From the field to the recovery of degraded areas: an ecophysiological approach in the selection of native plant species from Banded Iron Formations (BIFs)

Abstract

É importante que a recuperação de áreas impactadas por atividades antropogênicas e mudanças climáticas seja realizada com espécies vegetais nativas e que o ecossistema de referência, bem como seus aspectos abióticos, sejam considerados. O objetivo do trabalho foi compreender como as relações ecológicas e fotossintéticas da vegetação de canga sob condições de campo e casa de vegetação podem contribuir para a seleção de espécies a serem utilizadas na recuperação de áreas degradadas. Foram selecionadas espécies vegetais nativas, pertencentes a canga couraçada a canga nodular. As análises foram realizadas durante a estação seca e chuvosa. As espécies apresentaram diferentes respostas em relação as estações climáticas às quais são expostas ao longo do ano e ao microambiente ao qual se encontram. Apesar da fraca correlação entre a estratégia ecológica de tolerância ao estresse e variáveis fotossintéticas, as espécies vegetais nativas da canga apresentaram respostas adaptativas resilientes que diferiram do ecossistema e variaram de acordo com a heterogeneidade dos microhabitats. A baixa fertilidade e chuvas reduzidas durante a estação seca levou a manutenção ou incrementos nos parâmetros-chave Fv/Fm, índices de clorofila, PSII e NPQ. Dentre as espécies estudadas, J. monticola, L. pinaster, B. reticularia, P. mediterranea e M. splendens são possíveis espécies facilitadoras, sendo fundamentais para a resposta de cada microambiente. Quando desenvolveram no rejeito de mineração de ferro, as estratégias de resistência apresentadas pelas espécies, J. caroba, M. splendens e P. mediterranea, foram comprovadas pelas respostas fotoquímicas e de crescimento. Os parâmetros fisiológicos analisados destacaram a diversidade de estratégias adaptativas encontradas em espécies vegetais de afloramentos ferruginosos, mostrando seu potencial para recuperação de áreas degradadas, pois além de beneficiarem outras espécies, conseguem também sobreviverem em condições adversas.