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Type: Dissertação
Title: Prevalência de recém-nascidos macrossômicos e as complicações maternas e neonatais em partos acompanhados na maternidade Otto Cirne do Hospital das Clínicas - UFMG em Belo Horizonte no período de 2014 a 2019
Authors: Kellen Silva Sousa
First Advisor: Henrique Vitor Leite
First Co-advisor: Mário Dias Corrêa Júnior
Abstract: Objetivos: Avaliar a prevalência de recém-nascidos macrossômicos (pelo menos 4000 gramas de peso ao nascer) na maternidade Otto Cirne do Hospital das Clínicas-UFMG em Belo Horizonte no período de 2014 a 2019, bem como as características maternas envolvidas, os fatores de risco, via de parto e complicações associadas. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional transversal, retrospectivo, realizado a partir da busca de dados em sistema próprio do Hospital das Clínicas da UFMG (SISMATER) e prontuários clínicos. As análises estatísticas das variáveis coletadas incluíram tanto análises descritivas simples - como médias e proporções - como estatísticas inferenciais, como os intervalos de confiança e testes de hipóteses para as associações entre as variáveis independentes e as variáveis resposta (desfecho). Resultados: No período de 2014 a 2019, 3,3% dos partos na Maternidade Otto Cirne foram de recém-nascidos macrossômicos. A idade média das pacientes foi 28,6 anos, com idade gestacional média de 39,4 semanas. A grande maioria das mulheres (77%) eram multíparas. A via de parto mais comum (65%) foi cesárea, sendo que destas, 70% foram cesáreas eletivas. Diabetes mellitus esteve presente em 30% dos partos estudados (13% já tinham diabetes quando engravidou, 59% foram diagnosticadas com diabetes mellitus gestacional pelos critérios da época e outras 28% não tiveram o diagnóstico durante o acompanhamento pré-natal, mas seriam diagnosticadas com o critério atual). O controle glicêmico estava ausente na maioria das pacientes. Dentre os partos vaginais, apenas 6% foi instrumentado. Houve distócia de ombros em 21% dos casos. Dos desfechos adversos para a puérpera, a laceração aconteceu em 73% dos partos vaginais, mas em apenas 5% essas lacerações foram graves (3º e 4º graus). Houve necessidade de episiotomia em 24 casos (18%). Sangramento puerperal aumentado ocorreu em 70 pacientes da amostra total (19%). A maioria (62%) dos recém-nascidos teve alguma complicação, sendo icterícia (35%) a mais comum e tocotraumatismo a menos comum (3%). Conclusão: O peso de nascimento acima de 4000 gramas teve impacto significativo na ocorrência de complicações neonatais, como hipoglicemia, desconforto respiratório e APGAR de 5º minuto menor que 7, principalmente se o peso de nascimento foi acima de 4500 gramas. A idade gestacional também se mostrou associada de forma estatisticamente significativa às complicações neonatais, quanto menor, maior o risco. O estudo não evidenciou associação direta entre peso de nascimento e a ocorrência de distócia de ombros ou tocotraumatismos, e demonstrou associação negativa entre o peso de nascimento e a ocorrência de lacerações de 3º e 4º graus, provavelmente devido ao fato da amostra analisada incluir apenas casos de pesos extremos. Episiotomia e sangramento puerperal aumentado se mostraram diretamente associadas (de forma negativa) à multiparidade. Diante dos resultados encontrados, pode-se concluir que a macrossomia está fortemente vinculada a complicações, principalmente neonatais, e que mais estudos são necessários para aprimorar a discussão sobre via de parto nos casos de recém-nascidos macrossômicos. Trabalhos que comparem amostras de recém-nascidos com peso abaixo e acima 4000 gramas podem fornecer mais informações.
Abstract: Objectives: Evaluate the incidence of macrosomic newborns (weighting at least 4000 grams of birth weight) at the Otto Cirne maternity of the Hospital das Clínicas-UFMG in Belo Horizonte from 2014 to 2019, as well as the maternal characteristics involved, risk factors, mode of delivery and associated complications. Methodology: This is an observational crosssectional, retrospective study carried out by searching for data in the UFMG Hospital das Clínicas’ own system (SISMASTER) and clinical records. The statistical analysis of the variables collected included both simple descriptive analyzes – such as averages and proportions – as well as inferential statistics, such as confidence intervals and hypotheses tests for the associations between the independent variables and response variables (outcome). Results: From 2014 to 2019, 3.3% of deliveries at the Otto Cirne Maternity Hospital were macrosomic newborns. The average age of the patients was 28.6 years, with an average gestational age of 39.4 weeks. The vast majority of women (77%) were multiparous. The most common mode of delivery (65%) was cesarean section, of which 70% were elective cesarean sections. Diabetes mellitus was present in 30% of the deliveries studied (13% already had diabetes when they became pregnant, 59% were diagnosed with gestational diabetes mellitus according to the criteria at the time, and another 28% were not diagnosed during prenatal care, but would be diagnosed with diabetes mellitus by the current criteria). Glycemic control was absent in most patients. Among the vaginal deliveries, only 6% were instrumented. There was shoulder dystocia in 21% of the cases. Of the adverse outcomes for the puerperal woman, laceration occurred in 73% of vaginal deliveries, but in only 5% these lacerations were severe (3rd and 4th degrees). There was a need for episiotomy in 24 cases (18%). Increased puerperal bleeding occurred in 70 patients (19%) of the total sample. The majority (62%) of newborns had some complication, with jaundice (35%) being the most common and birth trauma the least common (3%). Conclusion: Birth weight above 4000 grams had a significant impact on the occurrence of neonatal complications, such as hypoglycemia, respiratory distress and 5th minute APGAR less than 7, especially if birth weight was above 4500 grams. Gestational age was also shown to be statistically significantly associated with neonatal complications, the lower, the greater the risk. The study did not find evidence for a direct association between birth weight and the occurrence of shoulder dystocia or birth trauma, it showed a negative association between birth weight and the occurrence of 3rd and 4th degree lacerations, probably because the analyzed sample included only cases of extreme weights. Episiotomy and increased puerperal bleeding were directly associated (negatively) with multiparity. In view of the results found, it can be concluded that macrosomia is strongly linked to complications, especially neonatal complications, and that further studies are necessary to improve the discussion about the mode of delivery in cases of macrosomic newborns. Studies comparing samples of newborns weighing below and above 4000 grams can provide more information.
Subject: Macrossomia Fetal
Peso Fetal
Diabetes Gestacional
Distocia do Ombro
Icterícia Neonatal
Episiotomia
Forceps Obstétrico
Hemorragia Pós-Parto
Ganho de Peso na Gestação
Estudo Observacional
Estudos Transversais
Humanos
Dissertação Acadêmica
language: por
metadata.dc.publisher.country: Brasil
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
metadata.dc.publisher.department: MEDICINA - FACULDADE DE MEDICINA
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Saúde da Mulher
Rights: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/55250
Issue Date: 19-Aug-2022
Appears in Collections:Dissertações de Mestrado



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