dynamics of miscegenation, these relationships brought into contact different experiences and worldviews that were often marked by conflict, tension and violence, but also by negotiation, overlapping and accommodation. This mixing process took place throughout Ibero-America and also in the Andean Charcas – a region that covered part of the ancient Inca empire. A territory of Quechua and Aymara-speaking peoples and the famous mines of Potosí, which became the great wealth of the Spanish Empire in the 16th and 17th centuries.Surprisingly, very little is known about the black population in the region and about their mulatto and zambo descendants, who are treated here as mestizos. Much of this silencing occurs due to a mistaken and persistent idea that, due to the altitude and the cold, black people "did not exist" in the Andes. , black people had a strong presence and werefundamental in several areas of Charquean society, notably with regard to slave labor. In the documentary surveys that we carried out in the archive of Sucre (La Plata), it was possible to verify that these black captives, in addition to many other freedmen, carried out various activities in that city, such as shoemakers, tailors, cooks, carpenters, blacksmiths, swordsmen, founders, merchants, singers; performing activities in transport, agriculture, dealing with livestock, inaddition to a dozen other trades, thus contributing to the various and dynamic historical processes that enriched that society culturally, socially and economically. Thus, in the following pages, we are dedicated to trying to fill part of this gapfound on the subject in historical studies. What we sought, after all, was to demonstrate the hypothesis that there was astrong presence of blacks and their mixed-mestizos descendants in the Charqueña region, especially in La Plata, between the years 1549 and 1700. To do so, we embarked on an investigation whose documentary base was obtained from several archives, such as those existing in Sucre, Potosí, La Paz, Lisbon and Seville, in an attempt to compare the data obtained with similar dynamic processes that occurred in other contexts. , in a movement of adjustments of macro and micro clippings. Finally, we aim to show throughout this thesis who those subjects were, their names, their life storiesand their human dimension in what was possible to reconstruct from the analyzed documentation, taking into account the dynamics of modern slavery. We also analyzed the freedom processes of hundreds of these individuals, in addition to thepresence of these blacks, creoles, morenos, mulattoes and zambos in the urban and work world, together with thesentimental relationships and sociability networks that exist there, in order to demonstrate who were active subjects and makers of Platense society.
Asunto: História - Teses
Escravidão - Teses
Liberdade - Teses
Negros - Teses
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Institución: UFMG
Departamento: FAF - DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
Curso: Programa de Pós-Graduação em História
Tipo de acceso: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/53202
Fecha del documento: 30-mar-2022
Aparece en las colecciones:Teses de Doutorado



Los elementos en el repositorio están protegidos por copyright, con todos los derechos reservados, salvo cuando es indicado lo contrario.