Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/1843/55740
Tipo: Dissertação
Título: Avaliação diagnóstica e prognóstica dos níveis plasmáticos de procalcitonina, proteína c reativa e copeptina na infecção bacteriana secundária em pacientes com Covid-19 internados em unidade de terapia intensiva
Autor(es): Gislene Pace de Souza Santos
Primeiro Orientador: Vandack Alencar Nobre Júnior
Segundo Orientador: Paula Frizera Vassallo
Primeiro Coorientador: Cecília Gomez Ravetti
Primeiro membro da banca : Andreza Werli Alvarenga
Segundo membro da banca: Saulo Fernandes Saturnino
Resumo: Introdução: Infecção bacteriana secundária é a principal causa de morte nos pacientes com COVID-19 grave internados em unidade de terapia intensiva (UTI), especialmente naqueles submetidos à ventilação mecânica invasiva. Identificar essas infecções é desafiador, já que as manifestações clínicas, laboratoriais e de imagem podem se sobrepor àquelas causadas pelo SARS-CoV-2. A utilidade de biomarcadores, como a proteína C reativa (PCR), procalcitonina (PCT) e a copeptina para identificação de infecção bacteriana em pacientes com COVID-19 grave não está bem estabelecida. Objetivo: Avaliar o papel dos níveis circulantes de PCT, PCR e copeptina na identificação de infecção bacteriana secundária em pacientes com COVID-19, internados em UTI, assim como a associação dessas moléculas com o prognóstico desses indivíduos. Métodos: Estudo observacional, prospectivo, conduzido na UTI de um hospital universitário de Belo Horizonte, MG, de abril/2020 a maio/2021. Foram incluídos pacientes adultos (≥ 18 anos), com diagnóstico de COVID-19 confirmado. PCR, PCT e copeptina séricas foram dosadas à admissão (D1), no terceiro (D3) e sétimo (D7) dias de internação na UTI. Dividiu-se os pacientes em dois grupos: com e sem infecção relacionada à assistência à saúde (IRAS) por bactérias, cuja ocorrência foi definida pela equipe assistente. Resultados: Foram incluídos 86 pacientes, com idade mediana de 62 anos (45 - 71). Quarenta e seis pacientes (54%) tiveram IRAS (mediana de 7 dias após inclusão), das quais 71,7% foram confirmadas por cultura microbiológica. Noventa por cento dos pacientes apresentavam comorbidades, destacando-se hipertensão arterial sistêmica (64%), diabetes mellitus (41.9%) e obesidade (24.4%). A maioria utilizou ventilação mecânica invasiva (70,9%), vasopressores (69,8%) e realizou hemodiálise (85,9%). O subgrupo IRAS apresentou escore SOFA (Sequential Organ Failure Assessment) significativamente mais alto do que o grupo sem IRAS nos três períodos de avaliação D1 6 (4 – 9) vs 4 (2 – 8), p=0,007; D3 7 (4 – 9) vs 4 (3 – 7), p<0,003; e D7 7 (5 – 10) vs 4 (3 – 7), p=0,005. Ainda que tenham sido observados níveis séricos de PCR (D7), PCT (D7) e copeptina (D3 e D7) significativamente mais elevados no subgrupo com IRAS na análise bivariada, essas diferenças não permaneceram na análise ajustada para a gravidade e presença de comorbidades. Apenas o escore SOFA mostrou-se independentemente associado à ocorrência da IRAS, no D3 = OR, 1.197; IC95% (1,033 – 1,387), p= 0,017; e no D7= OR, 1.261; IC95% (1,034 – 1,536), p=0,022). Pacientes com IRAS apresentaram maior tempo de internação na UTI (17 [10-29] vs 7,5 [3-10] dias, p <0,001) e no hospital (25 [12-43] vs 13 [7 - 20] dias, p=0,001), bem como maior mortalidade hospitalar (73,9% vs 32,5%, p<0,001). Os níveis séricos de copeptina foram significativamente mais elevados entre pacientes que faleceram durante a internação hospitalar, com acurácia moderada (68,5%) para este desfecho, considerando o ponto de corte de 22,0 pmol/L. Conclusão: As dosagens da PCT, PCR e copeptina, embora mais altas no grupo de pacientes com COVID-19 que desenvolveram IRAS, não conseguiram distinguir pacientes com e sem esta complicação, estando aparentemente mais associadas à gravidade clínica e mortalidade.
