Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/1843/53744
Type: Dissertação
Title: Caracterização das alterações clínicas e imunopatológicas induzidas pela coinfecção de Leishmania amazonensis e Schistosoma mansoni em camundongos balb/c
Authors: Jeferson Kelvin Alves de Oliveira Silva
First Advisor: Deborah Aparecida Negrão-Corrêa
First Referee: Ricardo Toshio Fujiwara
Second Referee: Ricardo Vitor Wagner de Almeida
Abstract: Aproximadamente um bilhão de pessoas são afetadas pelas Doenças Tropicais Negligenciadas. Dentre as mais de vinte listadas pela OMS, pelo menos doze são causadas por parasitos, incluindo as Leishmanioses e as Esquistossomoses. No Brasil, estas parasitoses juntas foram responsáveis por cerca de 133.100 DALYs (Disability Adjusted Life Years) /100.000 habitantes em 2016. Com base nos dados e mapas de distribuição de casos positivos para Leishmaniose tegumentar e Esquistossomose no Brasil, é perceptível a existência de zonas de coendemicidade. Apesar de vários estudos demostrarem as alterações provocadas por cada parasito de forma isolada, o efeito da coinfecção de Schistosoma e Leishmania ainda precisa ser melhor esclarecido, tanto na população, quanto em modelos experimentais. Deste modo, este trabalho se propôs a avaliar as alterações clínicas, imunopatológicas e de carga parasitára associadas à infecção experimental por Schistosoma mansoni em camundongos BALB/c previamente infectados por Leishmania (Leishmania) amazonensis. Para tanto, camundongos BALB/c fêmeas foram aleatoriamente separados em três grupos experimentais: um mono-infectados por L. amazonensis (1x104 promastigotas metacíclicas), outro por S. mansoni (50 cercárias), e o último foi infectado por L. amazonensis e após três semanas coinfectado por S. mansoni. Os animais foram acompanhados por 15 semanas, sendo avaliados peso corporal, evolução das lesões cutâneas e mortalidade. A partir da quinta semana, foram coletadas fezes de camundongos mono- e coinfectados com S. mansoni para estabelecer o período pre-patente da esquistossomose e após 8 (fase aguda) e 12 (fase crônica) semanas da infecção por S. mansoni, animais de todos os grupos experimentais foram anestesiados e eutanasiados para avaliação de carga parasitária, alterações patológicas e na resposta imune. Os dados revelam que, mesmo após o estabelecimento da Leishmaniose, a infecção por S. mansoni reduziu a inflamação no sitio da infecção e modulou a resposta imune inflamatória nos tecidos pulmonares e hepáticos. Por outro lado, a infecção prévia por L. amazonensis foi capaz de alterar a susceptibilidade de camundongos a infecção por S. mansoni ao reduzir o número de esquistossômulos pulmonares e vermes adultos durante a fase aguda da infecção. Apesar da redução no número de vermes, os animais coinfectados apresentaram mais ovos retidos no fígado durante a fase crônica. Os animais coinfectados não apresentaram mudanças na taxa de mortalidade e lesão hepática, mas foi constatado que a infecção prévia por L. amazonensis garantiu um efeito protetor contra à anemia e perda de peso ponderal decorrente da Esquistossomose, na fase aguda infecção. No pulmão dos animais coinfectados foi visto que a infecção pelo protozoário reduziu os níveis de CCL5 e CCL24 na fase aguda e aumentou CXCL2, TNF-α, IL-4, IL-5 e IL-17 na fase crônica da esquistossomose. Enquanto que no fígado os animais coinfectados apresentaram níveis de IL-22 superiores aos dos monoinfectados por S. mansoni com aumento na atividade de eosinófilos, isso resultou em uma diminuição do granuloma periovular destes animais, atenuando o efeito da Esquistossomose. Os resultados mostram que a coinfecção por S. mansoni e L. amazonensis reduz a morbidade de ambas as parasitoses, demonstrando a importância de se estudar os modelos de coinfecção, não só para entender os processos imunopatológicos gerais, mas usar destes para inferir em estratégias para a melhoria do manejo destas importantes parasitoses.
Abstract: Approximately, one billion people are affected by Neglected Tropical Diseases. More than twenty of these diseases are listed by the WHO, and at least twelve among them are caused by parasites, including Leishmaniasis and Schistosomiasis. In Brazil, both of them accounted for approximately 133,100 DALYs (Disability Adjusted Life Years) / 100,000 inhabitants in 2016. Based on data and maps of cutaneous Leishmaniasis and Schistosomiasis geographic distribuition in Brazil, the existence of mutal transmission areas is clearly noticed. Although several studies have shown the consequences of the infection caused by each parasite, the effect of Schistosoma and Leishmania coinfection is mostly unknow, both in experimental models and in human population. Thus, this study aimed to evaluate the clinical, immunopathological and parasitic burden changes associated with experimental infection by Schistosoma mansoni in BALB/c mice previously infected with Leishmania (Leishmania) amazonensis. Therefore, female BALB/c mice were randomly separated into three experimental groups: one monoinfected by L. amazonensis (1x104 metacyclic promastigotes), another by S. mansoni (50 cercariae), and the last one was infected by L. amazonensis and, after three weeks, coinfected by S. mansoni. The animals were evaluated for 15 weeks regarding body weight, evolution of skin lesions and mortality rate were assesed each week. From the fifth week onwards, stool samples were collected from S. mansoni mono and coinfected mice to establish the pre-patent period of schistosomiasis, and after 8 (acute phase) and 12 (chronic phase) weeks of S. mansoni infection, animals from all experimental groups were anesthetized and euthanized to assess parasite burden, pathological changes and immune response. Even after the establishment of Leishmaniasis, S. mansoni infection was able to reduce the inflammation at the infection site and modulate the inflammatory response in the lung and liver tissues. On the other hand, the previous infection by L. amazonensis altered the mice susceptibility to infection by S. mansoni by reducing the number of lung-stage schistosomula and adult worms during the acute phase of the infection. Despite the reduction in the number of worms, the coinfected animals showed more eggs retained in liver during the chronic phase. The coinfected mice showed no significant changes in the mortality rate or liver damage, but it was found that the previous infection by L. amazonensis exerted a protective effect against anemia and weight loss due to acute schistosomiasis. In the lungs of coinfected animals, I was noticed that the protozoan infection reduced the levels of TNF-α, IL-4, IL-5 and IL-17, but increased the chemokines CCL5, CCL24 and CXCL2, resulting in an increased infiltration of eosinophils of netrophils. In the liver, the coinfected animals had higher IL-22 levels than those monoinfected by S. mansoni, with increased eosinophil activity. This resulted in a decrease in the periovular granuloma volume in this group, attenuating the granuloma-associated pathological effects of Schistosomiasis. Therefore, the data showed that coinfection with S. mansoni and L. amazonensis reduced the morbidity associated to both parasites, emphasizing the importance of studying coinfection models, not only to understand general immunopathological processes involved, but also to use them to infer strategies focused on improving the management of these important parasites.
Subject: Parasitologia
Coinfecção
Esquistossomose
Leishmaniose
Morbidade
Resposta Imune
language: por
metadata.dc.publisher.country: Brasil
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
metadata.dc.publisher.department: ICB - DEPARTAMENTO DE PARASITOLOGIA
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Parasitologia
Rights: Acesso Aberto
Atribuição-NãoComercial-SemDerivados 3.0 Portugal
metadata.dc.rights.uri: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
URI: http://hdl.handle.net/1843/53744
Issue Date: 30-Nov-2020
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