Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/1843/55877
Tipo: Tese
Título: Carcinomas de mama invasores pré e pós-quimioterapia neoadjuvante e impacto na sobrevida global
Autor(es): Bárbara Jaime dos Santos
Primeiro Orientador: Cristiana Buzelin Nunes
Primeiro Coorientador: Débora Balabram
Primeiro membro da banca : Helenice Gobbi
Segundo membro da banca: Luciene Simões de Assis
Terceiro membro da banca: Geovanni Dantas Cassali
Quarto membro da banca: Clécio Enio Murta de Lucena
Resumo: Introdução e objetivo: Fatores preditores clínicos e patológicos bem validados são necessários para guiar decisões terapêuticas, para que os pacientes recebam um tratamento individualizado com maior chance obter benefício da quimioterapia neoadjuvante (Qtneo). A Qtneo pode levar à alterações nos carcinomas de mama invasores (CMI), influenciando as decisões no cenário adjuvante. O objetivo foi identificar fatores que possam prever o nível de resposta do tumor à Qtneo de acordo com o Residual Cancer Burden (RCB), além de identificar alterações nos tumores e verificar sua associação com o tempo de sobrevida global (SG). Materiais e métodos: Cento e cinco CMI tratados com Qtneo entre 2008 e 2018 foram estudados e comparados parâmetros histológicos e imuno-histoquímicos (IHQ) de amostras de CMI pré e pós-Qtneo e associados à SG. Resultados: Após a Qtneo, a maioria dos tumores teve resposta patológica parcial (89; 84,8%) e 16 tumores (15,2%) tiveram resposta patológica completa (pCR), que apresentaram menor risco de morte (HR 0,27; IC: 0,11-0,68; p = 0,006). Os seguintes parâmetros foram associados à classe de RCB: tamanho do tumor, com predominância de cT4 na classe III e cT3 nas demais (p=0,011); linfonodos regionais, onde apenas o RCB II teve casos N0 (p<0,001); células inflamatórias infiltradas no tumor, com predominância de alto índice apenas no RCB 0/1 (p=0,018); e expressão de IHQ para linfócitos TCD8+, onde apenas no RCB II predominou baixa expressão (p=0,016). Os fatores prognósticos independentes que apresentaram maior risco de morte foram a história familiar de câncer de mama (HR 3,16; p=0,003), RCB de classe III (HR 8,77; p<0,001) e CMI grau II (HR 3,07; p = 0,015) ou grau III (HR 3,97; p=0,005). Após a Qtneo foram encontradas alterações no escore de pleomorfismo nuclear do tumor (p=0,025); contagem mitótica (p=0,002); células inflamatórias infiltradas no tumor (p=0,016); carcinoma in situ (p=0,001); invasão linfovascular (LVI; p=0,002); e expressão de receptores de estrógeno (RE) (p=0,003) e progesterona (RP; p=0,019); e Ki67 (p=0,003). Vinte e seis tumores (30,2%) alteraram o perfil IHQ (p=0,050). As características associadas a um maior risco de morte foram: grau histológico III pré-Qt-neo (hazard ratio, HR, 2,94; p=0,007), alto pleomorfismo nuclear (HR: 2,53; p=0,036) e alto índice Ki67 (HR: 2,47; p<0,001); LVI pós-Qtneo (HR 1,90; p=0,016) e perfil Luminal B-like (HR: 2,58; p=0,031). Além disso, pré- (HR 2,26; p=0,011) e pós-Qtneo (HR 2,12; p=0,038) contagem mitótica intermediária, pré- (HR: 4,45; p<0,001) e pós-Qtneo (HR: 4,52; p< 0,001) perfil IHQ triplo negativo. As associações com menor risco foram: pré- (HR: 0,35; p<0,001) e pós-Qtneo (HR: 0,39; p<0,001) RE positivo e pré- (HR: 0,37; p<0,001) e pós-Qtneo ( HR: 0,57; p=0,044) RP positivo. Mudanças no perfil IHQ foram associadas a SG mais longa (p=0,050). Na análise multivariada, pré-Qtneo grau III, perfil IHQ pré- e pós-Qtneo triplo negativo provaram ser fatores independentes para menor SG. Conclusão: História familiar de câncer de mama, classes de RCB e grau histológico são fatores prognósticos independentes. O estadiamento clínico, a presença de infiltrado inflamatório e linfócitos TCD8 intratumorais foram preditores das classes de RCB. As características do tumor e os biomarcadores podem mudar após a QTNEO com impacto na SG, portanto, devem ser reavaliados em amostras residuais para individualizar as decisões terapêuticas.