Abstract: Introduction: Secondary bacterial infection is the main cause of death in patients with severe COVID-19 admitted to the intensive care unit (ICU), especially in those undergoing invasive mechanical ventilation. Identifying these infections is challenging, as clinical, laboratory, and imaging manifestations can overlap with those caused by SARS-CoV-2. The usefulness of biomarkers such as C-reactive protein (CRP), procalcitonin (PCT) and copeptin for identifying bacterial infection in patients with severe COVID-19 is not well established. Objective: To evaluate the role of circulating levels of PCT, CRP and copeptin in identifying secondary bacterial infection in patients with COVID-19 admitted to the ICU, as well as the association of these molecules with the prognosis of these individuals. Methods: Observational, prospective study conducted in the ICU of a university hospital in Belo Horizonte, MG, from April/2020 to May/2021. Adult patients (≥ 18 years old) with a confirmed diagnosis of COVID 19 were included. Serum CRP, PCT and copeptin were measured on admission (D1), on the third (D3) and seventh (D7) days of ICU stay. Patients were divided into two groups: with and without healthcare-associated infection (HAI) by bacteria, whose occurrence was defined by the assistant team. Results: We included 86 patients, with a median age of 62 years (45 - 71). Forty-six patients (54%) had HAI (median 7 days after inclusion), of which 71,7% were confirmed by microbiological culture. Ninety percent of patients had comorbidities, with emphasis on systemic arterial hypertension (64%), diabetes mellitus (41.9%) and obesity (24.4%). Most used invasive mechanical ventilation (70.9%), vasopressors (69.8%) and underwent hemodialysis (85.9%). The HAI subgroup had a significantly higher SOFA score (Sequential Organ Failure Assessment) than the group without HAI in the three evaluation periods D1 6 (4 – 9) vs 4 (2 – 8), p=0.007; D3 7 (4 – 9) vs 4 (3 – 7), p<0.003; and D7 7 (5 – 10) vs 4 (3 – 7), p=0.005. Even though significantly higher serum levels of CRP (D7), PCT (D7) and copeptin (D3 and D7) were observed in the subgroup with HAI in the bivariate analysis, these differences did not remain in the analysis adjusted for the severity and presence of comorbidities. Only the SOFA score was independently associated with the occurrence of HAI, on D3 = OR, 1,197; 95% CI (1.033 - 1.387), p= 0.017; and at D7= OR, 1.261; 95% CI (1.034 - 1.536), p=0.022). Patients with HAI had longer ICU stays (17 [10-29] vs 7.5 [3-10] days, p <0.001) and hospital stays (25 [12-43] vs 13 [7 - 20] days, p=0.001), as well as higher hospital mortality (73.9% vs 32.5%, p<0.001). Serum copeptin levels were significantly higher among patients who died during hospitalization, with moderate accuracy (68.5%) for this outcome, considering the cutoff point of 22.0 pmol/L. Conclusion: PCT, CRP and copeptin dosages, although higher in the group of patients with COVID-19 who developed HAI, failed to distinguish patients with and without this complication, apparently being more associated with clinical severity and mortality.
Assunto: COVID-19
Infecções bacterianas
Pró-Calcitonina
Proteína C-Reativa
Pacientes Internados
Respiração Artificial
Estudo Observacional
Dissertação Acadêmica
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Departamento: MEDICINA - FACULDADE DE MEDICINA
Curso: Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde - Infectologia e Medicina Tropical
Tipo de Acesso: Acesso Restrito
URI: http://hdl.handle.net/1843/55740
Data do documento: 26-Mai-2023
Término do Embargo: 26-Mai-2025
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