Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/1843/54170
Tipo: Dissertação
Título: Estudo comparativo entre o bloqueio do nervo cutâneo femoral lateral associado ao bloqueio do grupo de nervos pericapsulares (PENG block) e o bloqueio da fáscia ilíaca supra inguinal, na analgesia pós-operatória das fraturas da extremidade proximal do fêmur: estudo prospectivo, controlado, aleatorizado e duplamente encoberto
Título(s) alternativo(s): Comparative study between lateral femoral cutaneous nerve block associated with pericapsular nerve group (PENG block) block and supra-inguinal iliac fascia block for postoperative analgesia in proximal femur fractures: a prospective, controlled, randomized and double-blind study.
Autor(es): Leonardo Saraiva Guimarães de Oliveira
Primeiro Orientador: Renato Santiago Gomez
Primeiro membro da banca : Marco Antônio Percope de Andrade
Segundo membro da banca: Magda Lourenço Fernandes
Resumo: Introdução: O manejo da dor é fundamental para a recuperação após as cirurgias do quadril. Nesse cenário, os pacientes que são submetidos aos bloqueios de nervos periféricos consomem menos opioides que os que recebem analgesia sistêmica. Embora existam diversas opções de anestesia regional para essa situação, não há técnica de escolha definitiva. Atualmente, o bloqueio do compartimento da fáscia ilíaca suprainguinal (BCFIS) e o bloqueio do grupo de nervos pericapsulares (PENG block), ambos guiados por ultrassom, estão em destaque no panorama dessas cirurgias. No entanto, a literatura exibe dados conflitantes quanto a analgesia comparativa dessas abordagens. O BCFIS alcança os nervos femoral, cutâneo femoral lateral e menos provavelmente o obturador. Por outro lado, o PENG block, bloqueia os ramos articulares dos nervos femoral e obturador acessório, sem acessar fibras do cutâneo femoral lateral, o que pode gerar vieses nas comparações entre esses métodos. Como o PENG block atinge apenas ramos sensitivos distais, presumivelmente gera menor acometimento motor do quadríceps que o BCFIS, o que justificaria seu uso. Esse é o primeiro estudo, até onde se tem conhecimento, que compara a associação do bloqueio do nervo cutâneo femoral lateral (BNCFL) e do PENG block ao BCFIS, na analgesia pós-operatória das fraturas da extremidade proximal do fêmur. Objetivos: O objetivo primário foi avaliar se a associação entre o BNCFL e o PENG block promove analgesia pós-operatória à movimentação equivalente ao SIFIB, em fraturas da extremidade proximal do fêmur. Para isso, a dor à movimentação foi mensurada às 6, 12 e 24 horas após o procedimento. Os objetivos secundários incluíram mensurar a dor em repouso, avaliar a motricidade do quadríceps pela dinamometria e índice de força, comparar a dose total dos opioides consumidos em 24 horas e a incidência de seus efeitos colaterais. Também se registrou o momento da primeira requisição desses, bem como a incidência das complicações dos bloqueios e de delirium pós-operatório. Métodos: Sessenta e seis pacientes candidatos a cirurgias de fraturas da extremidade proximal do fêmur, de acordo com critérios de inclusão e exclusão, foram alocados aleatoriamente em dois grupos: controle ou experimental. No grupo controle, os pacientes foram submetidos ao BCFIS com 30 ml de ropivacaína a 0,5%, além dos BNCFL e PENG block, com 20 ml e 10 ml de solução salina, respectivamente. No grupo experimental, os pacientes receberam os BNCFL e PENG block, com 20 ml e 10 ml de ropivacaína a 0,5%, respectivamente e 30 ml de solução salina no BCFIS. Os pacientes de ambos os grupos também receberam anestesia espinhal com 10 mg de bupivacaína isobárica. Resultados: Os grupos controle e experimental apresentaram medianas dos escores de dor ao movimento semelhantes em 6, 12 e 24 horas de pós-operatório (Escala Verbal Numérica - 2 vs 2; 3,5 vs 3; 3,37 vs 2,81; p > 0,05). No entanto, foi observada uma diferença na análise da dor em repouso, 12 horas após o procedimento, com menor escore mediano para o grupo experimental (Escala Verbal Numérica - 1 vs 0; p = 0,045). Quanto à avaliação da força do quadríceps e do seu índice, houve bloqueio motor menos intenso no grupo experimental, com diferenças em 6 horas (10 N vs 19N; 0,4 vs 0,7; p < 0,001), 12 horas (13 N vs 22 N; 0,5 vs 0,81; p < 0,001) e em 24 horas (18 N vs 23 N; 0,75 vs 0,86; p ≤ 0,05). A dose total de morfina administrada em 24 horas e o momento da primeira requisição de opioide no pós-operatório foram equivalentes entre os grupos. As incidências das complicações dos bloqueios e dos efeitos colaterais dos opioides foram baixas em ambos os grupos e sem diferenças nas comparações. Conclusão: A associação entre os BNCFL e o PENG block proporcionou analgesia pós-operatória comparável ao BCFIS, nas fraturas da extremidade proximal do fêmur. Entretanto, a associação entre BNCFL e PENG block demonstrou menor comprometimento motor do quadríceps quando esse desfecho foi quantificado por dinamometria.
