Monitoring the temperature of the newborn through a wireless device with an alert system: development and proof of concept

Abstract

Introdução: A manutenção da temperatura do recém-nascido é um dos fatores mais relevantes para a sua sobrevivência. A manutenção do controle térmico evita várias complicações relacionadas com a hipotermia e hipertermia e reduz a possibilidade de morrer de diferentes causas. Os sistemas de monitorização da temperatura são comuns em unidades de cuidados intensivos neonatais. No entanto, fora deste ambiente, a detecção de hipotermia continua a ser um desafio. Objetivo: O objetivo do estudo é desenvolver um protótipo de sistema de monitorização da temperatura neonatal para alertar a temperatura não controlada. Método: Num estudo de coorte observacional, a temperatura de 21 recém-nascidos foi monitorizada de uma forma convencional e por um novo sistema de monitorização em teste. Todos nasceram com uma idade gestacional superior a 35 semanas, saudáveis e foram acomodados numa ala de acomodação conjunta, numa maternidade pública universitária. Para tal, foi desenvolvido um sistema protótipo composto por um sensor de temperatura, um emissor de Wi-Fi e um centro de recolha e processamento de dados. O valor medido pelo protótipo foi ocultado, assim como os avisos de temperatura não controlada. A fiabilidade do sensor de temperatura foi avaliada numa experiência que comparou as medições feitas pelo sensor com as de um termómetro convencional. Num cenário real, o sensor de temperatura foi afixado na pele da região infra-axilar do recém-nascido, sendo a temperatura medida automaticamente a cada 10 minutos. O desempenho do protótipo foi avaliado comparando os episódios de termómetro não controlado detectados pelas duas técnicas de medição, em relação ao par de medidas mais próximo. O conjunto total de medições do protótipo também foi analisado. A hipotermia foi caracterizada por temperatura <36,5ºC e hipertermia> 37,5ºC. A análise de concordância Kappa comparou os resultados dos dois modos de medição. Resultados: A temperatura medida pelo sensor protótipo e pelo termómetro digital convencional tinha um coeficiente de correlação intraclasse = 1. No cenário de cuidados, o tempo médio para monitorizar a temperatura dos recém-nascidos foi de 22:36 horas. A diferença entre os 115 pares de medidas realizadas pela enfermagem em relação às registadas pelo protótipo foi em média de 0,014 ºC (SD = 0,14). Comparando os pares de medidas, a hipotermia foi detectada pela enfermagem em 14 (66,7%) recém-nascidos e pelo protótipo em 15 (71,5%) recém-nascidos, índice Kappa = 0,889. Quando todas as medições realizadas pelo sistema de monitorização em tempo real foram consideradas, a hipotermia foi registada em 520/2809 (28,8%) medições, enquanto que pelo modo intermitente, a hipotermia foi registada em 30/115 (26,8%). Houve três episódios de hipotermia ou hipertermia detectados pelo novo dispositivo, por vezes não monitorizados pela enfermagem. Conclusões: A monitorização da temperatura por um sistema computadorizado detectou mais anomalias térmicas do que o método convencional. O protótipo desenvolvido demonstrou o seu potencial para oferecer monitorização contínua e simultânea a um grupo de recém-nascidos hospitalizados numa unidade de maternidade.