Abstract: Purpose: Well-validated clinical and pathological predictors are needed to support therapeutic decisions so that patients receive individualized treatment with the greatest chance of benefit from neoadjuvant chemotherapy (NACT). NACT can change invasive breast carcinomas (IBC) and influence decisions on adjuvant treatments. We aimed to identify factors that might predict the level of tumor response by residual cancer burden class (RCB) to NACT, identify tumor changes and to verify their association with patient’s overall survival time (OS). Materials and methods: One hundred and five invasive breast carcinomas treated with NACT between 2008 and 2018 were studied and compared histological and immunohistochemical (IHC) parameters of pre- and post-NACT IBC samples and associated them with OS. Results: After NACT, most tumors had pathological partial response (89; 84.8%) and 16 tumors (15.2%) had pathological complete response (pCR), which had a lower risk of death (HR 0.27; CI: 0.11-0.68; p = 0.006). The following parameters were associated with the RBC class: tumor size, with a predominance of cT4 in the RBC III and cT3 in the others (p=0.011); regional lymph nodes, where only RCB II had N0 patients (p<0.001); tumor infiltrated inflammatory cells, with a predominance of high index only in RCB 0/1 (p=0.018); and IHC expression for TCD8+ lymphocytes, where only in RCB II low expression predominated (p=0.016). The independent prognostic factors showing higher risk of death were family history of breast cancer (HR 3.16; p=0.003), RCB class III (HR 8.77; p<0.001) and grade II (HR 3.07; p = 0.015) or grade III (HR 3.97; p=0.005). Changes were found in tumor nuclear pleomorphism (p=0.025); mitotic count (p=0.002); tumor-infiltrating inflammatory cells (p=0.016); in situ carcinoma (p=0.001); lymphovascular invasion (LVI; p=0.002); and expression of estrogen (p=0.003) and progesterone receptors (p=0.019); and Ki67 (p=0.003). Twenty-six tumors (30.2%) changed the IHC profile (p=0.050). Characteristics associated with a higher risk of death were: pre-NACT histological grade III (hazard ratio, HR, 2.94; p=0.007), high nuclear pleomorphism (HR: 2.53; p=0.036) and high Ki67 index (HR: 2.47; p<0.001); post-NACT LVI (HR 1.90; p=0.016) and Luminal B-like profile (HR: 2.58; p=0.031). Also, pre- (HR 2.26; p=0.011) and post-NACT (HR 2.12; p=0.038) intermediate mitotic count, pre- (HR: 4.45; p<0.001) and post-NACT (HR: 4.52; p<0.001) triple-negative IHC profile. Associations with lower risk were: pre- (HR: 0.35; p<0.001) and post-NACT (HR: 0.39; p<0.001) ER positive, and pre- (HR: 0.37; p<0.001) and post-NACT (HR: 0.57; p=0.044) PR positive. Changes in IHQ profile were associated with longer OS (p=0.050). In multivariate analysis, pre-NACT grade III and pre-NACT and post-NACT triple negative IHC profile proved to be independent factors for shorter OS. Conclusion: Family history of breast cancer, RCB classes and histological grade are independent prognostic factors. Clinical staging, presence of inflammatory infiltrate and intratumoral TCD8 lymphocytes were predictors of RCB classes. Tumor characteristics and biomarkers can change after NACT with an impact on OS, therefore they should be reassessed on residual samples to improve therapeutic decisions.
Assunto: Patologia
Neoplasias da mama
Recepetores estrogênicos
Receptores de progesteron
Terapia neoadjuvante
Receptores ErbB
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Departamento: ICB - DEPARTAMENTO DE PATOLOGIA
Curso: Programa de Pós-Graduação em Patologia
Tipo de Acesso: Acesso Restrito
URI: http://hdl.handle.net/1843/55877
Data do documento: 23-Fev-2023
Término do Embargo: 23-Fev-2025
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