Abstract: Background: Pain management is crucial for postoperative recovery after hip surgery. Patients who undergo peripheral nerve blocks consume fewer opioids than those who receive systemic analgesia. Although there are several options for regional anesthesia for this situation, there is no definitive technique of choice. Currently, ultrasound-guided suprainguinal fascia iliaca compartment block (SIFIB) and pericapsular nerve group block (PENG block) are prominent in the hip surgery field. However, the literature exhibits conflicting data on the comparative analgesia of these techniques. The SIFIB reaches the femoral, lateral femoral cutaneous, and less possibly the obturator nerves. On the other hand, the PENG blocks the articular branches of the femoral and accessory obturator nerves, without accessing fibers of the lateral femoral cutaneous nerve, which may create a bias in comparisons between these approaches. As PENG block only targets distal sensory branches, there is likely less quadriceps motor impairment than SIFIB, which justifies its use. This is the first study, to the best of our knowledge, that compares the association of lateral femoral cutaneous nerve (LFCNB) and PENG blocks to the SIFIB in postoperative pain management of hip fractures. Outcomes: The primary outcome was to evaluate whether the association between the LFCNB and the PENG block promotes postoperative’s hip fracture movement pain management equivalent to the SIFIB. For this, movement pain was measured at 6, 12, and 24 hours after the procedure. Secondary outcomes included measuring pain at rest, evaluating quadriceps motor function by dynamometry and strength index, comparing the total opioid dose in 24 hours and the incidence of its side effects. The timing of the first opioid request, as well as the incidence of block complications and postoperative delirium were also recorded. Methods: Sixty-six patients undergoing hip fracture surgeries, according to inclusion and exclusion criteria, were randomly allocated in two groups: control or experimental. In the control group, patients underwent SIFIB with 30 ml of 0.5% ropivacaine and LFCNB and PENG block with 20 ml and 10 ml of saline, respectively. In the experimental group, patients received LFCNB and PENG block with 20 ml + 10 ml of 0.5% ropivacaine, respectively, and 30 ml of saline in the SIFIB. Patients in both groups also received spinal anesthesia with 10 mg of isobaric bupivacaine. Results: The control and experimental groups presented similar median of score movement pain at 6, 12, and 24 hours postoperatively (Numerical Rating Scale -2 vs 2; 3.5 vs 3; 3.37 vs 2.81; p > 0.05). However, a difference was observed in the analysis of resting pain 12 hours after the procedure, with a lower median score for the experimental group (Numerical Rating Scale - 1 vs 0; p = 0.045). Regarding the evaluation of quadriceps strength and its index, there was less motor impairment in the experimental group, with significant differences at 6 hours (10 N vs 19 N; 0.4 vs 0.7; p < 0.001), 12 hours (13 N vs 22 N; 0.5 vs 0.81; p < 0.001), and 24 hours (18 N vs 23 N; 0.75 vs 0.86; p ≤ 0.05). The total dose of morphine administered in 24 hours and the time of the first opioid request postoperatively were equivalent between the groups. The incidences of block complications and opioid side effects were low in both groups and without differences. Conclusion: The association between LFCNB and PENG block provided postoperative pain management comparable to the SIFIB in hip fractures. However, the association between LFCNB and PENG block showed less motor impairment of the quadriceps when this outcome was quantified by dynamometry.
Assunto: Fraturas do Quadril
Dor Pós-Operatória
Bloqueio Nervoso
Anestesia por Condução
Analgesia
Manejo da Dor
Dissertação Acadêmica
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Departamento: MEDICINA - FACULDADE DE MEDICINA
Curso: Programa de Pós-Graduação em Ciências Aplicadas à Cirurgia e à Oftalmologia
Tipo de Acesso: Acesso Restrito
URI: http://hdl.handle.net/1843/54170
Data do documento: 24-Abr-2023
Término do Embargo: 24-Abr-2025
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